domingo, 17 de junho de 2018

PUBLICADO ORIGINALMENTE NA REVISTA DO INSTITUTO GENEALÓGICO BRASILEIRO EM 1939.

A FAMÍLIA RIBEIRO DO VALE E A FUNDAÇÃO DE SANTA RITA DO PASSA QUATRO

José Fernando Cedeño de Barros*
Dando seguimento aos nossos estudos genealógicos, acerca das famílias povoadoras da região da Alta Mojiana, apresentamos especialmente para a Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia (ASBRAP), alguns documentos e depoimentos interessantes, informadores da história do povoamento da aprazível Estância Climática de Santa Rita do Passa Quatro (Estado de S. Paulo).
Os relatos e documentos que vamos reproduzir neste artigo foram colhidos em nosso arquivo pessoal e no de nosso saudoso primo Dr. José Ribeiro Rocha (Juquita), gentilmente cedido por sua viúva, Maria Helena de Figueiredo Ribeiro Rocha. Valemo-nos, outrossim, de livros, hoje raros.1
 1. O MUNICÍPIO DE SANTA RITA PASSA QUATRO
Santa Rita do Passa Quatro, situada no dorso de suave colina, a 759  metros acima do nível do mar, é assim descrita por Alfredo Moreira Pinto, em seu “Dicionário Geográfico do Brasil”, edição da Imprensa Nacional (Rio de Janeiro, 1867-1899):
Cidade e município do Estado de São Paulo, na comarca e na serra do mesmo nome, donde se descortina um lindo panorama, com solo ubérrimo, excelentes águas e terras de primeira qualidade, altas e livres de geadas, distante 280 quilômetros da capital do Estado, 48 de Casa Branca, 16 da estação do Córrego Fundo, 15 de Porto Ferreira, 30 de Pirassununga, e 26 de Belém do Descalvado.
1 De Victor Ribeiro (cf. “Quem é Você? Donde veio? Quer saber?”, São Paulo, edição do autor, 1936) e de  Frederico de Barros Brotero (cf. “Memórias e Tradições da Família Junqueira”, 1ª edição, São Paulo, 1957).
Revista da ASBRAP nº 4 222
Possui uma boa igreja matriz, Casa da Câmara, cadeia e duas escolas públicas de instrução primária. Orago, Santa Rita e diocese de São Paulo. Foi criada paróquia pela lei provincial número 36, de 10 de abril de 1866, elevada a vila pela de número 34, de 10 de março de 1885, e a cidade por lei municipal (sic) de 8 de setembro de 18942. Chamou-se primeiramente Santa Rita de Cássia; seu nome atualmente provém do fato de ser preciso atravessar-se quatro vezes um córrego que passa distante da povoação dois quilômetros e meio e que faz muitos zigue-zagues. Tem agência do correio. Foi incorporada à comarca de Pirassununga pelo decreto número 64, de 30 de junho de 1890, e criada comarca por lei número 80, de 25 de agosto de 1892. O município ao norte e oeste é composto de campos de criar, levemente ondulados, e de montanhas cobertas de matas, em parte, e de cafezais; a este e sul, é montanhoso, contendo frondosas florestas. É percorrido pelas serras do Descalvado, Três Irmãos, Pombas, São Vicente e diversas outras, e regado por diversos rios, entre os quais o Claro e o Bebedouro. A principal lavoura é a de café, cultivando-se também cana de açúcar e cereais. A criação de gado bovino é regular. Sobre suas divisas, vide, entre outras, as leis provinciais de 12 de abril de 1865, de 10 de abril de 1866 (n. 36), de 10 de abril de 1872 (n. 51). Compreende os bairros: Santa Maria, Santa Cruz da Boa Vista, Santa Cruz do Rio Claro e Bebedouro, todos com escolas públicas, e o distrito de Santa Cruz da Estrela.
         A povoação foi fundada em 1860 por Francisco Guilherme Modesto, Capitão Gabriel Porphirio Villela, Inácio Ribeiro do Valle, Carlos Ribeiro da Fonseca e Francisco Deocleciano Ribeiro” (volume III, pág. 107).
O nome primitivo foi Santa Rita de Cássia, em homenagem à D. Rita de Cássia Ribeiro, esposa do Capitão Gabriel Porphirio Villela e santa padroeira dos Ribeiros do Valle, em sua primitiva Pouso Alegre, na então Província de Minas Gerais. Mais tarde, mudaram-no para o de Santa Rita do Passa Quatro, em razão de ser necessário atravessar quatro vezes um ribeirão para chegar à cidade.
2 O seu nome foi oficializado somente em 1944, através do Decreto-lei Estadual n. 14334. Segundo Carlos Alberto Del Bel Belluz, houve alguma tentativa de mudança do nome da cidade até mesmo para Ribeirópolis, persistindo, porém, o nome tradicional. Cf. “Imagens da época do café”, Sta.Rita do Passa Quatro, 1991, p. 31.
Revista da ASBRAP nº 4 223
A Família, desde o início, foi muito piedosa, prova disso é a ereção do orago dedicado à Santa Rita de Cássia, sendo D. Rita Cândida Ribeiro, filha do fundador Inácio Ribeiro do Valle, a primeira pessoa a ser batizada naquela igreja de taipa do burgo nascente3.
Antes dos Ribeiros e dos Rochas, residiam no antigo Sertão de Casa Branca os Nogueiras4 , entrelaçados com os Ribeiros pelo casamento de José Inácio Ribeiro com Antonia Olyntha Nogueira.
O primeiro padre de Santa Rita de que se tem notícia foi Porphirio de Souza Martins, que trabalhou ativamente durante a epidemia de febre amarela, que vitimou seiscentas pessoas, lutando ao lado de Emílio Ribas, à época muito jovem, que contou, também, com José Emygdio da Costa Corrêa.
Outro vigário foi o Pe. Luiz Piacenti, mal visto pela população. Temos, ainda, Monsenhor Manuel Vinhetta, espanhol, vigário de Santa Rita por 23 anos, construtor da atual Igreja, e que trouxe as freiras da Ordem de S. José, as quais construíram um colégio, hoje asilo.
As primeiras Filhas de S. José (ordem italiana), foram: Madre Dositéia da Ré, Madres Romana, Feliciana e Emerenciana. Uma delas era cega, mas notável pianista, destacando-se na execução do Hino Nacional.
Até 25 de agosto de 1892 o município pertencia à Comarca de Pirassununga, época essa em que lhe foi conferida a categoria de comarca.
Depois da proclamação da República e da morte ou mudança de Inácio Ribeiro do Valle e de seus filhos e netos, a cidade caiu num marasmo quase completo, do qual só foi ressurgir por volta dos anos 20, quando foi administrada por Victor Ribeiro e, mais tarde, por Alcides e Alciro Ribeiro Meirelles.
Daí para a frente, a cidade tem progredido sempre e, hoje, sobretudo em razão do esforço dos descendentes dos primeiros colonos italianos, é local agradável e centro turístico e de cura de grande procura.
Celebrizou-se, também, por ser o berço do notável pianista e compositor Zequinha de Abreu.
3 Informação de D. Maria Aparecida Corrêa Hernandez ao Autor, em 1983. 4 Sobre Antonio Jacintho Nogueira, ver Arthur Nogueira Campos, “Apontamentos Genealógicos”, 1982, acervo Museu Histórico e Pedagógico (M.H.P.)  Zequinha de Abreu.
Revista da ASBRAP nº 4 224
2. OS POVOADORES DE SANTA RITA DO PASSA QUATRO
                                O papel desempenhado pelos Ribeiros do Valle na fundação da cidade já foi por nós esboçado por ocasião da edição da revista comemorativa do Cinqüentenário do Instituto Genealógico Brasileiro.
                                Hoje, vamos nos ocupar da genealogia da Família ROCHA, principiando por seu ancestral comum com os Ribeiros referidos, o açoriano JOSÉ GARCIA. Inicialmente estabelecidos em Pouso Alegre, terminaram - tanto os Rochas quanto os Ribeiros -  por se radicar na região do então Sertão da Casa Branca, fundando, entre outras cidades, Santa Rita do Passa Quatro.
                                Formarão este nosso estudo genealógico um título e três parágrafos:
TÍTULO 1
JOSÉ GARCIA
 Natural da Ilha do Fayal, filho de Antonio Garcia, também natural do Fayal, falecido no Garambeo, em 1 de maio de 1768, com testamento, e de sua primeira mulher, Maria Josefa (conforme correspondência entre Dr. José Guimarães e João Jacques Ribeiro do Valle - Ouro Fino, 23-10-1980). Antonio Garcia era filho de Francisco Rodrigues e de Francisca Garcia, moradores na Ilha do Fayal. José Garcia faleceu em Aiuruóca, em 22 de fevereiro de 1802, com testamento,  tendo sido ali mesmo inventariado (Cartório do 2o. Ofício). Foi casado primeira vez com Maria das Neves Freitas e segunda vez com Maria do Rosário, que foi a inventariante.
Deixou nove filhos do primeiro casamento e cinco do segundo, dentre eles:
 Parágrafo 1º - Laureana Maria das Neves
 Parágrafo 2º - Floriana Maria das Neves
 Parágrafo 3º - Antonio Garcia Duarte
Revista da ASBRAP nº 4 225
Parágrafo 1o
LAUREANA MARIA DAS NEVES
Natural de São João Del Rei, foi a oitava filha do primeiro casamento de José Garcia. Casou-se em primeiras núpcias, em Aiuruóca, em 2 de maio de 1802, com Bento Ferreira de Carvalho. Casou-se em segundas núpcias com José Pereira Ramos, conforme a certidão abaixo transcrita5:
Catedral Pouso Alegre Minas Gerais
CERTIDÃO
Certifico que à fôlha 61 do livro 1 de assentamentos de Casamentos do arquivo desta Paróquia, encontra-se o do teor seguinte ........................................... (à margem)   José Pereira Ramos e LAURIANA MARIA DAS NEVES   Aos sete de agôsto de mil oitocentos e vinte e três, nesta Matriz de Pouso Alegre, feitas as diligências do estilo, sem impedimento com Provisão desta Comarca, pelas oito horas da noite, em presença do Reverendo Antônio de Oliveira, com licença, e das testemunhas Antonio Garcia Duarte e Antonio Rodrigues Carneiro, se receberam com palavra de presente por marido e mulher José Pereira Ramos, viúvo de Dona Josefa Maria dos Anjos - com Dona Lauriana Maria das Neves, viúva do Alferes Bento Ferreira de Carvalho; que para constar fiz êste assento, que assino.
O Vigário Co. João Dias de Quadros Aranha
Nada mais se continha no dito assentamento que fielmente mandei copiar do original a que me reporto.
Ita in fide parochi.
Pouso Alegre, 28 de Janeiro de 1965.
(asssinatura ilegível) Selo do Curato da Catedral de Pouso Alegre - Minas
5 Respeitada a ortografia original.
Revista da ASBRAP nº 4 226
Laureana Maria das Neves deixou, entre outros filhos, do primeiro casamento:
1-1 MARIA DAS NEVES, natural de Aiuruóca. Em Pouso Alegre, em 10 de setembro de 1827, casou-se com CUSTÓDIO FERREIRA ROCHA, natural de São João Del Rei, nascido em 1 de maio de 1803, em S. João Del Rei, falecido em 17 de maio de 1887, filho de Felisberto Ferreira Rocha e de Ana Inácia de Jesus, como faz prova a Certidão de Casamento6 que abaixo reproduzimos:
“Catedral Pouso Alegre Minas Gerais
Certidão
Certifico que à fôlha 98 do livro 1 de assentamentos de Casamentos do arquivo desta Paróquia, encontra-se o do teor seguinte: .........................................................................................(à margem) CUSTÓDIO FERREIRA ROCHA e MARIA DAS NEVES Aos dez de setembro de mil oitocentos e vinte e sete, nesta Matriz de Pouso Alegre, feitas as diligencias do estilo, sem impedimento, com provisão desta Comarca, as tres da tarde, em minha presença e das testemunhas abaixo-assinadas, se receberam com palavras de presente por marido e mulher:- CUSTÓDIO FERREIRA ROCHA filho legitimo de Felisberto Ferreira Rocha e de sua mulher dona Ana Inacia de Jesus, natural de São João Del Rei, com MARIA DAS NEVES, filha legitima de Bento Ferreira de Carvalho, já falecido e de sua mulher Lauriana Maria de Jesus, natural de Ajuruocha (sic), que para constar fiz este assento que assino.
O Vigario Encomdo. João Dias de Quadros Aranha
Nada mais se continha no dito assentamento que fielmente mandei copiar do original a que me reporto.
6 Respeitada a ortografia original.
Revista da ASBRAP nº 4 227
Ita in fide parochi.
Pouso Alegre, 14 de Janeiro de 1965.
   Monsenhor ( assinatura ilegível)
Selo do Curato da Catedral de Pouso Alegre - Minas
Custódio Ferreira Rocha foi sepultado no Cemitério da Matriz de São João da Boa Vista em 18 de maio de 1887, com oitenta anos, sendo, nesta ocasião, casado em segundas núpcias com Lucia de Magalhães, consoante a certidão abaixo transcrita7:
Selo da Curia Diocesana de São João da Boa Vista
Secção de Arquivo Secção de Arquivo                                               Secção de Arquivo
Certidão de OBITO
Certifico que no Arquivo Geral desta Cúria Diocesana de São João da Boa Vista, no Livro de ÓBITOS n. 1 fls. 87v. da Paróquia de São João da Boa Vista encontra-se o seguinte têrmo de Custodio Rocha
“Aos desoito de Maio de mil e oitocentos e oitenta e sete, foi sepultado no Cemiterio desta Matriz, Custodio Ferreira Rocha com 80 anos, casado com Lucia de Magalhães. Sua alma foi por mim encomendada.
 O Vigro. José Valeriano de Souza’’
Era o que se continha em dito assentamento, do que dou fé.
São João da Boa Vista, 20 de Agosto de 1968.
(as.) Pe. Benedito Mariano  Pelo Chanceler do Bispado
7 Respeitada a ortografia original.
Revista da ASBRAP nº 4 228
Foram irmãos de Custódio Ferreira Rocha, consoante o inventário de sua mãe, Ana Inácia de Jesus, que teve sentença julgando a partilha em Pouso Alegre, em 7 de abril de 1852:
1. Francisco Ribeiro de Jesus
2. Custódio Ferreira Rocha, supra citado.
3. Manoel Ferreira Rocha
4. José Ferreira Rocha
5. Antonio Ferreira Rocha
6. Ana Joaquina Oliveira
7. Bárbara Maria de Jesus
8. Laureana Lázara ou Laureana Maria de Jesus, natural de S. João Del Rei, casada em 6 de outubro de 1826 com Teodoro Rodrigues Alves de Carvalho, natural de Pouso Alegre1.
9. Nome ilegível
10. Mariana Joaquina
Felisberto Ferreira Rocha, pai de Custódio, era filho de Antonio Ferreira Rocha, consoante inventário com testamento, processado em São João Del Rei em 27-2-18108 e de Maria Lourenço de Oliveira; neto paterno de José Ferreira e de Catarina Gonçalves da Rocha, do bispado de Braga, Vila de Guimarães; neto materno de Salvador Lourenço e de Inácia de Lemos Godói.
O casal  Custódio Ferreira Rocha e Maria das Neves Conceição9, teve:
2-1 JOSÉ GARCIA DA ROCHA (6o. filho), nascido em 30 de janeiro e batizado em 14 de fevereiro de 1836, na Freguesia de Pouso Alegre, tendo por padrinhos José Francisco dos Santos e Mariana Esméria, como faz prova a certidão10 adiante reproduzida:
8 Pesquisa realizada em 1970, por Matilde Lopes Salomão. 9 Inventariada em Pouso Alegre, em 1845. 10 Respeitada a ortografia original.
Revista da ASBRAP nº 4 229
Catedral Pouso Alegre Minas Gerais
Certidão
Certifico que à fôlha 372 do livro 3 de assentamentos de Batizados do arquivo desta Paróquia, encontra-se o do teor seguinte:...........................................................................(à margem)
JOSÉ
Aos quatorze de fevereiro de mil oitocentos e trinta e seis nesta freguesia de Pouso Alegre, o coadjutor José Pedro de Barros Mello batizou a José, de dez dias filho de Custódio  Ferreira Rocha e de Maria das Neves: foram padrinhos José Francisco dos Santos e Mariana Esméria, todos desta freguesia, de que mandei fazer este assento que assino. O coadjutor José Pedro de Barros Mello.
Nada mais se continha no dito assentamento que fielmente mandei copiar do original a que me reporto. Ita in fide parochi. Pouso Alegre, 16 de janeiro de 1965.
Monsenhor (assinatura ilegível)
Selo do Curato da Catedral de Pouso Alegre  - Minas
José Garcia da Rocha casou-se em primeiras núpcias, em Santa Rita do Passa Quatro, com Rita Cândida Ribeiro, filha de Inácio Ribeiro do Valle e de Joaquina Cândida de São Joaquim; neta paterna de Manoel Joaquim Ribeiro do Valle e de Rita Joaquina Maciel; neta materna do Alferes José Vieira da Fonseca e de Floriana Maria das Neves, adiante citada.
Rita Cândida Ribeiro faleceu em Santa Rita do Passa Quatro em 26-6-1891, com 49 anos, e foi inventariada no Cartório do 2o. Ofício de Santa Rita do Passa Quatro11, tendo sido inventariante o viúvo meeiro José Garcia da Rocha.
11 Caixa “B” 1892.
Revista da ASBRAP nº 4 230
A petição inicial e a autuação do inventário tiveram lugar em 8 de março de 1892.
 Escrivão de Orphãos - Daniel Joaquim Villela Rezende e Juiz de Orphãos Luiz Andrade Figueira e o Tenente Coronel Bento José de Carvalho.
 Louvados (avaliadores) – Miguel Cabral de Vasconcellos e Victor Viterbino de Souza Meirelles, para os bens situados no Termo de Santa Rita do Passa Quatro.
A avaliação dos bens encontra-se às fls. 10 a 19, importando em (contos de réis) 199:107$000, mais 800$000 em bens situados em Santa Rita do Passa Quatro.
Consta, ainda, que o pai de José Garcia da Rocha, Custódio Ferreira Rocha, deixou legítima ao seu filho, consistente em parte na Fazenda Canta-Gallo, em S. João da Boa Vista, no valor de 549$659.
Conforme fls. 36 a 78 e 87 a 100 (verso), apuraram-se dívidas passivas no valor de 43:758$185.
Ao meeiro José Garcia da Rocha foi feito o pagamento da meação no valor de 78:758$907 (cf. fls. 113 verso).
Eduardo Rocha recebeu 9:844$863 (cf. fls. 123/124).
Henriqueta Rocha recebeu 9:844$863 (cf. fls. 124).
Foi nomeado um tutor para Eduardo Rocha, às fls. 134 verso, na pessoa de seu irmão, José Avelino Rocha, a requerimento de José Garcia Rocha, pois teria de se ausentar temporariamente (fls. 134, em 21 de maio de 1892).
A partilha foi homologada às fls. 137 dos autos.
A requerimento de Eduardo Rocha, foi efetuado pedido para a venda de sua parte na Fazenda Alto da Serra, assim descrita às fls. 92 verso: Que a referida fazenda confina com as terras da Fazenda do Doutor Sancho de Bittencourt Berenguer Cezar, de Manoel José Rodrigues, de Francisco Fidelis de Paula, de Julio Alves Villa-Real, Domingos Giumet e de Francisco de Paula Louzada. A Fazenda Alto da Serra foi vendida nesse dia por 30:000$000. Eduardo Rocha foi emancipado em 8-8-1894, fls. 141 dos autos.
Revista da ASBRAP nº 4 231
Venda por Eduardo Rocha a Sancho de Bittencourt Berenguer Cesar, por trinta contos de réis, de sua parte de herança na Fazenda ALTO DA SERRA. Requerido ao Juiz em 14 de agosto de 1894.
Nos autos diz o Dr. Curador Geral de Sta. Rita do Passa Quatro, 14 de Agosto de 1894
                           (as.) FLEURY
Diz Eduardo Rocha, filho do cidadão José Garcia Rocha, residente n’esta villa e Comarca, que conmquanto se ache emancipado como prova com o documento que junto offerece, vem requerer a V. Exa. de conformidade com a Ord. de L. 3 F. 42 Par. 2, alvará de licença para realisar a venda de uma parte de terras no valor de nove contos, oitocentos e quarenta e quatro mil, oitocentos e sessenta e tres reis, que o supplicante houve como legitima, por fallecimento de sua mãe D. Rita Candida Ribeiro, na fasenda denominada – Alto da Serra, deste municipio, cuja venda o supplicante contractou com o cidadão Dr. Sancho de Bittencourt Berenguer Cesar, pela quantia de trinta contos de reis. N’estes termos, sendo a mesma venda de grande vantagem para o supplicante, vem requerer a V. Exa. consentimento para realisala, mandando passar o respectivo alvará. E., do deferimento, distribuido e autoada esta. E.R.M. S. Rita do Passa Quatro, 14 de Agosto de 1894
(as.) Eduardo Rocha
O Supplicante sendo de maior idade como prova com o documento que junta, não acho inconveniente algum ser deferido seu requerimento, pelo que dou de parecer que se defira o requerido. Santa Rita do Passa Quatro, 14 de Agosto de 1894.
                                  O Curador dos Orphãos                                 Theophilo Fidelis dos Santos
Segundo o Inventário, D. Rita Cândida deixou os seguintes herdeiros:
3-1 José Avelino Rocha, contava 26 anos, por ocasião da abertura do inventário de sua mãe. Casou-se com Amélia Lousada, tendo entre outros filhos, Dr. Eduardo Lousada Rocha, bacharel em Direito pela então Faculdade de Direito do Largo de São Francisco,
Revista da ASBRAP nº 4 232
hoje pertencente à Universidade de S. Paulo (USP), delegado de polícia, casado com D. Maria do Carmo Palma de Souza (Zozoca), filha de Ezequiel Pereira de Souza e de Clothilde Vieira Palma, filha esta de Francisco Vieira Palma e de Francisca de Andrade Vieira Ribeiro (Sá Chica), adiante citados.
Transcrevemos, a seguir, a entrevista que o dr. Eduardo Lousada Rocha gentilmente nos concedeu, em 1983, a respeito da atuação da família Rocha na formação histórica de Santa Rita do Passa Quatro:
Em 1979 consegui salvar da destruição os autos de conflito de jurisdição entre o Juízo da Comarca de Santa Rita, onde havia sido aberto o inventário de José Garcia da Rocha, e o de São João da Boa Vista, onde a viúva em segundas núpcias de José Garcia da Rocha também requerera inventário.
Há uma peça no inventário que se chama primeiras declarações e nestas primeiras declarações a inventariante, que foi a viúva, por seu advogado, arrola o nome do falecido e de seus herdeiros. Possivelmente ali deve constar a filiação de José Garcia da Rocha.
Era ele natural do Distrito de Pouso Alegre, e sua primeira mulher foi Rita Ribeiro.
Acho importantíssimo você ir procurar o inventário de José Garcia da Rocha em São João da Boa Vista. Ele deixou um filho, único do segundo casamento, Victor Rocha, que eu fui conhecer quando fui lá em São João, nosso Tio, único irmão de meu pai do segundo casamento, que tinha uma fábrica de meias e era um sujeito tão bom que eu disse para ele: “Não tem jeito de eu chamar você de tio; que negócio é esse?!”. Era você prá lá, você prá cá. Posteriormente, fui fazer-lhe uma visita, quando ele já estava muito doente, em casa de sua única filha e fizeram lá uma trapalhada, evitaram minha visita, fiquei muito magoado.
O povo de Santa Rita ignora completamente a família Ribeiro do Valle. E eu encasquetei uma idéia na minha cabeça: vou localizar, mais ou menos, mas, vamos voltar às raízes: em 1842, logo depois da queda da Revolução Liberal de Minas veio um grupo de famílias pro (sic) vale do Rio Bebedouro, que fica afluente do Moji Guaçú, mais a vazante, e o vale do Rio Claro (afluente do Moji-Guaçú) mais a  juzante e a colina onde está hoje a cidade de Santa Rita do Passa Quatro ficava entre esses dois vales. Eu ouvi contar, na minha meninice, pelos meus pais, tios e antepassados, que Rita Ribeiro Villela, que não deve ser confundida com Rita Ribeiro Villela, casada com o Paulo Villela, foi
Revista da ASBRAP nº 4 233
casada Rita com um Villela, Capitão Gabriel Villela - uma, recente, e a outra lá nesses períodos de fundação da cidade. Ela doou uma capela, aqui no Espigão, que recebeu como orago Santa Rita de Cássia, em agradecimento àquilo que tinham recebido por milagre de Santa Rita, que foi o perdão dado aos revolucionários da família, que moravam no sertão de Pouso Alegre, que, nesse tempo, pertencia à Comarca de São João Del Rei. Por isso não se pode dizer que os nossos antepassados sejam oriundos de S. João Del Rei. Eram apenas territorialmente e geograficamente, porque eles eram da região de Pouso Alegre, que hoje é uma região autônoma. Não se pode dizer que eram de Ouro Preto, naquele tempo poder-se-ia. Hoje não se pode mais. Então, essa capelinha, dizem que foi a célula da qual surgiu, por mãos de Inácio Ribeiro do Valle, que já nesse tempo tinha deixado o Valle e só assinava Ignacio Ribeiro, a cidade de Santa Rita do Passa Quatro, tanto que Ignacio Ribeiro é tido como o fundador da cidade. Agora, essa coisa de Passa Quatro nasceu do seguinte: Minas Gerais tem umas quinze, dezessete cidades, chamadas Santa Rita e, por mal dos nossos pecados, lá na zona da Mata, uma cidade que se chama Passa Quatro, perto de Poço Fundo, lá pelos lados de Juiz de Fora. Então, pra (sic) distinguir a Santa Rita das outras Santas Ritas, eu ouvi contar uma história, não sei até que ponto ela será válida, que, ao virem atravessar esses campos, que ficam entre, aqui, Santa Rita, e a região de Poços de Caldas, a serra de Caldas, possivelmente a serra das Cangalhas, ou melhor, essa serra mais pra Leste, a serra do Caracol, onde existe uma cidade chamada Caracol, que ficou muito desmoralizada, porque quem queria contratar capanga para matar inimigo, ou procurava Caracol ou procurava Cabo Verde. Cabo Verde continua Cabo Verde, mas Caracol mudou de nome. Hoje se chama Andradas, em homenagem aos Andradas mineiros. Mas, depois que eles12 deixaram a serra do Caracol e vieram atravessando os campos, ao chegar aqui nas proximidades de Santa Rita, que eles procuravam porque, não sei qual dos antepassados de Inácio Ribeiro tinha formado as posses da “Sesmaria do Bebedouro”, que era uma extensão brutal de terras, que ia daqui até a divisa de Palmeiras, ou até pra lá de Palmeiras. Eles atravessaram o córrego quatro vezes e então botaram isso com o nome de Ribeirão do Passa Quatro e em decorrência da capela mandada construir por Rita Ribeiro Vilela, em homenagem a Santa Rita, por gratidão àquilo que tinham por um milagre - que foi o perdão concedido pelas tropas de Caxias aos revolucionários da chamada falange de Pouso Alegre. Essa capela foi a origem da cidade. Os Rochas são, todos, loiros, de olhos bem claros. O pai do Juquita, tio Eduardo, tinha os olhos bem claros, o Juquita tem os olhos
12 Os Ribeiros.
Revista da ASBRAP nº 4 234
esverdeados. Agora quem puxou pelos Ribeiros é tudo moreno, como o Tulinho13 , que é bem moreno. O meu pai, por exemplo, era de olhos amarelados e o meu filho mais velho, saiu inteiramente Rocha, altão e de cabelo cor de milho. E o meu irmão, José Ribeiro Rocha, o Rochinha, era loiro, loiro. Minha tia Henriqueta tinha os olhos bem claros. Agora, não sei se esse loiro vem de Rocha ou de Garcia, porque eu não conheci a fisionomia dos Garcias.                                O brasão de Santa Rita tem por dístico a frase: “J’y suis, j’y reste”, como uma atração da terra sentida pelas pessoas de fora. Eu interpreto isso de uma maneira diferente. Essa atração talvez tenha sido sentida pelo autor do brasão, que era de fora e aqui ficou, é uma coisa subconsciente.                                O Partido dos Conservadores, quando venceu os Liberais, sugeriu, não impôs, mas sugeriu que se mudassem de Pouso Alegre, e então eles resolveram mudar de Pouso Alegre de uma vez, para o Estado de S. Paulo14 e, então, aí está uma razão de ordem psicológica, criando um fenômeno de ordem social, influenciando na genealogia. Porque, os fatores humanos são de tal complexidade que não é possível explicá-los à luz de uma determinada ciência ou de mera suposição.
3-2 Ananias Rocha - 19 anos, emancipado. Casou-se com Maria Luiza Guimarães em 1as. núpcias e com América Junqueira, em 2as. núpcias.
3-3 Eduardo Rocha - 16 anos na época do falecimento de sua mãe, Rita Cândida Ribeiro. Estava estudando em Paris, portanto providenciou uma procuração em favor de seu pai, José Garcia da Rocha, passada no Consulado Geral dos Estados Unidos do Brasil em França, em 28 de janeiro de 1892. Casou-se com Custódia de Andrade Ribeiro, sua prima, nascida em 7 de fevereiro de 1880, filha de Manoel Joaquim Ribeiro e de Margarida Umbelina Vieira de Andrade; neta paterna de Inácio Ribeiro do Valle e de Joaquina Cândida de São Joaquim; neta materna do Capitão Manoel Custódio Vieira e de Umbelina Honoria de Andrade Diniz Junqueira (cf. Frederico de Barros Brotero, “Memórias e Tradições da Família Junqueira”, S. Paulo, 2a. edição, 1960, pág. 300). Foram proprietários de fazendas em Bariri, Santa Rita e, finalmente, em Franca, Fazenda Jaguarão.
Residiu em S. José do Rio Pardo, onde foi dono de casa comercial e bancária. Faleceu em 1932. Filhos:
13 Tulio Ribeiro Rocha, engenheiro agrônomo, falecido, filho de Eduardo Rocha e de Custódia de Andrade Ribeiro. 14 Então Província de São Paulo.
Revista da ASBRAP nº 4 235
4-1 Rita Ribeiro Rocha, professora de francês, casada com seu primo, Clóvis Ribeiro Vieira, filho de José Antonio Vieira e de Maria Umbelina de Andrade Ribeiro; neto paterno do Capitão Joaquim Custódio Vieira e de Carolina Cândida Ferreira de Brito; neto materno de Manoel Joaquim Ribeiro e de Margarida Umbelina Vieira. Médico microbiologista, formado pelo Instituto de Manguinhos, no Rio de Janeiro, tendo sido discípulo de Oswaldo Cruz. Faleceram, Dr. Clóvis e Profa. Ritinha,  em desastre automobilístico no caminho de Franca para São José do Rio Preto. Tiveram:
5-1 Rubens Rocha Vieira, médico microbiologista, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e, posteriormente, professor e fundador da Faculdade de Medicina de S. José do Rio Preto. Casado com Stela Aparecida Machado de Souza, filha de Arlindo Meirelles Machado de Souza e de Maria Zenaide Silva Pinheiro; neta paterna de Francisco Machado de Souza e de D. Joaquina Evarista de Souza Meirelles, uma das grandes fortunas de Ribeirão Preto (SP). Têm:
6-1 Rubens Eduardo de Souza Vieira, médico, residente em Ribeirão Preto (SP), casado com Gisele de Saldanha da Gama.
6-2 Adriana de Souza Vieira, universitária, casada, com o Dr. Miguel Zeratti Júnior, médico. Têm:
7-1 Ricardo Vieira Zeratti.
6-3 André de Souza Vieira, engenheiro, residente em S. Paulo.
6-4 Ana Paula de Souza Vieira, universitária, casada, em 18-398, na Igreja de N. S. do Sagrado Coração, em São José do Rio Preto (SP), com Cássio Luís Ferrari Táfari, filho de Luiz Táfari, e de Maria Lúcia Ferrari Táfari.
5-2 Renato Rocha Vieira, engenheiro, professor da Politécnica (USP), casado com sua prima, Sílvia Corrêa Hernandez, advogada, filha de Sílvio Hernandez e de Maria Aparecida (D. Santinha) da Rocha Corrêa.
5-3 Rachel Rocha Vieira, falecida, foi casada com Waner (e não Wagner) Cintra Chaves, hoje sacerdote.
5-4 Roberto Rocha Vieira, engenheiro, casado com Marlene Vieira. Com geração.
4-2 Dr. Atílio Ribeiro Rocha
Fez seus estudos secundários no Colégio dos Jesuítas de Itu e formou-se em medicina aos 21 anos pela Universidade do Rio de
Revista da ASBRAP nº 4 236
Janeiro, foi convidado em seguida pelo seu professor e Reitor da Universidade, Rocha Vaz, para lecionar clínica propedêutica. Faleceu solteiro, vítima de tuberculose, com 23 anos.
4-3 Dr. José Ribeiro Rocha (Juquita), nascido em Franca (SP) em 30-05-1908.
Iniciou seu curso na Politécnica de S. Paulo, transferindo-se para a Politécnica da Universidade do Rio de Janeiro, onde diplomouse como geógrafo, engenheiro civil e eletricista. Fez parte do Diretório Acadêmico da Universidade, foi presidente do Diretório Acadêmico da Politécnica e dirigiu sua revista CTC. Participou da Revolução de 32, como tenente adjunto do Estado Maior do General Klinger, na 4a. Secção, e depois como capitão comandou uma das Companhias de Engenharia do MMDC, que atuou no setor sul entre Itapetininga e Buri. Co-fundador de várias emissoras de rádio pioneiras, foi diretor e principal acionista da Rádio Bahia, Rádio Cultural da Bahia, ambas em Salvador e Rádio Cultura de Poços de Caldas e Rádio Clube Hertz, de Franca, sendo esta uma das primeiras fundadas no Brasil, em 1925.
Faleceu, com testamento, em 7 de abril de 199315. Está sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo.
Casado com  Maria Helena Ramos de Figueiredo, filha de Amílcar de Figueiredo e de Júlia da Costa Ramos (sobrinha-neta do Coronel Francisco Schmidt, o “Rei do Café”, e parente do Interventor Fernando Costa), abastados proprietários em S. Paulo. Tiveram os filhos:
5-1 Ana Maria Figueiredo Ribeiro Rocha, tradutora em S. Paulo, responsável pela tradução para o português da bíblia do mercado de capitais, o Dictionary of Finance and Investment Terms, de John Downes e Jordan Elliot Goodman4.  Foi casada com o Dr. Luiz de Figueiredo Forbes, advogado, residente em Nova York, filho do Dr. Luiz de Souza Dantas Forbes e de Beatriz de Figueiredo Forbes. Tem:
6-1 Luiz de Figueiredo Rocha Forbes, estudante de Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
5-2 Eduardo Ribeiro Rocha (Edo Rocha)
Arquiteto pela FAU-USP. Fez parte do DEHURB do Governo de S. Paulo. Participou de exposições coletivas e individuais diversas.
15 Inventário, com testamento, processado no 2o. Ofício da Família e das Sucessões da Comarca da Capital do Estado de São Paulo.
Revista da ASBRAP nº 4 237
Tomou parte em duas exposições bienais em S. Paulo, duas na Bahia e foi premiado no Museu de Arte Contemporânea da USP. Conselheiro do MAM, em S. Paulo. Casado com Elizabeth Penteado Villela.
4-4 Dr. Túlio Ribeiro Rocha (Tulinho), engenheiro agrônomo, casado com Lourdes de Souza Campos Coelho, de tradicional família de Campinas (SP). Com grande geração, entrelaçada com os Figueiredos Ferrazes, de Mocóca (SP).
4-5 Dr. Luiz Ribeiro Rocha (Luizão), engenheiro, proprietário do alambique de cana-de-açúcar Nica Preta, em Itupeva (SP), casado com Ana (de Bittencourt) Coelho Rocha. Têm: 5-1 Pedro Coelho Rocha e 5-2 Luiz Coelho Rocha.
4-6 Dr. Márcio Ribeiro Rocha, engenheiro químico pela Politécnica de São Paulo, falecido, sem filhos.
4-7 Maria Helena e 4-8 Sérgio, falecidos menores.
3-4 Ignacia Olyntha Rocha - 24 anos. Casou-se com José Corrêa Duque, português, não deixando geração. Em Figueira da Foz, possuiam um teatro e um balneário. José Duque, no Brasil, fora escrivão da Fazenda Jamaica, de Severino Meirelles. Era viúvo e com filhos do primeiro casamento. Pelas leis portuguesas, os filhos ficaram com todos os seus bens, resultando que Ignacia se visse pobre e em terra estranha. Pediu, então, auxílio ao irmão Eduardo e, sendo repatriada, morreu na casa de José Emygdio da Costa Corrêa, em 1918, em Santa Rita. O Dr. Eduardo Lousada Rocha, seu sobrinho, foi destacado para buscar Ignacia em Portugal.
3-5 Maria da Conceição Ribeiro da Rocha - 22 anos. Casouse com José Emygdio da Costa Corrêa, filho de João Baptista Corrêa, Vereador em Piracicaba, proprietário das Fazendas Tanquinho, perto de Araraquara, e Santo Antonio da Figueira, em Rio Claro (SP), e de Fausta Ignez da Costa Carvalho, afilhada do Marquês de Monte Alegre; n. p. de João Corrêa da Silva, proprietário da Fazenda Ave-Cuia, e Gertrudes Luiza Sodré; n.m. de Antonio da Costa Carvalho, Juiz de Fora, proprietário da Fazenda Bonfim e Coletor de Rendas Gerais, em Piracicaba (SP), e  de Theodora Leopoldina da Cunha Carvalho.  Antonio da Costa Carvalho era irmão do Marquês de Monte Alegre.
José Emygdio,  foi funcionário público e político militante, adepto do Partido dos Meirelles, em Santa Rita do Passa Quatro.
16 Cf. “Dicionário de Termos Financeiros e de Investimento”, São Paulo, Nobel-BOVESPA, 1993. Tradução: Ana Rocha Tradutores Associados.
Revista da ASBRAP nº 4 238
Certa vez, em renhido pleito a decidir a política local, o Coronel Victor Meirelles avisou José Emygdio de que o seu partido seria derrotado e que ele ou desistisse das eleições ou mudasse de partido, pois poderia perder seu emprego, tendo seis filhos a sustentar e nenhuma fortuna. José não se alterou. Iria ficar do lado dos Meirelles e tranquilizou o Coronel, pois iriam ganhar. E, de fato, ganharam, pois o pai de D. Santinha comprou, por 3:000$000, o voto de três sujeitos de Santa Cruz da Estrela, o que decidiu a eleição em favor dos Meirelles. Graças a isto, “seo” José foi promovido.
Filhos:
4-1 Álvaro Corrêa, c.c. Aretusa Diniz Junqueira, de Cajurú.
4-2 Rita Corrêa de Carvalho, c.c. José Carneiro de Carvalho, de Cajurú.
4-3 João Baptista Corrêa, c.c. Ana de Carvalho, de Cajurú, s.s.
4-4 Maria Aparecida Corrêa Hernandez (D. Santinha), c.c. Sílvio José Hernandez e tiveram:
5-1 Sílvia Maria Corrêa Hernandez, advogada, c.c. o Dr. Renato Rocha Vieira, professor doutor da Politécnica de S. Paulo (USP), seu primo, filho de Clovis Ribeiro Vieira e de Rita Ribeiro Rocha, também citados neste trabalho. Têm:
6-1 Priscila Hernandez Rocha Vieira, n. S. Paulo a 27-2-1979.
5-2 Ruy Corrêa Hernandez, c.c. Áurea Rubio.
4-5 Josefina Corrêa, solteira.
4-6 Acacio Paulo da Rocha Corrêa, c.c. Antonieta Mourão.
Este Acácio trabalhou na Ribeiro & Irmão, no Mandihu, e, como o pai, desde cedo envolveu-se com a política. Quando fez 18 anos, decidiu votar e usou de um embuste, pois a idade legal, na época, era a de 21 anos. Acacio votou duas vezes, com o voto de um preto e de um branco, só que do título do branco constava que este tinha 80 anos. O fiscal, então, interpelou o jovem Acacio: - Como é que o senhor pode ter 80 anos com essa cara? E respondeu, cínico, o Acacio: - Ah! É que eu sou muito conservado! Acacio participou ativamente da Revolução de 32, apresentando-se logo no dia 10 de julho, lutando sob as ordens de Euclydes de Figueiredo.
3-6 Firmina Garcia Rocha - não consta a idade. Casada com Misael Ribeiro Rocha, conforme a certidão17 abaixo transcrita:
Revista da ASBRAP nº 4 239
Aos onze de setembro de mil oito centos oitenta e tres. Em oratorio particular, nesta freguezia de Santa Rita do passa quatro, pelas tres horas da tarde, cumpridas as formalidades do estylo sendo confessa e recebida a sagrada comunhão: em minha presença e de dois testemunhos Senhor Vicente Ribeiro de Fonseca, e Manoel Joaquim Ribeiro. Com provisão de Sua Exa. Revm. o Senhor Bispo Diocesano, que tendo dispensado do impedimento de consanguinidade em que achavam-se hos contrahentes em segundo grao agnal da linha transversal. Com palavras de presente se receberão em matrimonio Mizael Ribeiro Rocha, e Jesuína Garcia Rocha. Elle filho legitimo de Jozé Ribeiro da Fonseca e Carolina Maria das Neves nascido e baptizado na Parochia de S. Simão, e ella filha legitima de José Garcia Rocha, e de Rita Candida Ribeiro, nascida e baptizada nesta Parochia. Logo receberão as benções nupciaes.
3-7 Henriquetta Ribeiro Rocha - com 14 anos, na época do falecimento de sua mãe. Casou-se, aos 22 anos, com Barnabé da Costa Corrêa, falecido em 26 de março de 1932, aos 62 anos, em Santa Rita do Passa Quatro, filho de João Baptista Corrêa da Silva, proprietário da Fazenda Ave-Cuia, entre Itu e Piracicaba, e de Fausta Ignez da Costa Carvalho, falecida aos 78 anos, em 14 de dezembro de 1910, em Piracicaba (SP)18.
Dr. Paulo Henrique da Rocha Corrêa, filho do casal, geopolítico e professor universitário, inteligente e culto informante de fatos relativos à história de Santa Rita do Passa Quatro, prestou-nos o depoimento que segue adiante:
1 - REVOLTA DA ESTAÇÃO - A revolta da Estação - rebeldia contra o embarque de elementos da cidade para reforçar as tropas de Floriano - foi chefiada por Quincas Ribeiro, líder político da Família Ribeiro, naquele momento em oposição à política municipal e federal. Do lado da situação, chefiava o Coronel Victor Meirelles. Vítima do lado situacionista foi o Alferes Almeida, que veio a falecer, em decorrência de um tiro na perna. Do lado dos Ribeiros, foi João Baiano, ex-escravo de José Garcia da Rocha, que teve um olho vazado e outros ferimentos. Há uma terceira vítima, cujo nome o depoente - Paulo Henrique - não recorda. A rivalidade entre Ribeiros e Meirelles extinguiuse com o tempo e, sobretudo, em razão dos diversos casamentos entre as duas famílias, hoje bastante entrelaçadas.  Deve ser consultada a “Folha de Santa Rita”, que contém um artigo do Prof.
17 Conforme a ortografia original. 18 Sobrinha do Marquês de Monte Alegre. Ver, mais extensamente, Maria Amália Corrêa Giffoni, in “Algumas Considerações sobre o Marquês de Monte Alegre”, Edição Comemorativa do Cinqüentenário do Instituto Genealógico Brasileiro, São Paulo, IMESC, 1992, pp. 265-72.
Revista da ASBRAP nº 4 240
José Gonso sobre o episódio. Alguns fatos não foram mencionados por estarem vivas, na ocasião da publicação desse artigo, figuras que participaram do evento e causaram vítimas do lado oposto.
2 - QUESTÃO DA DATA DE FUNDAÇÃO, FUNDADORES E NOME DA CIDADE - Segundo o entrevistado, tudo isso se encontra claramente exposto no “Dicionário Geográfico Brasileiro”, de autoria de Alfredo Moreira Pinto. Essa coleção, em vários volumes, é raridade bibliográfica, que poderá ser encontrada na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. O volume pertinente a Santa Rita foi adquirido pelo sr. Victor Ribeiro, autor de memórias e trabalhos genealógicos, ex-prefeito de Santa Rita e um de seus historiadores. Presumo que este volume esteja em mãos da professora de História e Geografia Branca Ribeiro19. Essa coleção foi elaborada em trinta e três anos de pesquisa, terminando em 1893, e, no ano seguinte, o Governo de Floriano Peixoto considerou-a como documento oficial. É, pois, uma certidão de nascimento das cidades brasileiras daquela época e como em relação a Santa Rita o registro era recente, quanto à sua fundação, considera o declarante essa coleção elemento duplamento válido: primeiro, porque é oficial, segundo, porque muito vivas estavam na memória dos que prestaram depoimentos para aquele ilustre pesquisador, os fatos relativos à fundação, bem como o nome dos fundadores, datas e razão do aposto PASSA QUATRO. Victor Ribeiro tirou cópias da parte relativa a Santa Rita e as fez publicar em Santa Rosa, São Simão, Santa Rita e Tambaú, para que as memórias do documento não se perdessem. Se o depoente não se engana, do histórico feito sobre Santa Rita para o “Dicionário dos Municípios Brasileiros”, obra oficial do I.B.G.E., editada em 1960, constam os trechos principais do referido “Dicionário Geográfico Brasileiro”, pois que o autor do histórico do “Dicionário dos Municípios” é o declarante.
Isto vem dirimir a dúvida que se pretendeu lançar sobre a data da fundação. Ela é, tanto quanto rezam os documentos que conhecemos, realmente, a tida por boa, isto é, 22 de maio de 1860. Quanto aos fundadores, o declarante não se lembra dos três outros nomes que ajudaram INÁCIO RIBEIRO DO VALLE a fundar a cidade, mas eles se encontram nos dois dicionários já citados. A razão do Passa Quatro decorre de se atravessar quatro vezes o córrego que tem hoje esse nome, através de uma estrada que demandava Pirassununga, cidade a cuja jurisdição Santa Rita pertencia àquela época. O Passa Quatro junta-se ao córrego Santa Rita e ao córrego Rola-Abóbora, para desaguar no Rio Claro, afluente da margem direita
19 Apelido de Maria da Conceição Martins Ribeiro, doutora em História pela Universidade de S. Paulo (USP) e membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
Revista da ASBRAP nº 4 241
do Moji-Guaçú.
3 - ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA EM SANTA RITA - É descrita por Victor Ribeiro, em seu trabalho “Autobiografia e Outros Escritos”, editora Revista dos Tribunais. O personagem que testemunha a euforia dos libertos e triste vê o quase-fim de seu patrimônio é o pai do autor, Francisco Deocleciano Ribeiro. Como registra em seu livro “Um pensamento na eternidade”, o historiador Vinicius Stein de Campos, na Província de S. Paulo, via de regra, os escravos representavam o maior patrimônio; tão maior, que a soma das terras e máquinas era inferior ao valor da mão-de-obra negra. Vendo-se privados, da noite para o dia, de tão fundamental instrumento de produção, as terras cairam de preço e a mão-de-obra super-valorizou-se. Os imigrantes tiveram oportunidade de, com pouco tempo de trabalho, adquirir áreas razoáveis. Começa o declínio das famílias tradicionais e a ascensão dos imigrantes. Esse quadro é mais perfeito na Mojiana e Sorocabana, mas inclui também a região de Santa Rita.
4 - Quanto à pergunta do entrevistador sobre peças das igrejas de Santa Rita, as maiores autoridades locais, segundo o entrevistado, são o professor de História do Instituto de Educação de Santa Rita e colecionador de peças sacras Carlos Del Bel e o médico Miguel Bello. Del Bel tem sobretudo as peças da extinta igreja do desaparecido Distrito de Rio-Clarinho e da Igreja de Santa Cruz da Estrela. Já o Dr. Bello ficou com grande número de peças da demolida Igreja do Rosário, esta na cidade. Com a nova orientação dos párocos de Santa Rita, a antiga igreja do Rosário, de estilo tradicional, foi substituída por outra, de arquitetura moderna. Também a nossa Matriz sofreu alterações, como a retirada dos pulpitos e outras, ainda que com o veemente protesto de uma das mais antigas e fervorosas zeladoras, Maria do Carmo Conrado Ribeiro, a saudosa dona Carmita. Contra a demolição da Igreja do Rosário, manifestou-se, perante conterrâneos e amigos, a escritora Maria Amália Corrêa Gifoni, professora da USP.
3-8 Maria das Neves Ribeiro Rocha, casada com Custodio Ribeiro da Fonseca.
 Apresentamos a relação de filhos que  o casal tinha por ocasião do inventário de Rita Candida Ribeiro, com as respectivas idades (em 1892):
4-1 Carolina, filha de Maria Neves da Conceição - 12 anos
4-2 José, filho de Maria das Neves Conceição - 17 anos
4-3 Júlio, com 15 anos de idade.
Revista da ASBRAP nº 4 242
4-4 Sebastião, com 8 anos de idade
4-5 Maria, com 6 anos de idade.
3-9 Joaquina Garcia Rocha, sem mais notícias.
José Garcia da Rocha (2-1) casou-se em segundas núpcias com Maria Joanna Ferreira, conforme faz prova a certidão abaixo transcrita1:
República dos Estados Unidos do Brasil       Município de S.J. Bôa Vista Distrito de S.J. Bôa Vista Armas do Estado de S. Paulo
                                                                     Brasil Comarca de S. J. Bôa Vista
                               Orlando de Andrade Rezende
                                   Escrivão de Paz e Oficial do Registro Civil
CERTIDÃO DE CASAMENTO
Certifico que sob o n. 265 à fls. 166 a vo. do livro no. B-1, de registro de casamentos, encontra-se o assento do matrimônio de JOSÉ GARCIA DA ROCHA e dona MARIA JOANNA FERREIRA, realizado aos 23 de abril de 1.892, nesta cidade em cartório, perante o Juiz de Paz e Casamentos Joaquim José de Oliveira e as testemunhas Antonio Bernardino Velloso e Francisco Pereira Machado. Ele, nascido em Pouso Alegre, Estado de Minas Gerais, com 56 anos de idade, profissão ———, viuvo, residente e domiciliado neste distrito, filho de Custodio Ferreira Rocha e de dona Maria das Neves da Conceição. Ela, nascida neste distrito, com 36 anos de idade, profissão ———, viuva, residente e domiciliada neste distrito, filha de Lourenço Ferreira Costa e de dona Maria Joaquina Ferreira Costa, a qual passa a assinar-se (não consta). Casamento realizado pelo regime (não consta). O referido é verdade e dou fé. Cartório de Paz e do Registro Civil de S. João da Boa Vista, 7 de dezembro de 1964. (as.) Orlando de Andrade Rezende.
Deste segundo casamento, José Garcia da Rocha teve um único filho:
3-10 Victor Ferreira Rocha, nascido em 4 de março de 1893, casado em S. João da Boa Vista, em 12-12-1916, com Maria Eliza Andrade Rezende, filha de Azarias Candido Rezende e Maria de Andrade Rezende.
Revista da ASBRAP nº 4 243
4-1 Maria Aparecida Rezende Rocha (Mariola), nasc. em 228-1917, em S. João da Boa Vista, c.c. Heitor Parreira, nascido em 152-1915, em S. João da Boa Vista, filho de José Octávio Parreira e de Maria Teixeira Parreira. Tiveram:
5-1 Paulo Cezar Parreira, n. 15-11-1939, casado com Maria Luiza Telles Mascaro em 9-1-1969 e têm:
6-1 Maria Eliza Mascaro Parreira, nasc. 26-11-1969 em S. João da Boa Vista
6-2 Maria Cristina Mascaro Parreira.
Victor (3-10), viúvo em 21-5-1922, casou-se em 2as. núpcias com Ibrantina de Azevedo Barbosa em 4 de julho de 1931 e não teve filhos. Faleceu em 12-8-1956. Está sepultado em S. João da Boa Vista.
Tivemos a oportunidade de manusear o conflito de competência suscitado no Inventário de José Garcia da Rocha (2-1), do qual colhemos os seguintes dados:
O Alferes José Garcia da Rocha faleceu em Santa Rita do Passa Quatro no dia 14 de setembro de 1894, deixando testamento e os seguintes bens:
1 = Dívidas ativas, constantes de letras e outros títulos;
2 = Fazenda Santa Maria do Tijuco Preto;
3 = A décima parte da Fazenda do Retiro do Douradinho, da qual era usufrutuário Lourenço Antonio Ferreira Costa, seu sogro.
4 = Móveis e semoventes.
5 = Uma casa em São João da Boa Vista.
6 = Uma parte de terra na Fazenda do Cantagalo, no município de São João da Boa Vista.
De seus dois consórcios deixou oito filhos e, à época de seu falecimento, cinco netos.
A segunda esposa era analfabeta e passou procuração, em 17 de setembro de 1894, em Santa Rita do Passa Quatro, para Manoel Joaquim Ribeiro e Lourenço Antonio Ferreira Costa, para representála no inventário de seu marido.
O inventário de José Garcia da Rocha deu origem a uma demanda judicial, provocando conflito de jurisdição entre as comarcas
Revista da ASBRAP nº 4 244
de Santa Rita do Passa Quatro e de São João da Boa Vista, para decidir em qual delas se processaria o inventário de José Garcia da Rocha. Venceu a causa D. Maria Joanna Ferreira, processando-se o inventário em S. João da Boa Vista. Foram nomeados testamenteiros: em primeiro lugar, a mulher do testador, dona Maria Joana Ferreira Rocha; em segundo lugar, Manoel Joaquim Ribeiro e em terceiro lugar, Joaquim Bernardino Moreira. O falecido era eleitor, matriculado sob o no. 391 em Santa Rita do Passa Quatro e foi Jurado na mesma Comarca. José Garcia Rocha e sua mulher, Maria Joana, venderam uma fazenda em Santa Rita do Passa Quatro ao Dr. Sancho Bittencourt. Deixou dívidas ativas no montante superior a cento e vinte contos de réis, bem como vinte contos de réis de remessa de café para Santos. O Juiz Relator no caso do conflito de jurisdição foi o Dr. Frederico Dabney de Avellar Brotero. José Garcia da Rocha tinha um posto na Guarda Nacional, como Alferes da 4a. Companhia do Batalhão de Reserva, sob o n. 56. Por motivo de moléstia, mudou-se da roça para a cidade e contratou um italiano para cuidar de sua fazenda. Pouco antes de morrer, José Garcia Rocha voltou a Santa Rita, levando em sua companhia Francisco Ferreira da Silva, lavrador, trazendo de lá um carro com dezesseis bois que, de São João da Boa Vista, tinha ido para Santa Rita, para apressar a colheita de café, e mais quatro animais de sela e um de carga. José Garcia da Rocha comprou uma sorte de terras da Fazenda Cantagalo, de Manoel Joaquim Pereira Rocha, por escritura lavrada em 18 de março de 1893. José Garcia da Rocha foi proprietário, também, de uma Fazenda denominada Bela Vista, que era extensa e de produção variada: café, frutas, gado etc, contando com uma bela sede, que foi totalmente destruída por um incêndio. Segundo tradição familiar, José Garcia da Rocha foi um homem progressista e de fortuna. Tendo viajado duas vezes para a Europa, possuia, entre outras coisas, ainda no princípio do século, uma máquina de lavar roupa! Foi ele pessoa importante na formação de Santa Rita, podendo ser considerado um de seus fundadores, tendo, inclusive, construído a estradinha de ferro que saía de Santa Rita para Porto
Revista da ASBRAP nº 4 245
Ferreira, em terras doadas pela família, que custeou as despesas para sua construção.
Foi sócio honorário da Sociedade Beneficente Patria e Dovere e era tão querido da colônia italiana que, ao morrer, teve seu caixão envolvido com a bandeira da Sociedade.
Consta que as Famílias Rocha e Ribeiro gozavam de tanto prestígio que, vindo certo Juiz de Limeira (SP) para presidir um julgamento, não pode fazê-lo, pois todos os membros do Júri pertenciam às famílias Rocha e Ribeiro e estavam de luto pela morte de Rita Cândida Ribeiro.
2-2 Carolina Garcia Rocha (filha de 1-1 Maria das Neves), nasceu em Aiuruóca em 19 de novembro de 1828, casou-se com José Ribeiro da Fonseca, e teve, que descobrimos:
3-1 Rita Maciel Ribeiro, casada com Antonio Vieira Rocha, adiante citado.
2-3 Cesario Garcia da Rocha nasceu em 5 de abril de 1838
2-4 Ana Inácia Garcia Rocha, nasceu em 1829
2-5 Maria Garcia Rocha, nasceu em 2 de abril de 1831
2-6 Mizael Garcia Rocha, nasceu em 7 de janeiro de 1834.
2-7 Domiciano Garcia Rocha, nasceu em 23 de março de 1840.
2-8 Custódia Garcia Rocha, nasceu em 10 de setembro de 1842.
2-9 João Baptista Garcia Rocha, nasceu em 28 de setembro de 1843.
2-10 Emerenciana Garcia Rocha, nasceu em 7 de setembro de 1832
Custodio Ferreira da Rocha, enviuvando de 1-1 Maria das Neves, casou-se com D. Lucia Victoria de Magalhães, em 16 de junho de 1847.
Custodio Ferreira Rocha teve, que descobrimos:
2-11 Inês, nascida em 20 de abril de 1848, casada com Martiniano Borges.
2-12 Luciana, nascida em 27 de maio de 1852, casada com José das Neves Costa.
2-13 Joaquim Pereira Rocha, nasceu em 17 de outubro de 1849, casado com Joaquina Tavares.
Revista da ASBRAP nº 4 246
2-14 Dimas Ferreira Rocha, nasceu em 1 de abril de 1854, casado com Ana Luiza. Ana Luiza era irmã de Maria Joana Ferreira Rocha, que foi casada com José Garcia da Rocha.
2-15 Marcos Pereira Rocha, nascido em 27 de maio de 1856, casado com Maria do Carmo Brochado.
2-16 Isequiel Pereira Rocha, nascido em 17 de maio de 1861, casado com Ana Bernardina Brochado.
2-17 Manoel Joaquim Pereira Rocha, nascido em 14 de março de 1863, casado com Ipólita Gabriel da Costa.
2-18 Cornélio Pereira Rocha, nascido em 9 de julho de 1866, casado em 2 de fevereiro de 1889, na Matriz de S. João da Boa Vista, com Francisca Luciana de Jesus Dornelas, filha de Antonio Dornelas Tavares e de Maria Luciana. Tiveram, que descobrimos:
3-1 Francisco, nascido em 28 de novembro de 1902, em S. João da Boa Vista.
2-19 Ana Silveira, nascida em 23 de janeiro de 1876.
Segundo tradição familiar, consta que Custódio Ferreira Rocha teria tido vinte e dois filhos, faltando, pois, três.
Custódio residiu por algum tempo em Lavra de Funil, hoje Lavrinha, tendo sido dono da Fazenda Santa Teresa, em São João da Boa Vista.
Parágrafo 2º
FLORIANA MARIA DAS NEVES
(gêmea com Laureana (Parágrafo 1º) e filha de JOSÉ GARCIA (Título 1), vinculada às Famílias Rocha, Palma e Ribeiro do Valle.
Segundo o saudoso genealogista Dr. José Guimarães, Floriana Maria das Neves foi batizada em São João Del Rei em 27 de agosto de 1785, segundo árvore organizada por Dr. José Guimarães, Ouro Fino.
Casou-se com o Alferes de Milícias JOSÉ VIEIRA DA FONSECA, natural de Pouso Alto (1776). Mudou-se, por volta de 1839, para o Sertão da Casa Branca, estabelecendo-se na Fazenda Quatro Córregos,  deixando larga descendência, da qual destacaremos a progênie mais ligada à história de Santa Rita do Passa Quatro:
Revista da ASBRAP nº 4 247
1-1 Maria Custodia de Jesus (Tia Toda), casada em Pouso Alegre, em 4 de maio de 1836, com Francisco de Paula Ferreira da Rocha, filho de Joaquim Ferreira da Rocha e de Maria Teixeira, natural de Ibiturama. Este Francisco de Paula foi inventariado em Casa Branca em 18582.
Filhos:
2-1 José Vieira Rocha (José Rocha Gordo). Casado com Juliana Justiniana de Santana, sua prima, filha de Julião Ribeiro do Valle e Ana Justiniana de Santana; neta paterna de Manoel Joaquim Ribeiro do Valle e Rita Joaquina Maciel; neta materna do Alferes José Vieira da Fonseca e de Floriana Maria das Neves.
2-2 Joaquina Maria de Jesus, casada com seu primo, Antonio Manoel da Palma Filho, adiante citado.
2-3 Francisco Ferreira da Rocha
2-4 Mariana Vieira Rocha, casada com José André Vieira.
2-5 Maria, casada com Bento Silveira, de Cajurú.
2-6 Antonio Vieira Rocha, casado com Rita Maciel Ribeiro, filha de José Ribeiro e de Carolina Garcia Rocha, irmã de José, supra citada.
2-7 Manoel Vieira Rocha, com cinco anos em 1858.
2-8 Ana, com três anos em 1858.
2-9 Maria, com um ano em 1858.
1-2 Ana Justiniana de Santana. Casou-se em 31 de janeiro de 1820 com Julião Ribeiro Salgado, inventariado em Casa Branca em 1852, filho de Manoel Joaquim Ribeiro do Valle e Rita Joaquina Maciel. Filhos:
2-1 Rita Joaquina Maciel ou Rita Ribeiro Villela, casada com o Capitão Gabriel Porphirio Villela. É a doadora do Patrimônio de Santa Rita.
2-2 José Ribeiro Vieira Salgado (José Julião), casado com sua prima, Rita Maria das Neves, filha de Luiz Ribeiro do Valle e de Maria Emerenciana de Santana, irmã de 2-2, adiante citada.
2-3 Antonio Manoel Ribeiro Salgado. Foi casado com sua prima, Joaquina Emerenciana de Santana, filha de Luiz Ribeiro do Valle e de Maria Emerenciana de Santana.
Revista da ASBRAP nº 4 248
2-4 Ana Candida Ribeiro, foi casada com seu tio José Vieira da Fonseca, filho.
2-5 Floriana Ribeiro das Neves, foi casada com seu primo José de Salles Ribeiro, filho de Joaquim Ribeiro do Valle, casado em Pouso Alegre em 18 de fevereiro de 1822 com Antonia Maria das Neves; neto paterno de Manoel Joaquim Ribeiro do Valle e de Rita Joaquina Maciel; neto materno de Antonio Rodrigues Carneiro e Joana Maria das Neves.
José de Salles Ribeiro, viúvo de Floriana Ribeiro das Neves, casou-se em segundas núpcias com Floriana Theodora Ribeiro, filha de Inácio Ribeiro do Valle e de Joaquina Cândida de S. Joaquim, adiante citada.
2-6 Luisa Ribeiro das Neves, foi casada com seu primo, Antonio Ribeiro da Fonseca, filho de Luiz Ribeiro do Valle e de Maria Emerenciana de Santana.
2-7 Juliana Justiniana de Santana, foi casada com seu primo, José Vieira Rocha, filho de Francisco de Paula Ferreira da Rocha e de Maria Custódia de Jesus, adiante citada.
2-8 Julião Ribeiro Salgado, casado com Maria Eufrosina.
2-9 Graciana Ribeiro Salgado, foi casada com José Mendes da Costa, português.
2-10 Manoel Ribeiro Salgado, casado.
2-11 Maria Ribeiro Garcia, foi casada com Antonio Garcia Duarte, seu primo, filho de Francisco Garcia Duarte e Luiza Maria das Neves, adiante citada.
2-12 Mariana Justiniana de Santana, foi casada com José Garcia Duarte, filho de Francisco Garcia Duarte e de Luiza Joaquina Maciel.
1-3 Maria Emerenciana de Santana. Casada com Luiz Ribeiro do Valle, também conhecido como Luiz Ribeiro Salgado, filho de Manoel Joaquim Ribeiro do Valle e de Rita Joaquina Maciel. Filhos:
2-1 Joaquim Ribeiro da Fonseca, que casou-se em Pouso Alegre, em 30 de março de 1837, com o nome de Joaquim Ribeiro do Valle, com Maria Luísa do Rosário (Tia Zazaia), filha de Francisco Garcia Duarte e Luisa Joaquina Maciel. Tinha 32 anos em 1852.
2-2 José Ribeiro da Fonseca, com 30 anos em 1852, casado
Revista da ASBRAP nº 4 249
com Carolina Garcia da Rocha, filha de Custódio Ferreira da Rocha e de Maria das Neves Conceição.
2-3 João Ribeiro da Fonseca, com 28 anos em 1852. Casado com Maria Honoria de Jesus, filha de Vicente Ribeiro do Valle (irmão de Manoel Joaquim) e de Antonia Maria das Neves.
2-4 Antonio Ribeiro da Fonseca, com 21 anos em 1852, foi casado com Luisa Ribeiro das Neves, filha de Julião Ribeiro Salgado e de Ana Justiniana de Santana.
2-5 Rita Maria das Neves, com 19 anos em 1852,  casada com seu primo, José Ribeiro Vieira Salgado (José Julião), filho de Julião Ribeiro do Valle e de Ana Justiniana de Santana.
2-6 Joaquina Emerenciana de Santana, com 15 anos em 1852, foi casada com Antonio Manoel Ribeiro Salgado, filho de Julião Ribeiro do Valle e de Ana Justiniana de Santana.
2-7 Luiz Ribeiro da Fonseca ou do Valle, com 10 anos em 1852, foi casado com Maria Ribeiro da Fonseca, sua sobrinha, filha de João Ribeiro da Fonseca e de Maria Honória de Jesus.
1-4 Mariana Vieira de Jesus
Casou-se em primeiras núpcias com Domingos Ribeiro do Valle. Segunda vez, casou-se em Pouso Alegre, em 23-9-1832, com o Alferes Antonio Manoel da Palma, natural da Campanha, filho do Alferes Antonio Manoel da Palma e de Maria Rodrigues de Santiago. Filhos:
2-1 José Vieira Palma, casado com Theodosia Umbelina Vieira, filha do Capitão Manoel Custódio Vieira e de Umbelina Honoria de Andrade; neta paterna do Capitão Custódio José Vieira e de Margarida Bernarda da Cunha; neta materna do Capitão Mor Francisco Antonio Diniz Junqueira e de sua primeira mulher, Mariana Constança de Andrade22.
2-2 Antonio Manoel da Palma, casado com Joaquina Maria de Jesus, sua prima, filha de Francisco de Paula Ferreira da Rocha e de Maria Custódia de Jesus (Tia Tóda), filha do Alferes José Vieira da Fonseca e de Floriana Maria das Neves.
2-3 Maria Palma de Santiago, casada com Pedro Ribeiro da Fonseca, filho de Inácio Ribeiro do Valle e de Joaquina Cândida de S. Joaquim.
2-4 Francisco Vieira Palma, casado em primeiras núpcias com Umbelina Ribeiro e segunda vez com Francisca Vieira de Andrade
Revista da ASBRAP nº 4 250
Ribeiro, ambas filhas de Francisco Deocleciano Ribeiro e de Ana Candida Vieira.
A fortuna de Chico Palma foi toda consumida na construção do palacete que se encontra na Praça da Matriz de Santa Rita do Passa Quatro, cujo portal é encimado por dois leões. Reza a tradição que, construído inteiramente com material importado, o casarão custou a Chico Palma 200 contos de réis. Endividado, Francisco Vieira Palma hipotecou seu palacete, tendo sido este adquirido por Severino Meirelles, cujos herdeiros venderam-no, mais tarde, para uma família de italianos.
Da herança dos pais, conta d. Zozoca, Sá Chica recebeu apenas uma colher de prata e nem mesmo esta chegou às mãos de D. Zozoca.
2-5 Domingos Vieira Palma, casado com Constança Maria Ribeiro, filha de Antonio Manoel Ribeiro Salgado e Joaquina Emerenciana de Santana.
2-6 Floriana Maria Palma, casada com José Ribeiro Vieira Junior, filho de José Ribeiro Vieira Salgado (José Julião) e de Rita Maria das Neves.
2-7 Tomás Vieira Palma, casado com sua sobrinha Mariana Ribeiro Palma, filha de Pedro Ribeiro da Fonseca e de Maria Palma de Santiago.
2-8 Vitoria Antonina Palma, casada com Luiz Antonio Ribeiro Salgado, filho de Antonio Manoel Ribeiro Salgado e de Joaquina Emerenciana de Santana.
1-5 Joaquina Cândida de São Joaquim, natural de São João Del Rei. Em Pouso Alegre, em 23 de fevereiro de 1824, casou-se com Inácio Ribeiro do Valle, + 1877, filho de Manoel Joaquim Ribeiro do Valle, natural de Aiuruoca, casado, em primeiras núpcias,  na capela do Turvo (Andrelândia) em 3-6-1793 com Rita Joaquina Maciel, natural de Aiuruoca; neto paterno de Joaquim José Ribeiro do Valle, n. 1748 e + 6-3-1814, e de Antonia Maria da Conceição. Joaquim José era filho de Antonio do Valle Ribeiro, natural de S. Miguel de Cajuru, onde casou-se, em 13-6-1739, com Rosa Maria de Jesus, natural de São Pedro, Ilha Terceira, Açores, filha de João Garcia Pinheiro e de Maria Leal. Faleceu viúva, em Aiuruoca, em 20-9-1782, com testamento. Filhos:
22 Cf. Dr. Ricardo Daunt, in Revista do Instituto Heráldico Genealógico, volume 9, pág. 98; Frederico de Barros Brotero, in “Memórias e Tradições da Família Junqueira”, São Paulo, 1957, ps. 312 e ss.; Victor Ribeiro, in “Quem é Você? Donde Veio? Quer Saber”, S. Paulo, 1936, p. 28.
Revista da ASBRAP nº 4 251
2-1 Carlos Ribeiro da Fonseca casado com Carolina Garcia Duarte, viúva de seu primo Joaquim Garcia Duarte, filha de Antonio Garcia Duarte e Ana Vitória Borges da Costa (pais do Barão da Franca). Filhos:
3-1 Inácia Amélia Garcia Ribeiro, casada com Elias Antonio de Oliveira.
3-2 Ana Garcia Ribeiro, casou-se com seu primo, José Inácio Ribeiro Júnior, filho de José Inácio Ribeiro e de Antonia Olinta Nogueira.
3-3 Joaquina Garcia Ribeiro, casou-se com seu tio, Antonio Carlos Ribeiro, filho de Inácio Ribeiro do Valle e de Joaquina Cândida de S. Joaquim.
2-2 Antonio Carlos Ribeiro, casado em primeiras núpcias com Joaquina Garcia  Ribeiro e em segundas núpcias com Elisena Ferreira Ribeiro.
2-3 Pedro Ribeiro da Fonseca, casado com Maria Vieira Palma.
2-4 Joaquim Carlos Ribeiro, casado com Rita Garcia Ribeiro.
2-5 Anna Candida Ribeiro, solteira.
2-6 Luiz Ribeiro Salgado, casado em primeiras núpcias com Custódia Ribeiro das Neves, em segundas com Luiza Garcia Duarte e em terceiras núpcias com Mariana Garcia Duarte.
2-7 Manoel Joaquim Ribeiro, casou-se com Margarida Umbelina Vieira de Andrade (Miminha), nascida a 22-12-1847 na então Vila Franca do Imperador e batizada pelo Reverendo Manoel Coelho Victal aos 10 de março de 1848, sendo padrinho José de Andrade Diniz Junqueira, filha do Capitão Manoel Custódio Vieira, natural de Aiuruóca (MG) e de Umbelina Honoria de Andrade, proprietários da Fazenda Santo Antonio, no então Sertão do Capim Mimoso, hoje Franca (SP); neta paterna do Capitão Custódio José Vieira, português, e de Margarida Bernarda da Cunha; neta materna do Capitão Mor Francisco Antonio Diniz Junqueira e de sua primeira mulher, Mariana Constança de Andrade.
Conta João Jacques Ribeiro do Valle, do Instituto Genealógico Brasileiro, que Manoel Joaquim Ribeiro foi assassinado em 1901, na Fartura (SP), por um caboclo de nome José Nunes. Diz ele que Manoel Joaquim comprara do caboclo um carro de boi e alguns bois e parece que um desses estava doente. Irritado, Manoel Joaquim começou a gritar com o caboclo e recebeu um tiro na boca! Ato contínuo, o caboclo, que estava à cavalo, sumiu, homiziando-se nos sertões do Paraná. A
Revista da ASBRAP nº 4 252
23 Cf. Almanaque Sul-Mineiro para o Ano de 1874, seção de raridades da Biblioteca Municipal de São Paulo. 24 Conforme árvore genealógica oferecida ao autor, em 17 de março de 1985, pelo genealogista Dr. José Guimarães, de Ouro Fino (MG).
família Ribeiro, porém, providenciou a busca do assassino e o Juiz da Fartura determinou a expedição de Carta Precatória para a prisão do caboclo, abatido, no entanto, a tiros, pelos seus perseguidores. O túmulo de Manoel Joaquim ainda está de pé, encimado por uma cruz, com uma placa de mármore registrando o ano de 1901 como sendo o de sua morte.
Outra versão nos foi contada por Ignez Cedeño de Lima Barros, que a teria recebido de Theodosia de Andrade Ribeiro: Manoel Joaquim, político militante, teria ingressado na maçonaria e, posteriormente, dela pretendeu sair, tendo sido assassinado por seus inimigos. Outra versão, ainda: seu filho, Manoel Custódio Ribeiro, político militante na Fartura, amealhara considerável número de inimigos. Um destes, vendo, um dia, Manoel Joaquim a cavalo, que se parecia extraordinariamente com o filho, dera-lhe um tiro nas costas, fugindo, depois.
 Tiveram os filhos:
3-1 Manoel Custódio Ribeiro, casado com sua prima, Maria Amélia Ribeiro (Bembem), filha de Francisco Deocleciano Ribeiro e de Ana Candida Vieira. Com geração.
3-2 Humbelina Ribeiro, casada com Antonio Eugenio de Paula (Totó). Monarquista radical. Sem geração.
3-3 Maria Umbelina Ribeiro (Madrinha Mana), nascida em Santa Rita do Passa Quatro e casada, na mesma localidade, em oratório particular, aos 8 de setembro de 1883, com seu primo, José Antonio Vieira, filho do Capitão Joaquim Custódio Vieira, natural de Serranos, na então Província de Minas Gerais, membro da Câmara Municipal de Aiuruóca e fazendeiro em Serranos, onde era vereador e eleitor especial23 , e de Carolina Candida Ferreira de Brito, natural de Três Pontas, com 8 anos em 1840; neto paterno do Capitão Custódio José Vieira, natural de S. Clemente de Sande, Arcebispado de Braga, e de Ana Maria de Souza, 2a. esposa; neto materno do Capitão Jacinto Ferreira de Brito, natural de S. João de Brito, termo de Guimarães, falecido em 19-9-1835, com testamento, e de Escolástica Cassiana Pereira24 , filha esta do Capitão Domingos José Pereira do Amaral e de D. Escolástica Teodora de Jesus, (filha do segundo casamento de D. Antonia do Espírito Santo Gouvêa  com o Capitão Manuel Leite Ferreira, natural
Revista da ASBRAP nº 4 253
de Guimarães, Arcebispado de Braga. Esta D. Antonia era natural de Baependi e filha do Sargento Mor Manuel Nunes de Gouvêa e da paulista D. Rosa Maria do Prado, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Guaratinguetá (hoje Lorena), filha de Antônio da Rocha Leme e de D. Antonia do Prado Leme. Sãos os mesmos registrados na “Nobiliarquia Paulistana”, de Pedro Taques (vol. II, pág. 315-, 4-5) e na “Genealogia Paulistana”, de Silva Leme (vol. VI, pág. 433, 5-5).
Filhos:
4-1 José Ribeiro Vieira, casado com Agripina Pinto. Tiveram: Yvone e Zenith.
4-2 Arthur Ribeiro Vieira, fazendeiro, casado com Emília Rodrigues da Costa, filha de Teófilo Costa, ligado à política de Franca (SP). Com geração.
4-3 Floripes Ribeiro Vieira, casada com  Arthur Alves de Andrade (primeiro casamento deste). Com geração.
4-4 Judith Ribeiro Vieira nascida em Santa Rita do Passa Quatro em 1892; falecida em Ribeirão Preto em 1962. Estudou no Colégio N. S. do Patrocínio, de Itu.
Casou-se, em Franca, aos dezenove anos, com João Baptista de Barros25, serventuário do Registro Civil das Pessoas Naturais e anexos do distribuidor da Comarca de Piracaia (SP), filho de José C. Nogueira de Barros e de Maria Augusta Parreira, filha esta do Coronel Francisco Mariano Parreira, n. em Ouro Fino a 8-6-1842 , fundador de Vargem Grande do Sul (SP), Juiz de Paz e Juiz Eleitoral, amigo do Presidente Jorge Tibyriçá26, casado em 7 de janeiro de 1861, em São João da Boa Vista, com Maria Cândida de Godoy Parreira, nascida em S. João da Boa Vista em 25 de dezembro de 1847. Filhos:
5-1  José Ribeiro de Barros, professor, casado com Maria Balsalobre Lopez (Lila). C.s.
5-2 Trajano Ribeiro de Barros, contador, casado com Maria Estella Nogueira. C.s.
5-3 Maria das Dores, falecida com 6 anos.
25 Natural de São João da Boa Vista (SP), onde nasceu em 1887. Faleceu em Piracaia (SP), em 1957. 26 Cf. Anuário Genealógico Brasileiro, V, 216, e “Memórias e Tradições da Família Junqueira”, 2a. ed., p. 649.
Revista da ASBRAP nº 4 254
5-4 Sinésio Ribeiro de Barros, comerciante, casado com Ida Cortese. C.s.
5-5 Antonio Ubirajara Ribeiro de Barros, funcionário público municipal e antigo guarda-livros da Casa Comissária de Café de José Fortes Guimarães, em Ribeirão Preto (SP) e da Usina Peixoto. Nasceu em S. José da Bela Vista, em 29 de janeiro de 1926. Fez estudos elementares e do idioma francês no Colégio Champagnat e com sua tia-avó, Amélia de Andrade Ribeiro e com a tia Rita Ribeiro Rocha. Faleceu em Ribeirão Preto em 16 de fevereiro de 1987. Está sepultado no jazigo da família, no Cemitério da Saudade, em Ribeirão Preto.Casou-se em 7 de setembro de 1957, na então Igreja Matriz, hoje Catedral de Franca, com Ignez Cedeño de Lima Barros, nascida em Avanhandava, em 21 de janeiro de 1921, professora de Matemática nível III, normalista pelo Colégio N. S. do Patrocínio, de Itu, filha de Salvador Cedeño Galiano (*Málaga, 18-1-1895/+ Franca, 5-4-1982) e de Maria Izabel de Lima (Filhinha) (*Sacramento, + 1894-Avanhandava 1930), aluna do Colégio N. S. de Lourdes, em Franca (SP), discípula da Revma. Madre Maria d’Apresentação Voiron. Filhinha era exímia pintora, violinista e organista; neta paterna de José Cedeño Cabello27, cônsul Honorário da Espanha no Brasil,  e de Maria del Carmen Galiano Maldonado, de nobre família castelhana, titulares desde tempos de D. Afonso V de Castela; neta materna de Thomaz Monteiro de Lima, membro do Governo Provisório Republicano, em Franca, em 15-111889, e de Maria Ozilla de Andrade (Maricota), filha esta do Coronel José Esteves de Andrade (Vovô Tio Zezé)28 e de Francisca Carolina Villela de Andrade (Vovó Tia Chica). Thomaz e Maria Ozilla foram proprietários do Engenho da Serra, em Franca, e da Fazenda Sta. Teresinha, em Penapolis (SP).
Filhos:
6-1 José Eduardo, falecido.
6-2 José Fernando Cedeño de Barros, nascido em Ribeirão Preto (SP), em 16 de dezembro de 1959. Batizado na Igreja Matriz de Santo Antonio, em Ribeirão Preto, em 20 de dezembro de 1959, pelo Padre Dom Hipólito (monge beneditino), tendo por padrinhos o tio
27 Filho de Salvador Sedeño Bernal e de Josefa Cabello. Segundo os investigadores do “The Historical Research Center Inc.” [pesquisa firmada em Nova York, em  18-11-1994, Registro SP01] o apelido Cedeño é uma forma americana do apelido Sedeño, que se encontrava primitivamente na região da Catalunha, no norte da Espanha. Nos documentos familiares existentes em nosso poder, o apelido aparece grafado, ainda em Espanha, ora Sedeño, ora Cedeño. 28 Coronel da Guarda Nacional, fundador da cidade de São José da Bela Vista (SP) e um dos fundadores da Santa Casa de Misericórdia, de Franca, ao lado de Monsenhor Cândido Rosa e de seu genro, Thomaz Monteiro de Lima, entre outros. Faleceu em 1917, estando sepultado no Jázigo da Família, em Franca.
Revista da ASBRAP nº 4 255
paterno, professor José Ribeiro de Barros, e madrinha, a tia materna, Celita Cedeño de Lima.  Advogado, mestre em Direito Processual Civil e doutorando em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, professor universitário, estudioso de genealogia e história.
6-3 Maria Inês Cedeño de Barros (Maria Inês Barros Brant Carvalho), universitária, nascida em Ribeirão Preto (SP), em 3 de abril de 1961.Casada, em Ribeirão Preto, em 1983, com o Engenheiro Paulo Brant da Silva Carvalho, nascido em S. Paulo a 20 de janeiro de 1959, filho do Dr. Antonio Brant da Silva Carvalho e de Maria Stella Ribeiro Tibyriçá, residentes na Fazenda Taquaral, em Sta. Rita do Passa Quatro; neto paterno do Dr. José da Silva Carvalho, também descendente de moradores de Santa Rita do Passa Quatro29 e de D. Luiza Brant de Carvalho30; neto materno do Dr. Irvino Whittlesey Tibyriçá31 e de D. Nair Ribeiro de Moraes e Silva32 . Filhos:
7-1 Juliana Barros Brant Carvalho, nasceu em 15 de novembro de 1984 na Maternidade Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto. Estudante no Colégio Vita et Pax, de religiosas de origem holandesa. Esportista, tem conquistado várias distinções em torneios de natação e tênis.
7-2 Alexandre Barros Brant Carvalho, n. em 6 de maio de 1988 na Maternidade Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto. Estudante no Colégio Vita et Pax, em Ribeirão Preto (SP).
7-3 Paulo Henrique Barros Brant Carvalho, n. em Ribeirão Preto, na Maternidade Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto, em 1 de abril de 1990. Também estudante do Colégio Vita et Pax. Tem conquistado distinções em exposições infantis de pintura.
5-6 Armando Ribeiro de Barros, faleceu criança, de sarampo.
29 Filho do Coronel Bento José de Carvalho, proprietário da Fazenda Taquaral, 400 alqueires, cafeicultor e político, da Casa dos Andradas e Silvas, e de D. Cândida de Aguiar Melchert, de família também radicada em Sta. Rita do Passa Quatro. Cf. Carlos Alberto Del Bel Belluz,  “Imagens da época do café”, Santa Rita do Passa Quatro, SP, 1991, e Luiz Augusto Brant da Silva Carvalho, Carta de apontamentos sobre o o coronel Bento José de Carvalho (inédito). 30 Filha do Dr. José Augusto Brant de Bulhões Carvalho e de D. Anna de Sampaio; n.p. do Dr. José Pereira de Bulhões Carvalho e de D. Augusta Maria Caldeira Brant, filha do 2º Visconde de Barbacena e neta do Marquês de Barbacena (Felisberto Caldeira Brant Pontes de Oliveira e Horta). 31 Filho do Dr. José Piratininga Tibyriçá, Engenheiro pela Cornell University, de N. York, e de Margaret Wittlesey; n.p. de outro José Piratininga Tibyriçá (descendente de João de Almeida Prado, que mudou o nome e passou a assinar João Tibiriça Piratininga) e de D. Maria Rita Franco; n.m. de Austin Kay Wittlesey e de Betsey W. Carr. Austin Kay Wittlesey é descendente de John Dudley, Duque de Northumberland (cf. Charles Whittlesey, “The Whittlesey Family”, New York, 1899) 32 Filha do Coronel Belmiro Ribeiro de Moraes e Silva, fundador da Companhia Central de Armazens Gerais, em Santos, no ano de 1907, e de D. Carolina Martins dos Santos, prima do poeta Martins Fontes.
Revista da ASBRAP nº 4 256
33 Cf. Fazendas da Família Junqueira, Revista da ASBRAP, vol. 1, ps. 53-72.
4-5 Isolina Ribeiro Vieira, casada com Arthur Alves de Andrade, viúvo de Floripes. C.s.
4-6 Clodomiro Ribeiro Vieira, casado com Emília Reis. C.s.
4-7 Clóvis Ribeiro Vieira, casado com Rita Ribeiro Rocha, supra citada.
4-8 Margarida Ribeiro Vieira, casada com seu primo, José dos Santos Ribeiro. C.s.
3-4 Joaquim Ribeiro, morreu solteiro.
3-5 Custódia Ribeiro, casada com Eduardo Rocha, supra citado.
3-6 Joaquina Cândida Ribeiro, casada com Melchiades de Souza Meirelles, abastado fazendeiro na região de Vila Bonfim (Fazenda Chalet) e Franca SP, senhores da Fazenda Marfim. C.s.
3-7 José de Andrade Ribeiro, fazendeiro, n. Sta. Rita do Passa Quatro em 6-10-1883 e + Franca 14-08-1957, casado com Maria Martha da Costa (Fiúca), n. fazenda Sto. Antonio - Mandihu SP em 11-9-1897, filha de Francisco Antonio da Costa e de Maria Carolina Pereira Lima. C.s.
3-8 Oliveiros do Valle Ribeiro, casado com Maria Cândida Velloso Ribeiro, filha de José Deocleciano Ribeiro. C.s.
3-9 Thulio Ribeiro, casado com Carmita Ribeiro Conrado. Estão sepultados em Santa Rita do Passa Quatro SP. Com numerosa geração.
3-10 Amélia de Andrade Ribeiro, solteira.
3-11 Theodosia de Andrade Ribeiro, casada com Augusto Esteves de Andrade, filho do Coronel José Esteves de Andrade e de Francisca Carolina Villela de Andrade33. Tiveram:
4-1 José Augusto de Andrade (Zezé), fazendeiro, residente em Batatais SP, c.c. Lucy de Mello. C.s.
4-2 Maria Margarida Ribeiro de Andrade (Filhinha) +, c.c. o Dr. José de Alcântara Vilhena, tabelião em Franca SP. C.s.
4-3 Dalva Ribeiro de Andrade, exímia pintora, c.c. o Dr. Paulo de Tarso da Rocha Lessa, tabelião em Presidente Prudente SP. S.s.
Revista da ASBRAP nº 4 257
4-4 Paulino Ribeiro de Andrade, + fazendeiro em Jacarezinho (PR), de quem foi amigo e vizinho da propriedade rural de Dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança, (Chefe da Casa Imperial do Brasil até 1981) quando faleceu e foi sucedido por seu filho D. Luiz Gastão de Orléans e Bragança, também amigo de Paulino. C. duas vezes. C.s.
4-5 Wanda Ribeiro de Andrade,+ fazendeira em Franca SP, c.c. seu primo Dr. Ricardo Calleiro Pinho, advogado e professor universitário, filho do Dr. Antonio Ricardo Pinho, médico, e de D. Maria Augusta Calleiro, filha de Higino de Oliveira Calleiro, abastado comerciante em Franca, e de Ana Euzébia de Andrade, filha esta do Coronel Francisco Martins Ferreira da Costa, importante político na Primeira República, e de Emerenciana Villela de Andrade. C.s.
4-6 Láercio Andrade, fazendeiro, fazenda Nossa Senhora Auxiliadora, Restinga SP, um dos fundadores do Club de Polo em Franca SP, c.c. sua prima-irmã, Maria Thereza da Costa Ribeiro, filha de José de Andrade Ribeiro e de Fiúca Costa. Têm os filhos:
5-1 Augusto Esteves Ribeiro de Andrade, c.c. Maria Thereza Rodrigues Alves Villela Rosa, filha de Gilberto Villela Rosa e de Branca Rodrigues Alves. Têm os filhos:
6-1 Carolina
6-2 Rodrigo Villela Rosa Ribeiro de Andrade
5-2 Caio, casado, com geração.
4-7 Marina de Andrade Ribeiro (Marina de Andrade Marconi), professora universitária, doutora em Antropologia pela USP, folclorista e musicista de renome internacional. C.c. Diógenes Marconi, radialista, falecido. Tiveram os filhos:
5-1 Diógenes, falecido, em Franca (SP).
5-2 Paulo de Andrade Marconi, engenheiro civil pela Universidade Mackenzie. C.c. Maria Helena Folgozi. Têm os filhos:
6-1 Fernando
6-2 Bruna
4-8 Cyro Ribeiro de Andrade, projetista, funcionário da empresa General Motors. Fotógrafo amador, autor de trabalhos de mérito, retratando, inclusive, as propriedades da família, em Franca SP. Solteiro, reside em S. Paulo.
Revista da ASBRAP nº 4 258
4-9 Ruy +
4-10 Celso Ribeiro de Andrade +, tradutor e fotógrafo de raro talento.
4-11 Wilma Luiza Ribeiro de Andrade, antiga aluna do Colégio N.S. de Lourdes, das Irmãs de S. José, de Chambéry, em Franca SP. Professora de inglês. Foi casada com seu primo Tarcísio Villela de Lima, filho de José Theodoro de Lima e de Rita Villela de Andrade; neto paterno de Gabriel Theodoro de Lima e de Gabriela Cândida de Andrade Junqueira; neto materno do Coronel Isaac Villela de Andrade e de Anna Candida de Andrade. S.s.
3-12 Jeronymo Ribeiro de Andrade, casado com Cezarina Gonçalves dos Santos, descendente do Barão de Mogi-Guaçú. Tiveram a seguinte prole:
4-1 José dos Santos Ribeiro, n. Casa Branca SP, + 15-3-1943. C.c. sua prima-irmã, Margarida Ribeiro Vieira + tiveram os filhos:
5-1 Dinah Ribeiro, bacharel em Direito pela Universidade de S. Paulo (USP). Casada. C.s.
5-2 Rafael Ubiratan +
5-3 Luiz Norberto
5-4 Hernâni Valter Ribeiro, licenciado em História pela Universidade de Brasília (UnB), funcionário da Assembléia Legislativa, em Brasília (DF), historiador e genealogista, casado, c.s.
5-5 Cícero Valfredo
5-6 Maura
5-7 José Otávio Ribeiro
4-2 Maria José dos Santos Ribeiro +, c.c. José da Silva Bueno, fundador da rádio P.R.A 7, em Ribeirão Preto SP, c.s.
4-3 Andradina, c.c. José Édison de Aquino Leite. C.s.
4-4 Ramalho Ribeiro, c.c. Armanda Ziller. C.s.
4-5 Elvira dos Santos Ribeiro, c.c. Antonio Theodoro da Costa, seu parente, filho de Francisco Antonio da Costa e de Maria Carolina Pereira Lima; n.p. do Capitão Manoel Antonio da Costa, fazenda Sto. Antonio, Mandihu SP e de Dorothea Claudina Pereira Villela; n.m. de Antonio Theodoro de Lima e de Francisca de Paula Lima (1o. casamento desta). C.s.
Revista da ASBRAP nº 4 259
4-6 Joaquim dos Santos Ribeiro, c.c. Nilze Campos Silveira, c.s. 4-7 Ana Ribeiro (Anita), professora, solteira 4-8 Julieta, c.c. Edgar A. Simon, antigo inspetor da Cia. Mobiloil.
C.s.
4-9 Iracema, c.c. José Faria Nogueira, farmacêutico. 4-10 Auristela, c.c. José Chaud, escrivão. C.s. 4-11 Maria de Lourdes, c.c. Jairo da Costa Moreira, dentista, c.s. 3-13 José, faleceu menor. 3-14 Ignacio, faleceu menor. 2-8 Francisco Deocleciano Ribeiro, um dos fundadores de Santa Rita do Passa Quatro, cognominado “Pai da Educação”, nascido a 13 de junho de 1832, casado, em Franca, em 15 de junho de 1859 com Ana Candida Vieira, nascida a 12 de setembro de 1840, irmã de Margarida Umbelina Vieira, supra citada. Francisco Deocleciano Ribeiro faleceu em Sta. Rita, onde está sepultado, em 27 de abril de 1887. Tiveram: 3-1 Umbelina Ribeiro Palma, nascida a 23 de maio de 1858, casada com Francisco Vieira Palma, abastado fazendeiro em Sta. Rita do Passa Quatro. 3-2 Ignacia 1a., nascida a 15-6-1859, falecida com pouca idade. 3-3 Ignacia Ribeiro Garcia, nascida a 31-7-1860, casada com José Garcia Duarte. Falecida em Restinga SP em 1931. C.s. 3-4 Joaquim Custodio Ribeiro (Quincas), fazendeiro e político em Santa Rita do Passa Quatro e em Fartura, nascido a 4-10-1861, casado com Maria Honoria Ribeiro. C.s. 3-5 Carlos Ribeiro (Cacaio), fazendeiro e político em Sta. Rita do Passa Quatro e Fartura, nascido a 15-6-1863, casado com Ambrosina Gomes Leitão, tia do famoso maestro e músico Zequinha de Abreu. C.s. 3-6 Francisca Ribeiro Palma (Sá Chica), nascida a 30-11-1865, casada com Francisco Vieira Palma, viúvo. C.s. 3-7 Maria 1a., nascida a 20-8-1867, falecida com 15 dias. 3-8 Maria Amelia Ribeiro (Bembem), nascida a 14-1-1868, casada com seu primo-irmão, Manoel Custodio Ribeiro, radicando-se em Fartura SP. C.s. 3-9 Emilio, nascido a 17-8-1870, falecido com 11 meses.
Revista da ASBRAP nº 4 260
3-10 Rita Ribeiro Villela, nascida a 3-6-1872, casada com Paulo Eremita Villela de Rezende. C.s. 3-11 José Deocleciano Ribeiro, nascido a 22-6-1874, casado com Ambrosina Velloso Ribeiro. C.s. 3-12 Eulalia Ribeiro Conrado (Lalaia), nascida a 31-10-1875, casada com João de Góes Conrado, importante fazendeiro e comerciante em Franca SP. C.s. 3-13 Victor Ribeiro, escritor, fazendeiro, genealogista, foi prefeito de Santa Rita do Passa Quatro, nascido em 25-6-1877, casado em primeiras núpcias com Maria José Meirelles Ribeiro e em segundas com Amélia Vasconcellos Ribeiro. Teve uma filha adotiva, Alice Vasconcellos Ribeiro, falecida. Julgamos interessante transcrever velha anotação, pertencente ao querido tio Victor Ribeiro, alusiva a Sta. Rita do Passa Quatro 34 : Pondo ordem em meu arquivo Dias atraz, entre a luz e o fusco, achando-se o ceu anuviado, carrancudo, ameaçador, a feitio de valentão encolerizado, ouvindo-se já ao perto, por entre o sibilar do vento e o rebombar do trovão, o rugir da tempestade, eu, velho e prudente, não me querendo expor às iras do valentão, ainda mesmo se tratando do tempo, quedei-me em casa. Dispuz-me, então, a dar arranjo as minhas gavetas e, abrindoas, uma a uma, fui lendo e relendo a papelada; separando uns, rubricando outros e metendo em sobrecartas os de mais estimação, as minhas relíquias. Assim passei horas enlevado, absorvido, tendo perdido até mesmo a noção do tempo, que correu célere ... Quanta emoção senti então! ora de alegria, ora de tristeza, porém, tôdas elas, a ressumbrar saudades... De um lado fui dispondo as cartas e os retratos de entes queridos, os quais, instintivamente, osculava e acariciava, com tôda efusão de minha alma, reportando-me, então, em espírito, a um passado longínquo. Ouço dizer que recordar é viver: De fato, a expressão é verdadeira, pois, naquêles tempos, revivi horas e dias que se foram, que se perderam nas brumas do tempo. Prosseguindo no meu arranjo, deparei-me com documentos, comunicações e ofícios alusivos a minha jornada política, nesta, entre os anos de 1920 a 1928, e, sem o querer, vi passar em revista, pela tela de minha retina, todos os companheiros daquela época: vinha em
34 Respeitamos a ortografia original.
Revista da ASBRAP nº 4 261
primeira plana, Cel. Victor Meirelles, de porte patriarcal, de semblante aberto e alegre, comunicativo, inspirando aos circunstantes confiança e estima; seguia-lhe Maneco Palma, com sua voz volumosa, dirigindo a uns e outros gracejos leves e inofensivos; vem agora Severino Meirelles, espírito minucioso, perscrutador, ponderado de parecer sempre ouvido e acatado; surge lépido, como êle mesmo, Alexandre de Siqueira, de franqueza por vêzes rude, porém, de uma lealdade a tôda prova; aparece Major Silva Lima, nome que pronunciamos com reverência e verdadeira unção, modesto e tímido, de simplicidade quase santa; porém, de linha e gestos impecáveis; é a vez de Carlos Augusto, espírito inovador, cérebro sempre em ebulição, cheio de boas idéias; passa Antonio Martins, espírito prático, construtivo, amigo da hora; na mesma sequência aparecem José Gomes, concentrado, pouco expansivo, sendo no entanto sua opinião ouvida com particular atenção; Dr. Ednan Dias, opinando com justeza nos casos concernentes a sua profissão e, no mesmo diapasão, se afinavam todos os demais: Joaquim Gonçalves de Siqueira, Adolfo Melchert, Domingos Theodoro de Souza, Francisco Batista e outros. Como se vê, e, sem falsa modéstia, era uma pleiade de escól, tendo a guiá-los somente a boa vontade, o espírito de trabalho e cooperação, em benefício de Sta. Rita. Desprendidos, modestos, sem alardes de prestígio, sem fanfarronice e, acima de tudo, educadíssimos, polidos, cortezes. Nunca se ouviu da boca daqueles cavalheiros um calão, um impropério, uma ameaça.
Fato singular: nem um daquêles cidadãos, com todos os predicados - exemplares chefes de família, independentes, de conduta impecável, prestantes e prestativos -  pretenderam posição de mando. Eram os próprios municípes que os indicavam e os iam buscar no recesso dos lares e só a custo e depois de muito relutarem é que consentiam que os seus nomes figurassem em qualquer chapa, quer de diretórios, quer de vereadores. E hoje em dia, como se procede? Diametralmente oposto: Em corrida de verdadeira maratona, por caminhos sinuosos, negaceando aqui, fintando acolá, esquecendo-se benefícios recebidos, atraiçando os próprios protetores, sem medir os meios para chegar ao fim, apresentam-se cansados e suarentos, às sédes dos partidos, batendo no peito: aqui está o homem de quem vocês precisam! Citando esta ocorrência, aliás verídica, quero, no entanto, deixar bem patente que, com isso, não viso a situação dêste ou daquêle município. Falo em tese, mesmo porque o fenômeno é observado e sentido em todo o País. Não são só os municípios, mas até mesmo os Estados, que vão caindo nas mãos dos adventícios e dos mais afoitos. São os legados do Estado Novo ...
Revista da ASBRAP nº 4 262
Ouvindo estas verdades incontestes, interperlar-me-á o leitor: a propósito do que vem essa sua digressão pelos arraiais do passado? Responder-lhe-ei: São coisas do subsconsciente! são recalques! são soluções de um coração angustiado! são os écos doloridos da alma do Brasil, do nosso caro São Paulo, da nossa querida Santa Rita, que se espadana, que se contorce ao ver os destinos da nossa cara Pátria entregue a mãos tão inhábeis, de ambiciosos vulgares. Atentai só no que ocorre no nosso Congresso Federal, sôbre os subsídios dos nossos pais da Pátria... 3-14 Lina Ribeiro Meirelles, nascida a 24-11-1878, casada com Severino de Souza Meirelles (2º casamento deste), natural de Aiuruóca (MG), filho de Urbano de Souza Meirelles e de Mariana Carolina de Azevedo; presidente da Câmara Municipal de Sta. Rita do Passa Quatro por doze anos consecutivos, membro de diversos diretórios do P.R.P., abastado fazendeiro e comissário de café. Dentre outras contribuições a Sta. Rita, podemos mencionar as contribuições para murar o cemitério, Hospital de S. Vicente, Sta. Casa, Igreja Matriz, Indústria de Latícinios, fábrica de tecidos, estádio de futebol etc. Faleceu Lina em Santa Rita do Passa Quatro a 23 de abril de 1944, deixando os seguintes filhos: 4-1 Alda Ribeiro Meirelles, c.c. seu primo, Dr. Gilberto de Souza Meirelles, médico. Com geração. 4-2 Mary, c.c. o seu primo,  Dr. José Ribeiro Villela, médico, filho de Paulo Eremita Villela de Rezende e de Rita Ribeiro Villela. S.s. 4-3 Dr. Alcides Ribeiro Meirelles, médico. Foi Prefeito de Santa Rita do Passa Quatro, fez parte do Conselho Administrativo da Caixa Econômica Estadual, jornalista, exerceu o alto e prestigioso cargo de presidente da diretoria das “Folhas da Manhã”, que conta com o diário “Folha de S. Paulo”. C.c. Zilah Palma, sua prima, filha de Antonio Vieira de Andrade Palma, também de Sta. Rita do Passa Quatro, e de Maria Bernardette Alves Ferreira. 4-4 Dr. Alceu Ribeiro Meirelles, advogado, c.c. Ilza Meirelles Cintra. 4-5 Alcino Ribeiro Meirelles, c.c. Maria de Lourdes Cintra (Lola), que foi membro da Diretoria da Fundação Sinhá Junqueira. Com geração. 4-6 Alciro Ribeiro Meirelles,  c.c. Isis de Toledo Piza. 4-7 Mariana (Baby), falecida solteira a 10-3-1948. 3-15 Jonas Deocleciano Ribeiro, n. 13-8-1880, na Fazenda Cachoeira do Mico, em Sta. Rita do Passa Quatro e falecido em 1972,
Revista da ASBRAP nº 4 263
em S. Paulo. Está sepultado no Cemitério da Saudade, em Franca. Aluno do Colégio S. Luiz, em Itu e do Seminário Episcopal em S. Paulo. Médico, pela Faculdade de Medicina da Praia Vermelha, no Rio, doutorando-se em 1904. Foi Presidente da Câmara Municipal da Franca (SP),  notável médico em Sta. Rita do Passa Quatro, S. Paulo e Franca, introdutor do gado nelore em S. Paulo e no Paraná, entusiasta do jogo de polo, fazendeiro, fazenda Alegria35 .  Casado em primeiras núpcias com Ana Augusta de Lima, filha de Álvaro de Lima Guimarães Júnior e de Prudenciana Amélia Monteiro de Lima. Deixou poesias, rimas e sonetos, enfeixados em três livros, que receberam excelente acolhida da crítica: “Recordações” (1960), “Quando as flores vão caindo” (1966) e “Envelhecer sorrindo”(1970). Deste casamento teve: 4-1 Ivan, falecido criança. 4-2 Newton de Lima Ribeiro +, médico do Jockey Club de São Paulo. Casado com Maria da Glória Leão Velloso (Glorinha), filha do Dr. Antonio Leão Velloso, médico, e de Dora Ângela Ferreira de Almeida (Angelita Leão Velloso); neta paterna do saudoso Dr. Pedro Leão Velloso, embaixador do Brasil em Paris, ali falecido e sepultado no cemitério Père Lachaise, ao lado da tumba de Alfred de Musset; inspirador da “Sopa Leão Velloso”, servida na célebre Confeitaria Colombo, no Rio. Tiveram: 5-1 Ana Maria de Lima Ribeiro
5-2 Eduardo Leão Velloso Ribeiro, Engenheiro Civil pela Universidade Mackenzie, divorciado. Tem: 6-1 Fernanda 6-2 Ricardo Leão Velloso Ribeiro. 4-3 Anna Maria Pia de Lima Ribeiro, falecida, assistente social, diretora da Casa Santa Marta e graduada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de S. Paulo. Dr. Jonas Deocleciano Ribeiro casou-se em segundas núpcias com D. Genoveva Martins de Andrade (1890-1978), aluna do Colégio Sion, em S. Paulo, filha do Coronel André Martins de Andrade, abastado comerciante, fazendeiro e político em S. Paulo, e de Rita Porphiria Martins de Andrade; neta paterna do Coronel Francisco Martins Ferreira da Costa, político homenageado pelo povo de Franca, em 1913, com uma artística herma, e de Emerenciana Villela de Andrade (Vovó Tia Sana); neta materna do Coronel José Esteves de Andrade, político e fazendeiro (Vovô Tio Zezé) e de Francisca Carolina Villela de Andrade (Vovó Tia Chica). Tiveram:
35 De propriedade, por herança, de sua segunda esposa, D. Genoveva Martins Ribeiro (1890-1978).
Revista da ASBRAP nº 4 264
4-4 Major-Aviador Clóvis Martins Ribeiro, faleceu em desastre de aviação. Foi homenageado pela edilidade de Franca, que deu o seu nome ao campo de aviação daquela cidade. 4-5 Branca, faleceu criança. 4-6 Maria da Conceição Martins Ribeiro, professora universitária, doutora em História pela Faculdade de História da USP. Graduada em Língua Russa pela Faculdade de Letras da USP. Master of Arts por Berkeley University e por Chappel Hill (Carolina do Norte). No início de sua carreira, foi professora no Grupo Escolar “Francisco Ribeiro”, em Sta. Rita do Passa Quatro, na mesma ocasião em que tinha princípio a brilhante trajetória do Desembargador Marcos Nogueira Garcez, então jovem juiz na Comarca de Sta. Rita, cuja honestidade, cultura, fidalguia e bondade deram lustre memorável ao Tribunal de Justiça de S. Paulo, qualidades estas que hoje escasseiam de forma notável. 2-9 Rita Cândida Ribeiro, casada com o Alferes José Garcia da Rocha, supra citado. 2-10 Floriana Theodora Ribeiro, casada com José de Salles Ribeiro (2as. núpcias deste). C.s. 2-11 José Inácio Ribeiro, casado com Antonia Olinta Nogueira. Com numerosa geração, já estudada por nosso confrade Dr. Arthur Nogueira Campos36.
Parágrafo 3º
ANTONIO GARCIA DUARTE
Com 11 anos em 1802. Casado com Ana Vitória de São José, nascida cerca de 1801, filha de José Borges da Costa, um dos fundadores de Ribeirão Preto. De sua descendência, destacamos o segundo filho: 1-2 Tenente-Coronel JOSÉ GARCIA DUARTE, BARÃO DA FRANCA. Casou-se pela primeira vez com Ana Bernardes Junqueira filha de José Bernardes da Costa Junqueira, requerente da Sesmaria do Barreiro, em Poços de Caldas, que vendeu mais tarde ao Major Joaquim Bernardes, seu irmão, e de Inácia de Andrade Junqueira. Com geração37:
36 Cf. “Três Famílias do Estado de São Paulo (Arruda Campos, Corrêa Aranha e Nogueira Ribeiro)”, in Edição Comemorativa do Cinqüentenário do Instituto Genealógico Brasileiro, São Paulo, IMESP, 1991, ps. 527-46. 37 Descrita por Frederico de Barros Brotero, in “Memórias e Tradições da Família Junqueira”, São Paulo, 1a. edição, 1957, ps. 592 e ss.
Revista da ASBRAP nº 4 265
2-1 Firmina Garcia Duarte, c.c. Luciano Vieira. Teve  a filha: 3-1 Maria Victoria Garcia Vieira, c.c. Alexandre Salem. Tiveram os filhos: 4-1 Dr. Nélio Salem 4-2 Mário Salem 2-2 Inácia Garcia Duarte (Mamãe Sá Inácia), casada com seu primo, Coronel Antonio Flávio Martins Ferreira, filho de Flávio Martins Ferreira e de Inácia Rita de Andrade, filha de Antonio Francisco Junqueira e de Rita Andrade Junqueira38. Com numerosa geração. O Barão da Franca casou-se em segundas núpcias, com Maria Amélia de Vassimon,39 BARONESA DA FRANCA, filha de Nicolau Tolentino de Vassimon. Sem sucessão deste segundo matrimônio. A Baronesa da Franca, enviuvando do Barão, casou-se em segundas núpcias com o Dr. João Antunes de Araujo Pinheiro, político e abastado proprietário em Franca SP, do qual também não teve descendentes.
Este trabalho é dedicado à memória de José Ribeiro Rocha (Juquita) e de Carmen Junqueira Gomide (D. Carminha) e para tia Branca, tia Glorinha e Ana Maria.
—————————————————
* Mestre em Direito Processual Civil e Doutorando em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da USP, sócio fundador da ASBRAP, membro efetivo do Instituto Genealógico Brasileiro.
38 Cf. “Memórias e Tradições da Família Junqueira”, cit., ps. 516-18. 39 Carta da Baronesa da Franca endereçada ao Dr. Jonas Deocleciano Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal da Franca: Franca, 24 de março de 1914 Illmo. Sr. Penhorada pela manifestação de pezar votada em sessão da Camara Municipal realisada no dia 16 do corrente, a requerimento do Vereador Cel. Henrique Moraes, pelo fallecimento do meu pranteado esposo Dr. João Antunes de Araujo Pinheiro, venho apresentar a V. S. os meus mais sinceros agradecimentos por tão honrosa homenagem prestada áquelle extincto, os quaes faço extensivo a todos os Snrs. Vereadores. Ao Illmo. Snr. Dr. Jonas Deocleciano Ribeiro M.D. Presidente da Camara Municipal de Franca (as.) Maria Amelia de Araujo Pinheiro
Revista da ASBRAP nº 4

Nenhum comentário:

Postar um comentário