Na apresentação histórica da
fundação de uma cidade, especialmente as de pequeno porte, sempre é levada em
consideração o seu corpo administrativo político, religioso e cultural.
Raríssimas vezes vemos como viviam, como faziam, do que sobreviviam, enfim como
era o seu dia a dia.
Na
história de Santa Rita do Passa Quatro, consta que, em 1839 por aqui chegou o
Alferes José Vieira da Fonseca com seus três genros: Ignácio Ribeiro do Valle
(um grande líder que mais tarde, em 1860, juntamente com seu filho Francisco
Deocleciano Ribeiro organizaram a fundação da cidade), Luiz Ribeiro do Valle e
Julião Ribeiro Salgado e outros membros da família. Portanto era uma caravana
numerosa.
Para
se deslocarem do Sul de Minas, mais precisamente da região de Pouso Alegre,
trouxeram consigo, além dos familiares, alguns cativos. São cerca de 250
quilômetros que separam desde a sua origem ao destino. Vieram com carros de
boi, carroças, troles, caminhando sertão afora? Trouxeram consigo livros para a
educação das crianças, pequenos móveis, ferramentas, sementes, animais de carga
e criação? Evidentemente que sim! Por aqui somente existia poucos moradores.
Quando
aqui se estabeleceram como era o seu dia a dia? O que plantavam, quais recursos
usavam?
Pelo
que parece, não tinham uma vida monótona, vazia, despreocupada. As mulheres não
vestiam longos rendados, nem os homens ternos finos como mostram os filmes e
novelas. Pela distância dos grandes ou pequenos centros urbanos, dependiam
muito da manutenção e industrialização de tudo que necessitavam. O sal era o
único, talvez o único produto que dependiam, para salgar e conservar o toucinho
e o charque. Com certeza trouxeram em quantidade.
Azeite
para o candeeiro, obtinham da mamona, açúcar, da cana, ervas medicinais, e
assim por diante plantavam nas suas propriedades.
Na
sua caravana trouxeram alguns escravos oleiros, carpinteiros, celeiros, pedreiros
e até mesmo ferreiros para a construção e manutenção de moradias, equipamentos
agrícolas, geralmente feitos de madeira.
Como
escoavam sua produção? Somente em 1879 foi construída a ponte de madeira sobre
o Mogi Guaçu, em Porto Ferreira e a 15 de janeiro de 1880 foi oficialmente
inaugurada à chegada dos trilhos da Companhia Paulista de Vias Férreas em Porto
Ferreira. Em 1887 foi inaugurada a navegação fluvial sobre esse rio, até
Pontal, na confluência do Rio Pardo, com uma extensão de 205 Km.
Como
e onde sepultavam seus mortos? A distância dos vilarejos onde existia cemitério
consagrado, obrigava-os a sepultarem em algum lugar da propriedade?
Neste
espaço de tempo poderemos compreender duas fases: O início da colonização,
fundação da freguesia e a chagada dos italianos, por volta de 1888, pós
libertação da escravatura.
1866 – em 10 de abril Santa Rita
Passa a ser Distrito.
1873 – A população desta
freguesia endereça um pedido aos deputados da Assembleia Legislativa Provincial
de São Paulo, solicitando a quantia de dois contos para as obras da igreja
matriz e três contos para a construção do Caminho que liga esta freguesia a
cidade de Casa Branca.
1876 – em 10 de abril Santa Rita,
passa a ser Distrito
1877 – Abaixo assinado datado de
08 de março, endereçado aos deputados da Assembleia Legislativa Provincial de
São Paulo para que seja construída uma ponte sobre o Rio Mogi Guaçu, num ponto
conhecido como Rio de João Antônio, em Porto Ferreira. Essa ponte foi
construída em 1879, praticamente no mesmo local onde está a ponte metálica.
1879 – A Assembleia Legislativa
Provincial de São Paulo decreta a transformação da Freguesia de Santa Rita do
Passa Quatro em Vila.
1884 – O Reverendo Eduard Everett
Joiner, dá início as atividades missionárias da Igreja Metodista do Sul,
- 15 de
outubro – inauguração do ramal ferroviário para Porto Ferreira, com 60 c.
de bitola.
1885 – 03 de março Santa Rita foi
elevada a Município.
1887 – 10 de janeiro - inaugurada
à navegação fluvial, iniciada em Porto Ferreira, passando pelo município e
Santa Rita e terminando em Pontal, na confluência do Rio Pardo, com 205Km de
extensão.
- 17 de
abril, falecimento de Francisco Deocleciano Ribeiro.
1889 – Fundação da Società
Italiana di Mutuo Socorso Patria Dovere. Essa sociedade sobreviveu com esta
denominação até o período da Segunda Grande Guerra. Depois passou a chamar-se
Sociedade Beneficente Santa Rita.
1890 – Era inaugurada Linha
Férrea ligando Porto Ferreira a Santa Rita.
1891 – A Companhia paulista de
Estradas de Ferro, compra o ramal de Porto Ferreira a Santa Rita, com 27
quilômetros de extensão.
1892 – 25 de agosto Santa Rita,
passa para a condição de Comarca.
1895 – No dia 23 de maio, foi
sepultado o idoso RUFINO, negro, falecido aos 115 anos de idade. Provavelmente
o mais idoso que por aqui passaram.
1895 – Inauguração do Serviço de
Luz Elétrica.
1902 – A febre amarela assola
nossa cidade. Pereceram 125 pessoas.
OS PRIMEIROS 50 ANOS DA NOSSA HISTÓRIA DE SANTA RITA DO PASSA QUATRO
Para
entendermos melhor a ocupação do nosso território, fomos buscar elementos da
formação histórica de alguns municípios limítrofes ou um pouco mais distantes
ainda, como Mogi Mirim, Batatais, Casa Branca e Franca. Mogi Mirim tem como ano
de fundação o longínquo 1769, São Simão e Franca 1824, além de Pirassununga
1823 e Descalvado 1832. Desde 1600, os Bandeirantes desbravando sertões, tinham
como rota para que se chegasse a Goiás, passando por Mogi Mirim até Franca,
denominada estrada dos tropeiros. Transportando seus apetrechos de mineração,
víveres e armas em lombo de burros.
Na
história da cidade de São Simão, consta que, Simão da Silva Teixeira, sua
esposa Catarina Maria da Silva e ainda seus escravos chagam até Casa Branca,
parada obrigatória dos tropeiros e aventureiros, deixando para trás algumas
cidades do Vale do Paraíba ou São Paulo, partem via Mogi Mirim para Franca e
daí em diante até Goiás.
Simão da Silva Teixeira, em 1823 fazia parte
de uma expedição de bandeirantes que saíra de Taubaté com intenção de explorar
o sertão do interior paulista. Estando em Casa Branca, deixou a expedição,
entregou a guarda de seu irmão sua mulher e seus escravos e seguiu sozinho
sentido oeste, levando consigo somente o podia, a procura de terras,
encontrando unicamente matas fechadas, perdendo o rumo, ficando sem víveres e
sem armas. Desesperado, volta-se para Deus, pedindo a interseção ao seu santo
padroeiro São Simão Apóstolo. Caso fosse socorrido, permanecia naquele local e
construiria uma capela em honra ao santo apóstolo. Deus ouvira suas preces.
Numa noite escura, avista uma fogueira e para lá se dirige encontrando um casal
de escravos foragidos. Este o acolhe, permanecendo ali até recuperar suas
forças, quando partiu em busca de sua esposa e dos cativos.
A história
considera Simão da Silva Teixeira como fundador da cidade, mas alguns
historiadores afirmam que nos tempos da chegada dos Bandeirantes já havia por
lá uma vila chamada Tamanduá. E isso tem muito a ver com a nossa história.
Tudo indica
que, ao contrário da colonização da região do oeste dos Estados Unidos, feitas
a partir de pequenos agricultores – pelo menos é que mostram os tradicionais
filmes de faroestes -, nossa região as novas vilas e de grandes fazendas foram
feitas por tradicionais, cultas e abastadas famílias oriundas do Sul de Minas. Famílias
numerosas com bom números de escravos, ferramentas para agricultura, armas e
munições aqui fixaram, como demonstra o dr. Eduardo Lousada da Rocha, em seu
livro “Contos e Memória” (1985):
José
Vieira da Fonseca, residente na cidade mineira de Pouso Alegre, havia decidido
colocar membros de sua numerosa família no então chamado “Sertão de São Paulo”,
desafogando terras que possuía em Pouso Alegre. Senhor de numerosa família e
sólidos acervos, enviou mensageiros que adquiriram de um padre a “Fazenda
Quatro Córregos”, em terras de Casa Branca, e ao velho mulato João Pereira de
Barros as extensas terras que tinham sido a sesmaria do Bebedouro.
No ano de 1837, passadas as águas, as
comitivas partiram de Pouso Alegre. Enquanto José Vieira da Fonseca passava a
residir na Fazenda de Casa Branca, possivelmente no propósito de ficar a meio
caminho entre seus descendentes que ficavam e aqueles que saíram, três genros
seus, os irmãos Julião Ribeiro Salgado, Luiz Ribeiro do Valle e Ignácio Ribeiro
do Valle, vieram instalar-se em terras do Bebedouro.
Julião ficou na confluência dos três córregos
Prata, Sucuri e das Pedras, formadores do Bebedouro. Luiz instalou-se no lugar
chamado Capão do Sobrado e Ignácio na Fazenda Córrego Alto, vizinha do espigão
divisório entre Bebedouro ao norte e o Rio Claro, outro afluente do Mogi-Guaçu,
ao sul.
Mais tarde vieram dois outros genros de José
Vieira da Fonseca, Antônio Manoel de Palma e Francisco Ferreira da Rocha, que
se instalaram na Fazenda das Pombas.
Em 1839, por influência de amigos da família Ribeiro,
Francisco de Paula Louzada, procedente da cidade mineira de Campanha, vinha
instalar-se em terras do Rio Claro, onde abriu fazenda.
Dois netos de José Vieira da Fonseca, os
irmãos José e Joaquim Vieira da Fonseca vieram por esse tempo, também para as
terras do Bebedouro, fixando-se respectivamente nos lugares Água Parada e
Beberdorzinho.
Em 1841, dois anos depois de sua chegada ao
Rio Claro, Francisco de Paula Louzada, casado com filha de José da Silva
Borges, próspero fazendeiro da cidade de Campanha, trazia para sua companhia o
cunhado Francisco da Silva Borges, a quem cedia suas terras do Rio Claro,
mudando-se para o lado norte do espigão, donde viria a falecer em 1909.
Para o vale do Rio Claro vieram mais tarde D. Rita Nogueira
e família abrindo a Fazenda Santa Cruz, e as famílias Souza e Alves abrindo a
Fazenda Rio Claro de Cima. A região compreendida pelas fazendas Rio Claro de
Baixo, Água Parada e Rio Corrente foi sendo ocupada por famílias diversas,
gente de pouca posse.
Mais tarde, da região mineira de Ayruoca,
vieram os Souza e os Meirelles, chefiados pelo Cel. Joaquim Victor de Souza
Meirelles. Desses troncos se constituíram gerações que aos poucos formaram
nossa cidade.
Ao contrário
dos acontecidos na colonização do sertão de Bauru, Rio Preto, no início do
século 20, quando colonos e índios travaram conflitos, na nossa região não há registros.
No final de 1800, quando da fundação de Pirassununga, índios de língua Tupi
viviam por lá. Em tempos mais remotos, a cidade de Mogi Mirim era habitada por
índios Caiapós.
Numa
estatística publicada no ano de 1895, a maior concentração urbana brasileira
era Rio de Janeiro, a então capital federal com uma população de 800 mil almas.
Seguida por Bahia (com certeza Salvador) com 300 mil, Recife com 200 mil, São
Paulo ocupava o quarto lugar com 160 mil, Campinas e Santos com cerca de 30 mil
habitantes. Isso demonstra que no sertão paulista existia um vazio demográfico
imenso.
Em 1908, quando fora criada a
Diocese de Ribeirão Preto, Santa Rita do Passa Quatro era desligada da
Arquidiocese de São Paulo, sendo anexada e esta nova Diocese. Sua população
neste ano era de 16.000 habitantes. (Fonte: História da Arquidiocese de
Ribeirão Preto – 1983 – Padre Francisco de Assis Correa). Nesta mesma
publicação consta que a Paróquia de Santa Rita do Passa Quatro foi criada em
1865. Data esta que não bate com a realidade.
Em
1953, nos meus primeiros anos do Grupo Escolar, chamada popularmente de
Escolinha, antigo Curso Anexo a Escola Normal, mais tarde “Nelson Fernandes”,
quando de retorno para casa, passávamos na esquina da Rua Monsenhor Porfirio
com a Rua Victor Meirelles e neste local, sentado num banco defronte a sua casa
estava o cidadão Misael Alves de Araújo (Alpinópolis-MG 1871 – Santa Rita do
Passa Quatro, 08 de agosto de 1957), com um breve aceno nos chamava e sempre
dizia: “Se a professora ensinar para vocês que a cidade começou aqui nesta
praça, diga a ela que não é verdade. É o Misael que está falando. A cidade
começou mais acima, lá onde tem a biquinha!-
Sabem
por quê? Ninguém construía suas casas longe das minas d’agua!” E essa teoria
era confirmada pelos antigos. E faz sentido.
As
minas d’agua, das quais Misael se referia, ficavam onde hoje estão às quadras
entre as travessas Duque de Caxias, Visconde do Rio Branco, Coronel Joaquim
Victor e José Rodrigues Palhares, ladeadas pelas ruas Victor Meirelles e Inácio
Ribeiro (antiga Rua das Flores). A Rua das Flores, provavelmente, seria a primeira
rua devidamente planejada para a futura cidade de Santa Rita.
Reforçando
essa tese, facilmente chegamos à conclusão verdadeira, uma vez que naquela
região, ainda no século 19 existia a Capela de São Sebastião, no Largo São
Sebastião, onde hoje está o prédio da Câmara Municipal, um pouco mais abaixo
existia uma pequena, no local onde hoje existem as torres de telefonia, com
frente para a antiga Rua Prudente de Morais – hoje José Rodrigues Palhares. E
mais ainda, o Hospital São Vicente de Paulo, mantido pela Congregação dos
Vicentinos ficava bem próximo a esta área, nas imediações do atual Terminal
Rodoviário. Provavelmente a Igreja Primitiva de Santa Rita ficava nessa área,
ou bem próxima dela.
Além
dos registros paroquias encontramos um registro com uma caligrafia quase que
irreconhecível, onde consta que a Assembleia Legislativa Provincial decreta
que: Ficam criadas quatro cadeiras de primeiras letras para o sexo masculino,
distribuído do modo seguinte:
1.ª no município de Brotas;
2.ª na Freguesia de São Pedro,
município em constituição;
3.ª na Freguesia Nossa senhora
dos Remédios, em Tietê;
4.ª na Freguesia de Santa Rita do
Passa Quatro, no município de Bethlem do Descalvado.
Ficam
revogas as disposições em contrário.
Sala
das Comissões no ano de 1866.
Assinado: Andrade Machado.
1873
Abaixo
assinado, datado de 12 de janeiro de 1873, endereçado aos Deputados da
Assembleia Legislativa Provincial de São Paulo, solicitando a quantia de dois
contos para as obras da Igreja Matriz e três contos para construção de Caminho
que liga esta Freguesia a Casa Branca.
Segue assinaturas:
Manoel das Dores Brasil – Vigário
Francisco Modesto Guilhermino –
Juiz de Paz e eleitor
Manoel Cyrino Alves – Juiz de Paz
e eleitor
João da Silva Pedroso – Juiz de
Paz e eleitor
Segue mais 41 assinaturas de
cidadãos aqui residentes.
Abaixo
assinado, datado de 08 de março de 1877, solicitando aos deputados da
Assembleia Legislativa Provincial de São Paulo para que seja construída uma
ponte sobre o Rio Mogi Guaçu, num ponto conhecido com Rio de João Antônio.
Segue assinaturas de:
Padre Manoel das Dores Brasil
João da Silva Pedroso
João Antônio Pereira e 53
assinaturas.
Documento da Assembleia
Legislativa Provincial de São Paulo, decreta:
A Freguesia de Santa Rita do
Passa Quatro, município de Pirassununga e da Lagoinha, passam a serem vilas, conservando
as mesmas suas denominações respectivas.
Assembleia
Legislativa Provincial de São Paulo, 28 de março de 1979.
1882
Abaixo assinado pedindo a
Assembleia Legislativa Provincial de São Paulo que torne a freguesia de Santa
Rita do Passa Quatro a Vila.
Santa
Rita do Passa Quatro, 01 de fevereiro de 1882.
Manoel Martins de Oliveira
José Bueno de Lima
Carlos de Oliveira Salles e mais
36 assinaturas.
ALMANAK
Numa Almanak (provavelmente de
1882) encontramos uma relação das atividades exercidas na Freguesia de Santa
Rita do Passa Quatro:
Esta
Freguesia se acha colocada no cimo de uma montanha, distante 30 quilômetros de
Pirassununga. Foram seus fundadores: Francisco Deocleciano Ribeiro, seu pai
Ignácio Ribeiro do Valle e o reverendíssimo Padre Jeremias Nogueira. Pela
primeira vez aparece o nome do Padre Jeremias Nogueira como fundador da
Freguesia de Santa Rita. Na galeria dos vigários da Paróquia de Santa Rita, o
Padre Antônio José de Castro foi nomeado capelão-cura em 1862.
Juízes de Paz:
1.º - José Ferraz de Carvalho; 2.º - José Alacrino Ramiro de Abreu; 3.º -
Francisco Vieira Palma; 4.º - Henrique de Almeida Regadas. Escrivão: Manoel
Honório de Oliveira.
Subdelegado de
Polícia: Capitão Manoel Martins de Siqueira. Suplentes: 1.º - Eustáquio Antônio
de Lima; 2.º - Bernardino José Martins; 3.º - Vago.
Agente do
Correio: Francisco José Machado.
Coletor de
Rendas: Fortunato de Paula Saldanha.
Igreja Matriz:
(sob a invocação de Santa Rita): Vigário: Padre Ângelo Maria Vaccaro.
Médico: Dr.
Armindo Leite de Mello.
Farmácia: Cândido
Eliseu de Sampaio.
Lojas de
Fazendas, Ferragens, etc.
Agapito Júlio
Xavier, Carlos Salles & Cia., Gomes & Timpson, João da Costa Bernardo
& Cia., Joaquim Bernardino Moreira, Joaquim Gomes de Oliveira e Júlio de
Souza & Cia.
Fazendas de
Cultura de Café:
Anna
Duponchele, Antônio Augusto Monteiro de Barros, Antônio Joaquim do Nascimento,
Antônio Manoel Palma, Dr. Armindo Leite de Mello, Tenente Coronel Bento José de
Carvalho, Bento Pedroso de Moraes, Dr. Carlos Paes de Barros, Tenente Coronel
Delfino Martins de Siqueira, Dr. Elias Fausto Pacheco de Jordão, Eustáquio
Antônio de Lima, Dr. Francisco L. R. Guimarães, Francisco Alves de Araújo, Francisco
Deocleciano Ribeiro, Francisco Vieira Palma, Dr. Henrique de Almeida Regadas,
Espólio de Januário de Oliveira Camargo,
Joaquina Cândida Ribeiro, Tenente Coronel Joaquim Victor de Souza Meirelles,
Joaquim Gomes de Oliveira, Joaquim Ricardo de C. Mattoso, João Baptista de
Oliveira Cardozo, José Bueno Barbosa Pires, José Ferraz de Carvalho, José
Carneiro Cunha Lobo, José Vieira Palma, José Garcia Duarte, José Garcia Rocha,
Coronel José Guedes de Souza, Lino Gomes do Nascimento, Lucas Antônio Monteiro
de Barros, Manoel Martins da Silveira, Manoel Joaquim Ribeiro, Messias Franco
de Abreu, Meirelles & Irmão e Thomaz de Aquino Queiroz.
Numa
outra publicação, provavelmente por volta de 1890, intitulada “Santa Rita do Passa
Quatro – Villa” consta que a povoação fundada em território outrora de São
Simão, foi criada freguesia pela Lei Provincial de 10 de abril de 1866 e
elevada a Vila pela lei n.º 34 de 10 de março de 1885. Pertence a Comarca de
Belém do Descalvado.
Administração de Justiça
Juiz Municipal de Órfãos
Suplentes: 1.º - Manoel Custodio
Ribeiro; 2.º - Fernando Marinho de Azevedo; 3.º - João Affonso de Siqueira.
Tabelião: Antônio Bernardino
Velloso.
Escrivão de Órfãos: Daniel
Joaquim Villela Rezende
Oficiais de Justiça: Antônio
Felix Gomes, Carlos da Silva Pedroso e Joaquim Martins Ramos.
Câmara Municipal – Vereadores:
José
Vieira Palma, Tenente Coronel Joaquim Victor de Souza Meirelles, Elias Pereira
Escobar, Fortunato de Paula Saldanha, Veríssimo José dos Reis, Eustáquio
Antônio de Lima e Major Manoel Martins da Silveira.
Secretário: Carlos de Oliveira
Salles.
Procurador: João Theophilo de Meirelles.
Fiscal: João Antônio de Oliveira.
Juízes de Paz:
1.º
- Francisco Vieira palma; 2.º - Hormindo Leite; 3.º - Francisco Alves de Araújo
e 4.º - Henrique de Almeida Regadas.
Escrivão da Delegacia e de Paz:
Vergílio Horácio de Andrade.
Polícia: Delegado Antônio Maria
Gregório.
Suplentes: 1.º - Maragliano da
Costa Bezerra; 2.º – Joaquim Custódio Ribeiro e 3.º - Antônio dos Reis Pinto.
Subdelegado: Antônio Castro N. do
Nascimento.
Suplentes: 1.º - Elias Pereira
Escobar; 2.º - Luiz Gomes do Nascimento e 3.º - Antônio Eleutério da Silva.
Culto Público: Padre Ângelo Maria
Vaccario – Pároco. Sacristão: Francisco Vanno e Fabriqueiro: João da Costa
Bernardo.
Correio: Agente Vicente H. de
Azevedo Antunes.
Coletoria: Agente João Gonçalves
da Silva.
Agência Bancária: Júlio de Souza.
(Pela primeira vez aparece o sistema bancário em Santa Rita do Passa Quatro.)
Açougue: Siqueira & Martins.
Alfaiates: João Theophilo de
Meirelles e Manoel Maria.
Bilhar: Veríssimo dos Reis.
Casas de Pasto: Augusto E.
Kronjäger e Siqueira & Martins.
Barbeiro: José Benedicto de
Abreu.
Fábrica de Cerveja e Licores:
Ernesto Richter e Gustavo Diette.
Fazendas de Cana: Bento Felix de
Godoy, José Bento de Godoy, Procópio Cabral & Irmão e Viúva Mafra &
Filhos.
Fazendas de café: Antônio Augusto
Monteiro de Barros, Antônio Manoel Palma, Antônio Ferraz (viúva), Benedicto
Ferraz, Bento José de Carvalho, Carlos Paes de Barros, Delphino Martins de
Siqueira, Dr. Elias Fausto Pacheco Jordão, Dr. Elias Pacheco Jordão, Francisco
Alves de Arouche, Francisco Leite Ribeiro Guimarães, Francisco Schmidt,
Francisco Deocleciano Ribeiro (Viúva), Francisco Vieira Palma, Hermindo Leite
de Mello, Dr. Henrique Almeida Regadas, Januário de Oliveira (espólio), Joaquim
Victor de Souza Meirelles, Joaquim Gomes de Oliveira, Joaquim Cândido Ribeiro, João
Baptista Marcondes do Amaral, João Baptista de Oliveira, José Bueno Barbosa
Pires, José Guedes de Souza, José Carneiro da Cunha Lobo, José Vieira Palma,
José Garcia Duarte, José Garcia Rocha, Lino Gomes do Nascimento, Madame Anna
Duponchelle, Manoel Joaquim Ribeiro, Manoel Franco, Manoel Martins da Silveira,
Marinho de Azevedo Dr., Messias Franco de Abreu, Meirelles & Irmão, Thomaz
Aquino Queiroz e Pedro Ferraz de Carvalho.
Ferreiros e Serralheiros:
Ernesto Richter, Antônio Ignácio
da Costa e João Gonçalves da Silva.
Fogueteiro: Antônio da Costa.
Funileiro: Braz Maturone (os
italianos já começam a aparece na nossa história comercial).
Lojas de Fazendas, Ferragens e
Armarinho: Adolpho Macherine, Agapito Júlio Xavier, Antônio Timotheo de Aquino,
Achillo Delpino, Braz Matuone, Cosimo Macherine, Ernesto Augusto Crogingene,
Evaristo de Arruda Campos, Fabiano Barrere, Ignácio Lino de Oliveira, Ignácio
C. Lemes de Escobar, Joaquim Bernardino Moreira, Joaquim Soares Pereira, João
da Costa Bernardo & Comp., João Piaçú, José de Abreu Fonseca Junior, José
Antônio, José Ferreira Ribeiro, Júlio de Souza, Ladislau Pereira da Silva,
Lourenço Nunes, Luiz Carlos da Silva e Manoel Felício Quintino.
Máquina de Beneficiar Café:
Henrique Timpson & Comp.
Assembleia Legislativa Provincial
de São Paulo,
Decreta:
Artigo
único – Fica o Presidente da província autorizado a despender até a quantia de
cinco contos para os reparos da estrada de Porto Ferreira a Santa Rita do Passa
Quatro e com a reconstrução da ponte sobre o Rio Claro, na mesma estrada.
Revogadas
as disposições em contrário.
01
de Março de 1882
Campos Salles
Gabriel (ilegível)
A
Igreja Metodista em Santa Rita do Passa Quatro foi fundada com a denominação de
Igreja Metodista do Sul, nome que veio com os missionários do Sul dos Estados
Unidos. O fundador foi o Reverendo Eduard Everett Joiner, (foto)
Segundo
dados históricos da Igreja aqui na cidade, desde 1884 a presença Metodista ocorria
reuniões na antiga Rua XV de Novembro (não conta o número do prédio),
atualmente Rua José Bonifácio. Somente em 1889 era iniciado o Livro de Registro
de Membros, por esse motivo é que se diz que a Igreja foi organizada.
A
Igreja Metodista de Santa Rita, como missionária abriu trabalhos (ponto de
pregação) nas cidades de Porto Ferreira, Pirassununga, Tambaú, Santa Cruz das
Palmeiras e Caconde, além de atender as pessoas nas fazendas do município
santa-ritense.
Curiosamente,
documentos antigos mostram que as medidas do terreno do templo foram declaradas
em “Palmos” de frente e de fundos. Esse terreno foi comprado por seis mil
contos de réis, afirma Carlos Roberto Vaz Silveira, membro da Igreja Metodista.
1885
Numa
publicação sem referências, datada de 1885, era publicada uma relação da
administração, comércio e fazendas da Vila de Santa Rita do Passa Quatro, com o
seguinte teor:
SANTA RITA DO PASSA QUATRO – Vila
Povoação
fundada em território outrora município de São Simão, foi criada freguesia pela
lei provincial de 10 de abril de 1866 e elevada à vila pela lei n.º 34 de 10 de
março de 1885. Pertence a Comarca de Belém do Descalvado.
Administração
de Justiça (Juiz Municipal e de órfãos)
Suplentes: 1.º - Joventino Lopes
de Faria; 2.º - Antônio Carlos Ribeiro e 3.º - Manoel Custodio Ribeiro.
Tabelião
Antônio Bernardino Velloso.
Escrivão
de órfãos: Daniel Joaquim Villela Resende.
Oficiais
de Justiça: Antônio Feliz de Santa Cândida, Carlos da Silva Pedroso e Joaquim
Martins Ramos.
Polícia
– Delegado: Antônio Maria Gregório. Suplentes: Maragliano da Costa Bezerra e
Joaquim Custodio Ribeiro.
Subdelegado:
Antônio Castro do Nascimento. Suplentes: Elias Pereira Escobar, João Affonso de
Siqueira e Luiz Gomes do Nascimento.
Escrivão:
Elias Antônio de Oliveira.
Câmara
Municipal – Vereadores: Tenente Coronel J. Victor de Souza Meirelles, Francisco
Deocleciano Ribeiro, Fortunato de Paula Saldanha, Elias Pereira Escobar,
Veríssimo José dos Reis, Eustaquio Antônio de Lima e o Major Manoel Martins da
Silveira.
Secretário:
Carlos de Oliveira Salles.
Procurador:
João Theophilo de Meirelles.
Fiscal:
João Antônio de Oliveira.
Juiz
de Paz: 1.º - Francisco Nuera Palma; 2.º - Hormindo Leite; 3.º - Francisco
Alves de Araújo e 4.º - Henrique de Almeida Regadas.
Culto
Público: Padre Ângelo Maria Vaccario – Sacristão: Francisco Vanno e Fabriqueiro:
João da Costa Bernardo.
Correio
– Agentes: Fortunato de Paula Saldanha e Francisco José Machado.
COMÉRCIO
Açougue:
João Antônio Pereira.
Alfaiates:
Domingos Ângelo Pessa e João Theophilo de Meirelles.
Bilhar:
Ignácio Pereira de Escobar.
Casa
de Pasto: Augusto Kronjäger e Siqueira & Martins.
Fábrica
de Cerveja e Licores: Ernesto Richter.
(Nessa publicação não menciona
outras casas comerciais)
Fazendas de Cultura de Café:
Messias F. de Abreu – Morro
Alegre
Francisco Leite Ribeiro Guimarães
– Paulicéia
Antônio Augusto Monteiro de
Barros – Córrego Rico
Lucas Antônio Monteiro de Barros
– Santo Antônio dos Coqueiros
Manoel Martins da Silveira – Rio
Claro
José Bueno Barbosa Pires –
Tombador
José Guedes de Souza – Quatro
Barras
Joaquim Gomes de Oliveira - Cachoeirinha
Delphino Martins de Siqueira –
Cascata
Dr. Henrique Almeida Regadas –
Santa Feliciana
José Carneiro da Cunha Lobo –
Três Irmãos
Joaquim Victor de Souza Meirelles
– Fortaleza
Meirelles & Irmão – Santa
Cruz
Antônio Manoel de Palma – Boa
Vista
José Vieira Palma – Aprazível
M. Anna Dupanchelle – Bela Vista
Carlos Paes de Barros – Santa
Maria
José Garcia Duarte – Santa Rita
Francisco Vieira Palma – Monte
Belo
Joaquina Cândida Ribeiro –
Córrego Alto
José Garcia Rocha – Alto da Serra
Thomaz de Aquino Queiroz – Santa
Maria
Francisco Deocleciano Ribeiro –
Cachoeira do Mico
Lino Góes do Nascimento – Retiro
Grande.
1889
Abaixo assinado Presidente e
Vereadores desta Vila endereçando ofício ao Senhor Conselheiro M. A. Duarte de
Azevedo – Digníssimo Presidente da Assembleia Provincial, solicitando a
aprovação urgente do nosso Código de Posturas, para que se torne Lei neste
Município.
Santa
Rita do Passa Quatro, 04 de março de 1889.
Manoel Martins de Oliveira –
Presidente
José Vieira Palma
Elias Pereira Escobar
Veríssimo José dos Reis
![]()
(Publicações feitas no jornal
“Gazeta de Santa Rita” na última década do século19.)
Esteve nesta vila de Santa Rita a
companhia de operetas que é dirigida pelo Sr. Antônio Pinto, capitão reformado
do exército e homem dotado de espírito ilustrado e além disso de um excelente
coração.
Grandes dificuldades encontrou o diretor desta companhia em achar uma
casa onde pudesse funcionar os espetáculos; a ser preparado uma para esse fim.
A companhia deu um concerto na sala do Sr.
Veríssimo Reis.
Figuraram naquele concerto, d. Maria Pinto e d. Maria Urite, o barítono
Giuseppe Argenton, tenor Joanne Casella e o maestro Francisco Pusoni.
Exibiram-se perfeitamente todos esses personagens, sobressaindo-se
particularmente a interessante atriz Sra. Maria Pinto.
Foi num desses casarões que tal opereta fora exibida.
E. F. MOGYANA
Julho de 1895
Prosseguem
ativamente os trabalhos dessa importante via férrea do Estado, estando o avançamento
a três léguas de Uberabinha, em Minas. Em nosso município estão construindo a
ponte metálica sobre um rio, e espera-se que ficará pronta em breve. Todavia a
inauguração desse trecho não se fará em fins de agosto, como se esperava.
Publicação
feita num jornal da cidade.
REGISTRO CIVIL
Foram sepultados no mês de abril
de 1895:
Adultos: 09 - Menores: 23
Maio:
Adultos: 12 - Menores: 32
Junho:
Adultos: 12 - Menores: 29
Total:.108
Enterros grátis: 11 – Menores 7.
SOCIEDADE REPUBLICANA ITALIANA
Em 1895 a Colônia Italiana aqui
radicada já estava bem estruturada e atuante.
Diversos
membros da colônia italiana aqui residentes, constituíram em Santa Rita, uma
agremiação social que terá por título a epigrafe desta notícia.
A
nova sociedade tomará por bandeiras teóricas e ideias expendida pelo glorioso
democrata Giuseppe Mazzini.
Nesse
sentido já os associados de nova agremiação política se reuniram, tomando a
palavra o senhor Mario Cattaruzza, que salientou, em belas explanações, o
objetivo da ”Sociedade Republicana Italiana.”
A
um “triunvirato” composto pelos senhores Mozé Ferrari, Attilio Aureli e
Januário Spinelli foi dada a incumbência de dirigir os destinos da nova
sociedade, sendo escolhidos para Tesoureiro: Cesar Ghilarducci; para
Secretário: Arthur Remondino, e para Porta-bandeira: Domingos Flosi.
ESCOLA ITALIANA
Neste
dia 28 de julho de 1895, às cinco horas da tarde, no salão da Sociedade Beneficente
Italiana, foi inaugurada uma nova escola, instituída e sustentada pelos
italianos aqui domiciliados, afim de facultar
a infância italiana a luz da instrução.
SOCIETÀ ITALIANA DI MUTUO
SOCORSO PATRIA E DOVERE
Sono Invitati tutti i soci effetivi ad intervenire oggi 1.º maggio alle
ore 4 ½ pom. nel locale teatro all’assemblea ordinaria generale per effetuare
l’elezioni generali, giusto il disposto dell’articolo 34.
Sono pregati i Sigg. soci di non mancare a questa seduta d’importanza
inconcussa.
Santa Rita, 30 aprile 1904.
P.il presidente
Antonelli Francesco.
AVVISO
Il giorno 13 giugno 1904 ricorre la festa Del Santo Tuomaturgo, diretto
dall’Egregi Signori zelatore Tosetto Pietro, vice Rizzo Domenico, consigliere
Tomadon Giacinto, osservatore Zorzi Gabrielle, quali reppresentanti della
sudetta società, e com accorda del ver. Vicário. Avisa i soci tutti Che nel
detto giorno trovasi riuniti al Largo da Matriz. Verrà effetuato um leilão a
beneficio della festa.
Sede sociale Travessa Francisco Ribeiro n.º 3.
Il Cominato.
20 DE SETEMBRO
A
grande data que colocou a Itália livre e unida ao lado das nacionalidades
europeias foi também entusiasticamente comemorada em Santa Rita.
Para
esse fim organizou a Sociedade Beneficente Italiana desta cidade uma sessão
magna, bem ornamentada para a cerimônia.
Antes,
porém, de realizar-se a sessão, formado um préstito luzido e numeroso,
percorreram os italianos as ruas principais de Santa Rita, vistosamente
enfeitadas as bandeiras italiana e brasileira, arcos de folhagem, flamulas,
galhardetes, etc.
Precedia-os
a banda de música e a bandeira da Sociedade Beneficente, figurando igualmente
no préstito, uniformizados e a dois, desfilando os alunos das escolas mantidas
pela mesma benemérita sociedade.
Ao
passar o préstito em frente ao escritório do jornal Gazeta de Santa Rita,
saudada com palavras eloquentes e entusiásticas, pelo Sr. Giovanni Forcignani,
que falou em nome de seus compatriotas. Respondeu, agradecendo, o representante
da Gazeta de Santa Rita Arthur Andrade, que fez uma rápida síntese histórica do
fato, saudando no dia 20 de setembro a vitória brilhante das ideias que
estremeceram, naquele tempo, todo o Velho Mundo.
Continuando
o trajeto, parou o préstito em frente à residência do Sr. Dr. João Augusto de
Souza Fleury, ilustrado e íntegro Juiz de Direito da Comarca. Saudou o digno
magistrado o Sr. Giovanni Forcignani. O Dr. Fleury respondeu, proferindo uma
viva e eloquente alocução.
Ato
contínuo dirigiu-se o préstito ao salão da sociedade, onde se realizou sessão magna.
Presidiu-a, em falta do Sr. Antônio Guião, presidente honorário, e o Sr.
Florindo Mazzoai, presidente efetivo, o Sr. Caldara Pietro, tendo a seu lado os
demais membros da diretoria..
Aberta
a sessão, foi dada a palavra ao Sr. Giovanni Forcignani, e, em seguida, ao
orador oficial o talentoso advogado Horácio de Siqueira que proferiu um belo
discurso alusivo ao ato.
Pediu
a palavra, logo em seguida, o distinto advogado de nosso foro Celso Garcia da
Luz, que falou em nome do Gabinete Literário Rio Branco, cuja diretoria se
achava presente a solenidade.
Seguidamente,
pediu também a palavra Arthur Andrade, saudando a colônia italiana em nome do
jornal Gazeta de Santa Rita.
Todos
os oradores, ao terminar, foram calorosamente aplaudidos pelo enorme auditório.
Revela notar aqui também o belo hino patriótico composto pelo Sr. Giovanni
Forcignani e cantado pelos alunos das escolas italianas.
Foi
em suma, uma festa comemorativa, patriótica e eloquente, a altura da briosa
colônia italiana de Santa Rita.
O
Colégio Santa Rita, em homenagem a gloriosa data de 20 de setembro, não funcionou
nesta sexta feira.
(A quantidade de italianos que
aqui residiam já era considerável, a ponto nossa imprensa publicar convocações
e avisos neste idioma.)
28 de julho de 1895
Parece
que, finalmente a iluminação a luz elétrica vai ser uma realidade entre nós,
pois, segundo somos informados, já se acham bastante adiantados os trabalhos
preliminares para a instalação da mesma.
A
empresa, cujo privilégio foi outorgado a ativo e laborioso conselheiro Sr. João
Baptista de Carvalho Andrade, já empreendeu os passos mais indispensáveis a
esse desideratium, tendo já pronto o caminho desta cidade a cachoeira (atual
Três Quedas), lugar em que estão sendo feitas muitas obras como: nivelamento
para a edificação do prédio respectivo, corte do morro, etc.
A
construção da casa foi contratada com o empreiteiro Melille, devendo a mesma
ser toda de pedra e dispor de uma área de 40 palmos quadrados aproximadamente.
Os
postes, em grande parte, tirados. O Sr. Andrade espera que, no decorrer do mês
de agosto próximo, estará habilitado para proceder a colocação e montagem dos referidos postes,
conjuntamente com outros acessórios.
Todos
os materiais foram encomendados em tempo conveniente, conforme nos assegurou o
empresário, devendo chegar da Europa por intermédio da Casa Siemens e Halske,
de Berlin.
Como
se vê do exposto, há todo fundamento para se presumir que, daqui a poucos dias,
Santa Rita poderá acompanhar suas irmãs (cidades vizinhas) na vereda do
progresso, registrando mais esse notável melhoramento.
EMPRESA LUZ ELÉTRICA
SANTA-RITENSE
A
conhecida e importante companhia Arens, estabelecida em Jundiaí, acaba de
firmar contrato com o senhor João Baptista de Carvalho Andrade, para o
fornecimento da luz elétrica em Santa Rita.
Segundo
as cláusulas principais desse contato a referida companhia se obriga a promover
esse grande melhoramento local no prazo inadiável de quatro meses, tempo em que
o senhor Andrade julga mais que suficiente para ser convertido em realidade
esse auspicioso e enorme benefício, tão desejado por todos.
Os
demais trabalhos acham-se no melhor pé de adiantamento, faltando unicamente os respectivos
mecanismos para se ultimar definitivamente as aludidas obras.
Os
obeliscos, que serão fornecidos pelo senhor Andrade, estão quase todos
prontos; os trabalhos da Cachoeira Passa
Quatro.
Acham-se
terminadas, inclusive o edifício competente, que, com alguns acessórios a mais,
ficará completos e perfeitos.
O
sistema adaptado é o mais moderno e aperfeiçoado. Para chegar a esse
desideratum não olhou o senhor Andrade a sacrifícios, tendo apenas em mira
dotar esta cidade com um serviço completo e abalizado.
Para
dirigir os trabalhos relativos à montagem do mecanismo está contatado pelo sr.
João Baptista de Carvalho Andrade, o engenheiro Egon von Frankenberg.
FRANCESCO PEZZULO
Chegou
a esta cidade, onde pretende fixar residência, o senhor Francesco Pezzulo,
erudito professor de línguas.
DR. RANGEL JUNIOR
O
senhor doutor José da Costa Rangel Junior, deputado estadual, participou que
doravante, pretende recomeçar seus trabalhos advocatícios o tempo que lhe for
propiciado pelo interregno congressual.
ELEIÇÃO
Resultado
da eleição para deputados, senadores, vereadores e juiz de paz, realizada no
dia 30 de julho de 1895, sendo esse o resultado:
Para deputado:
Dr. Alberto Sarmento: 193 votos.
Dr. Adolpho Coelho: 193
Para
senadores:
Dr. Jorge Tibiriçá: 187
Dr. Ezequiel Ramos: 187
Para
vereadores:
Joaquim Ribeiro: 156
Dr. Sancho: 132
Alexandre Siqueira: 129
Dr. Regadas: 128
João M. Aguiar: 127
Dr. Travassos: 124
Eustáchio de Lima: 117
Manoel C. Vasconcellos: 115
Candido Sampaio: 69
Misael Alves de Araújo: 67
Dr. Rangel Junior: 66
Antônio Palma: 57
Paulo Vilella: 24
Dr. Guião: 13
Antônio F. Campos: 4
Ignácio Escobar: 4
Francisco Teixeira da Silva: 4
José Joaquim B. Junior: 4
Bento Ferraz, Mariano de Mello,
Manoel João da Cruz, Francisco E. Palma e Victor Meirelles, um voto cada.
Para
Juiz de Paz:
Francisco T. da Silva: 166 votos
José Garcia Duarte: 160
Severino Meirelles: 159
Manoel Leitão: 76
Francisco Palma: 65
Theophilo Carvalho: 64
José Alacrino, Dr. Hormindo, Dr.
Marinho, Victor Meirelles, Barnabé Correa e João S. Nogueira: um voto cada.
11 de agosto de 1895
DESASTRE
O Jornal “Gazeta de Santa Rita”,
de agosto de 1895 publicou esta notícia bastante curiosa:
Em
um desses últimos dias, no largo da cadeia, foi uma pobre criança de nome
Giuseppe vítima de uma natural imprudência, ou melhor, falta de cuidado de seus
genitores.
O
caso deu-se quando o pequeno Giuseppe se aproximava de um carro de boi
estacionado no referido largo, ocasião em que um dos bois preso no carro lhe
vibrou uma terrível cornada, ferindo-o profundamente na região facial esquerda.
O
proprietário do carro, senhor Benedito Porello, foi detido para averiguações,
em seguida ao que o puseram em liberdade, mediante indenização de 100$000, paga
a família da criança ofendida.
CAPELA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
Por
portaria de 20 do fluente (20/9/1895), o Revmo. Sr. Conego Magalhães, digno
vigário da paróquia, dispensou do cargo de vice-presidente da comissão de obras
dessa capela, a seu pedido, o sr. Alferes João Lucio, nomeando para o mesmo o Sr.
Misael Alves de Araújo, o qual já tomou posse solenemente no cargo, na Igreja
Matriz.
DONATIVO
O
generoso e distinto cavalheiro, senhor Joaquim Custódio Ribeiro, agricultor
neste município, ofereceu a comissão encarregada de levar avante as obras da
capela de Nossa senhora do Rosário, atualmente em construção nesta cidade, o
precioso donativo de vinte mil tijolos para conclusão da referida capela.
ATO DE BENEMERÊNCIA
O
estimado santa-ritense, Sr. João de Souza Pinto Ribeiro, ofereceu à Capela do
Rosário a quantia de 500$000, para ser empregados nas obras da mesma capela. O
senhor Joaquim Victor de Souza Meirelles, fazendeiro neste município ofereceu a
capela a quantia de 100$000.
CAPELA DO ROSÁRIO
A
Capela do Rosário foram feitas os seguintes donativos:
Manoel Bueno Pires – 100$
Antônio M. Palma – 100$
D. Carolina A. de Camargo – 50$
EDITAL
O
Dr. João Augusto de Souza Fleury, Juiz de Direito desta Comarca de Santa Rita
do Passa Quatro, etc.
Faz
saber aos que o presente edital virem, de acordo com o artigo 327 do
regulamento n.º 120, de 31 de janeiro de 1842, tendo procedido ao sorteio dos
48 jurados que tem de compor a 3.ª sessão ordinária do júri do ano corrente,
foram sorteados os seguintes:
Adolpho Júlio de A. Merchert
Junior, Américo Chaves, Antônio Pazen, Antônio Carlos Nogueira, Bento José de
Carvalho, Bráulio Brasiliense de Arruda, Carlos Oliveira Salles, Domingos Faro,
Ernesto Richter, Emilio Colonnese, Elias Pereira de Escobar, Francisco Ribeiro
Palma, Francisco Teixeira da Silva, Francisco Guilherme dos Santos Martins, Francisco
Esaú dos Santos Junior, Horácio de Siqueira, Horácio de Oliveira Campos, Ivo Amâncio
Lobato, Joaquim Antônio Bezerra, Joaquim (ilegível), Joaquim Bernardino Moreira,
Joaquim Octávio Neves, José Emygidio da Costa, José de Souza Pinto Ribeiro,
José da Costa Rangel Junior, João Paes
de Toledo, João Batista de Oliveira, João Batista de Carvalho Andrade, João Batista do Nascimento, João de Souza
Nogueira, João Vicente Ferreira Queiroz,
Manoel Rodrigues, João Theodoro de
Oliveira e Silva, João de Pontes Martins, Jeronymo Ribeiro de Andrade, Luiz Antônio Barboza Nogueira, Luiz Alvarenga
Toloza Filho, Moysés Claro Escobar, Manoel de Sant’Afra Souza Meirelles, Manoel
Joaquim Ribeiro Sobrinho, Manoel João da Cruz, Manoel José Rodrigues, Marianno
Ribeiro de Mello, Marciliano da Costa Bezerra, Paulino Augusto de Araújo,
Tobias Torquato de Souza, Urbano de Souza Meirelles e Veríssimo José dos Reis.
Dado
e passado nesta cidade de Santa Rita do Passa Quatro, aos 05 de setembro de
1895. Eu, Jovelino de Moraes Camargo, escrivão do júri.
PEQUENA NOTAS
1895
AOS SENHORES FAZENDEIROS
Um
moço, casado e com família, deseja se empregar em qualidade de administrador de
alguma fazenda. O mesmo possui ótimos requisitos e fala português, francês,
italiano e espanhol. Para informações dirija-se ao senhor Pedro Giandugli, na
Padaria Ítalo-Brasileira, nesta cidade.
PARTIDA
Partiu,
nesta última semana de setembro de 1895, para o Rio de Janeiro, com sua
família, o senhor Sancho B. Berenger Cesar, fazendeiro neste município. Sua
fazenda era a atual Santa Albertina.
RETRATISTA
Acha-se
em Santa Rita, onde pretende-se demorar, o hábil fotógrafo, Júlio Giaxa. O
senhor Giaxa é um artista perito; consequentemente, é uma bela ocasião de cada
pessoa verificar se o retrato não desmente o espelho.
POSSE DE CARGOS
Entraram
em exercício de suas respectivas funções, desde o dia 04 de outubro de 1895, os
senhores Antônio de Góes Conrado e José Rangel, o primeiro coletor e o segundo
escrivão da coletoria de Santa Rita.
ESCOLA PRELIMINAR
EM SANTA RITA
A
senhora Maria Rosa de Camargo acaba de estabelecer nesta cidade, um externato e
um internato para o sexo feminino.
A POLÍCIA
Chamamos
a atenção do digno delegado de polícia Sr. José Alacrino Ramiro de Abreu, para as cenas desagradáveis de que é teatro,
quase toda noite, um dos quiosques do Largo do Rosário, situado nas
proximidades da fábrica de cerveja pertencentes aos senhores Rangel e Irmão.
Segundo
nos informaram, constantemente ali se reúne, fazendo uma algazarra
insuportável, até alta noite, uma multidão de tardivagos noturnos, que se
entregam a condenáveis abusos, perturbando a tranquilidade pública.
Aí fica a reclamação que nos trouxeram
cavalheiros que moram na vizinhança do aludido quiosque.
REGRESSO
De
volta da capital deste Estado, onde estiveram por espaço de uma semana,
acham-se novamente entre nós os senhores capitão Antônio Bernardino Velloso,
Severino Meirelles e José Deocleciano Ribeiro.
NOVA FIRMA
Os
senhores Florindo Mazzoni e Tomaso Martino acabam de constituir uma sociedade
que, sob a razão social de “F. Mazzoni e Martino, se dedicará ao comércio de
joias e outros artigos pertencentes à relojoaria e ourivesaria.
CONSÓRCIO
Realizou-se
no dia 29 de junho de 1895, o casamento do simpático e distinto moço Onofre da
Costa Bastos com a senhorita Luiza Alves de Araújo, irmã do sr. Misael Alves de
Araújo.
CONSÓRCIO
Realizou-se
no dia 26 de outubro de 1895, nesta cidade, o enlace matrimonial do Sr.
Severino Meirelles com a Srta. Lina Augusta Ribeiro. Serviram de paraninfos por
parte da noiva, os senhores Francisco Vieira Palma e José Deocleciano Ribeiro;
por parte do noivo, os senhores capitão Olympio Felix de Araújo Cintra e Urbano
de Souza Meirelles.
Tanto
o ato civil como o religioso foram celebrados na residência dos pais da noiva.
CONSÓRCIO
O
distinto moço Antônio Martins do Valle, comerciante nesta praça, contratou
casamento com a senhorita Luiza Esteves de Souza, irmã do Sr. Ezequiel Pereira
de Souza.
CIRURGIÃO DENTISTA
Chegou
a esta cidade, onde pretende demorar, o Dr. Guarijanna, cirurgião dentista
diplomado pela Universidade da Philadelfia. Com um grande tirocínio e um bonito
cabedal de erudição profissional o distinto cavalheiro está perfeitamente
habilitado para garantir o bom êxito de qualquer trabalho de sua pertinência
PARTIDA
Seguiu para a Itália, em visita a seus
familiares o Sr. Florindo Mazzoni, presidente da Sociedade Italiana Patria
Dovere.
FALECIMENTO
Finou-se
nesta cidade, no dia 12 de novembro de 1895, o estimável cavalheiro sr. João de
Pontes Martins, proprietário do Hotel dos Viajantes. O finado contava 38 anos de
idade, deixando viúva e filhos.
-oOo-
ÊXITOS E PROBLEMAS COM A
LINHA FÉRREA
RAMAL FÉRREO
A construção do ramal da antiga Estrada de Ferro Santa Rita teve início
em 15 de outubro de 1884, com bitola de 0,60m (bitola estreita) e que
distanciava 205,394km da cidade de Jundiaí, grande entroncamento ferroviário
daquela época. Criada por fazendeiros, visando ligar Porto Ferreira que fica as
margens do rio Mogi Guaçú, na linha da Paulista, com esta cidade de Santa Rita
do Passa Quatro, que na época era chamada Arraial de Santa Rita.
Os principais fundadores dessa ferrovia foram Bento José de Carvalho,
Delphino Martins de Siqueira, Carlos Paes de Barros e Hormindo Leite Mello, que
levantaram os recursos para construção do trecho com 27 quilômetros. A estrada
foi inaugurada em 1890. Em 1891 a Companhia Paulista compra a ferrovia que
passou a ser chamado Ramal de Santa Rita.
Esse ramal ficou muito conhecido porque nele chegaram muitos imigrantes,
principalmente italianos, trazendo grande desenvolvimento para a cidade.
ESTAÇÃO DE SANTA RITA
O
rendimento geral do mês de junho de 1895 na Estação de Santa Rita foi de
21:706$220. A venda de bilhetes de primeira constou de 283 de primeira classe e
660 de segunda.
No
mês de julho de 1895 foi de: Rs 27:476$450, sendo de passageiros de primeira
classe, vendidos 313 bilhetes e de segunda classe 543 bilhetes. Mercadorias
recebidas: 348.704 quilos e despachados 640.262.
Durante o mês
de setembro de 1895: Bilhetes vendidos: Primeira classe: 300 Segunda classe:
741. Mercadorias exportadas: 405.512 quilos, sendo 380.288 de café.
Rendimento: 26:014$370.
Durante o mês
de novembro de 1895: Bilhetes de primeira classe: 316; De segunda classe: 627. Rendimento
geral: 28:705$330.
COMPANHIA SANTA-RITENSE
DE RAMAIS
Está
marcado o dia 15 de dezembro de 1895, para uma reunião dos acionistas dessa
companhia, reunião que se efetuará no Salão Gustavo Dietti.
É
de crer que, de uma vez para sempre, fique resolvido à sorte dessa empresa,
cujos trabalhos se acham paralisados há alguns meses, perdendo muito com esse
fato o progresso deste lugar, que já podia estar desfrutando as vantagens
oferecidas por esse melhoramento.
O
dr. Feliciano Corcoroca chamou a atenção do povo santa-ritense e em especial
dos acionistas, com essa publicação no Jornal Gazeta de Santa Rita, do dia 27
de novembro de 1895, como segue abaixo:
“Em
sucessivos artigos publicados anteriormente, fizemos sentir a Companhia
Paulista, argumentando com fatos incontestes, a necessidade inadiável de uma
reforma assim no material rodante do ramal santa-ritense, como no armazém que a
mesma Companhia estabeleceu nesta cidade.
Todavia,
apesar da justeza das razões patenteadas e das oportunidades desses
melhoramentos, nada demonstra, por enquanto, que a Paulista houvesse perfilhado
um alvitre qualquer consentâneo com seus interesses e com os interesses do
público.
Não
pomos em dúvida a boa vontade da diretoria da importante ferroviária; mas força
é confessar que semelhante procedimento, pontilhado de delongas injustificáveis,
tanto pode se chamar abuso como desídia – abuso, uma vez que implica um
menosprezo aos direitos públicos; desídia, uma vez que pode se resolver em
prejuízo moral e material à própria Companhia.
Nada mais justo que a reclamação feita; nada
mais imprescindível que a reforma a se fazer. Se há pouco tempo essa reforma
era uma necessidade, agora é imposição.
Já
tivemos ensejo de demonstrar a flagrante exiguidade do armazém da estação
santa-ritense. É uma dependência inútil. Pequeno, estreito, sem nenhuma amplidão,
nem mesmo pode servir ao movimento das épocas ordinárias – é um barracão
completamente imprestável, um arremedo infeliz de armazém. Podendo
imperfeitamente servir de depósito a um estabelecimento comercial de alguma
vida, perde vez esse pouco préstimo em se tratando de uma Companhia bem
organizada, importante e rica como a Paulista, que e a computa do movimento
cosmopolita tanto da cidade como do município, assim do comércio como da
lavoura.
Uma
pequena cumulação nos tempos normais é quanto basta para a Paulista se achar em
face de uma crise, passando seu serviço por grandes irregularidades, sofrendo o
público sérios prejuízos. Não podendo o armazém comportar o movimento da
estrada, o resultado é que todos sabem: as mercadorias são expostas às intempéries,
nas adjacências do armazém, quer essas mercadorias sejam susceptíveis de
estragos, quer não.
É
assim que a Paulista costuma corresponder aos favores do público, é assim que
tem compromissado acintosamente, protelando sempre a adoção de uma reforma tão
compatível com os reclamos do município e com os seus próprios créditos.
Entretanto,
o benefício necessário, urgente que Santa Rita reclama com todo direito,
gozam-no diversas estações intermediárias, quase como uma superfectação
desastrosa, pois que o movimento aí nem de longe assume as proporções do que se
nota na estação desta cidade.
Atualmente,
por exemplo, está a Paulista a braços com dificuldades insuperáveis: para
transportar a safra do presente ano não possui vagões suficientes; para acomodá-la,
não possui um armazém com a necessária vastidão, o que demonstra evidentemente
que, para assoberbar os embaraços da situação, essas duas deficiências são –
duas virtudes.
É
obvio que, em tempo de safra, numa zona opulenta como a nossa, a acumulação é
inevitável, mas não tão terrível e estranha acumulação que aqui se observa,
acumulação que já degenerou em tremenda confusão.
A
consequência é lógica. O café amontoado estraga-se a remessa faz-se
morosamente; as transações dificultam-se, perturbando-se; a lavoura sofre; o
comércio desfalece; o município retrograda.
E
tudo isso podia ser evitado se a Paulista se comprometesse do importante papel
que desempenha na história do nosso progresso! E tudo isso podia-se evitar com
duas coisas: um pouco de zelo e um pouco de sacrifício.
Faça
a Paulista esse sacrifício: para recompensá-lo, aí está a riqueza e o futuro
deste município; para agradecê-lo, aí está o povo amante do progresso e que
sabe aplaudir todas as nobres consecuções.
Em 1898 aconteceu essa publicação:
EDITAL DE PRAÇA
O Dr. Tancredo Pitta Pinheiro, Juiz de Direito nesta cidade e comarca de
Santa Rita do Passa Quatro, etc.
Faz saber aos que o presente edital de praça, com o prazo de oito dias
virem, que o porteiro dos auditórios deste juízo há de trazer a público pregão
de venda e arrematação a quem mais der e maior lance oferecer em o dia dezenove
do corrente, ao meio dia, a porta do edifício da Câmara Municipal desta cidade,
os bens abaixo declarados penhorados à Companhia Santa-Ritense de Ramais, para
pagamento da execução que lhe move Sérgio de Bitencort, os quais vão à terceira
praça com o abatimento de dez por cento, conforme o cálculo feito pelo Contador
do Juízo e são os seguintes:
- Um troly de linha férrea por 40$500
- Quatro machados com cabo por 6$860
- Duas foices com cabo por 4$860
- Duas escalas de ferro para dormentes por 6$480
- Três escalas de trilhos por 4$860
- Dois fardos por 1$240
- Três brocas por 3$240
- Duas chaves para parafusos por 3$210
- Duas cunhas para ferro por 2$430
- Um balde de zinco, furado por $405
- Um trocador por 4$860
- Uma foice com cabo por 1$620
- Sete trados por 2$430
- Nove alavancas por 64$800
- Um serrote pequeno por $810
- Trinta e três picaretas com cabo por 53$460
- Seis enxadas com cabos estragadas por 2$430
- Quatro marretas com cabo por 19$440
- Quatro picaretas sem cabo por 6$480
- Vinte e uma pás com cabo, estragadas por 10$640
- Um lote de cabos para diversas ferramentas por 22$680
- Um carrinho de mão por 1$650
- Duas chaves, sendo uma boa e uma estragada por 64$800
- Seiscentos e quatorze...........mais ou menos por 4:973$400
- Sendo todos os bens por 5:3184863
E quem nos mesmos quiser lançar, compareça neste juízo em o dia e lugar
acima declarado.
E para constar se passa o presente e mais dois de igual teor, que o
porteiro dos auditórios os publicará e afixará no lugar do estilo, lavrando a
competente certidão.
Dado e passado nesta cidade de Santa Rita do Passa Quatro aos 10 de
dezembro de 1898. Eu Virgínio Waldomiro Villela, ajudante juramentado, o
escrevi. Eu Daniel Joaquim Villela Rezende, escrivão que o subscrevi.
Estava selado com duas estampilhas no valor de quatrocentos réis e
assinado: Tancredo Pitta Pinheiro.
COM A INTENDÊNCIA
27 de novembro de 1895
O
Largo da Matriz desta cidade é uma prova exuberante da fertilidade do nosso
solo e da potência da nossa natureza. Aquilo hoje não é mais uma praça pública
é floresta virgem, quase tão virgem e tão espessa como as florestas cantadas
por Longlellovv, Cooper e Saint Pierre.
A
mataria cresce por aquele mundo com a sem cerimônia de uma bailarina. A
vegetação alastrou-se pitorescamente: invadiu o largo todo, está invadindo as
ruas adjacentes e promete invadir também as casas mais próximas.
Isso
é poético, tratando-se de selvas; mas é triste, tratar-se de cidade.
A
intendência, que tão nobremente há desempenhando seu mandato, conferido pela
unanimidade das urnas e pela esperança dos munícipes, não deve permitir por
mais tempo um espetáculo como esse, belo em verdade, mas pouco edificante para
os nossos créditos de local adiantado e culto.
Acreditamos
sinceramente que a zelosa corporação municipal já pensou nisso, que é mesmo seu
desejo de transformar a nuance daquele cenário alpestre, porém nós lhe pedimos,
e conosco a população santa-ritense, que esse ponto central de nossa localidade
mereça já e já as honras de uma limpeza escrupulosa.
Aquilo,
como está, convém muito à palheta de um paisagista; porém, convém muito pouco
ao nome de nosso progresso.
SOIRÈ DE 15 DE NOVEMBRO
Correu
com muito brilhantismo a festa promovida pela mocidade santa-ritense em
homenagem ao sexto aniversário da Proclamação da República.
O salão estava magnificamente
adornado, destacando-se, entre folhagens e galhardetes, a bandeira brasileira e
de diversas nacionalidades americanas.
A
concorrência, como era de esperar, foi seleta e pomposa, perdurando as danças
até os primeiros albores da manhã.
ENTERRADO VIVO
Na
manhã do dia 15 de novembro de 1895, estando o negro Malachias a trabalhar na
cisterna de uma das casas sita à Rua 15 de Novembro, desta cidade, sucedeu que
as paredes laterais, correspondentes a parte superior da mesma cisterna,
desabassem sobre o infeliz, sepultando-o completamente sob um montão de
escombros. Momentos depois, quando o retiraram, Malachias já era cadáver.
MEDIDA OPORTUNA
A
Intendência desta cidade, por indicação do dr. Henrique de Almeida Regadas,
deliberou não permitir mais a abertura de cisternas, uma vez que não sejam estas
revestidas com madeira, pedra ou tijolos, ficando o infrator sujeito a multa de
30$ e na reincidência, ao dobro.
FERIMENTO E MORTE
Na
tarde do dia 01 de dezembro de 1895, em um armazém, estabelecidos nas
imediações da raia, Francisco Pereira, de nacionalidade portuguesa, travou-se
de razões com o negro Francisco Felix.
De
palavra em palavra, de exaltação em exaltação Felix arrancou bruscamente de uma
faca e avançou para Francisco Pereira, tentando feri-lo. O agredido para evitar
os golpes que lhe eram atirados, foi cedendo terreno ao adversário,
afastando-se, até que interveio na luta o negro Joaquim de tal. Justamente
nessa ocasião Francisco Felix atirava um golpe terrível. Pereira desviou-se
lentamente, recebendo a facada, em pleno peito, o infeliz Joaquim, que entrara
na contenda para apaziguar os rixosos.
Francisco
Felix foi preso em flagrante, vindo Joaquim de tal à falecer dois dias depois,
em consequências do ferimento que recebera.
Os
primeiros socorros foram prestados pelos Drs. Antônio Rodrigues Guião e Pedro
Marinho.
PRÓ-CUBA
Por
motivos de força maior, ficou transferida para o dia 15 de dezembro de 1895, ao
meio dia, a reunião no salão do teatro, como simpatia a causa cubana.
Parece
que um dos motivos que determinaram essa transferência foi não poder a banda
musical desta cidade, abrilhantar essa cerimônia altruística, visto como, na
ocasião, seu pessoal estar incompleto.
IMIGRAÇÃO ESPANHOLA
Chegaram
a esta cidade, procedentes do sul da Espanha, e introduzidos no Brasil sob os
auspício do sr. Fernando Sallez, aqui residente, trinta e tantas famílias de
trabalhadores espanhóis, formando uma agremiação de perto de 450 pessoas.
O
senhor Sallez já conseguiu, em diversas fazendas deste município, colocação
para quase todas essas famílias.
PRECES
Na
pitoresca capelinha de São Sebastião há dias que se fazem preces públicas,
invocando a intervenção da Providência contra o estranho calor que se tem
abrasado, prenunciando os horrores de uma seca com todo seu cortejo calamitoso.
Oxalá
que ao pedido dessas almas piedosas e simples correspondam à benção de uma
chuva refrigerante.
O
jornal “Correio Paulistano”, da Capital, na sua edição do dia 15 novembro de
1898, publicou, sob o título “Mala do Interior”, uma correspondência desta
cidade de Santa Rita, na qual se diz que “não passa de uma intriga política,
inventada por algum interessado na eleição do diretório, convocada para 15 do
corrente” a notícia que demos que o dr. Rangel Junior pretende resignar o
mandato de vereador, para o qual foi ultimamente eleito, por achar-se em
divergências com alguns chefes políticos.
Confirmamos de maneira a mais categórica a
notícia que demos.
Com efeito, o Dr. Rangel
fez a diversas pessoas a declaração de que pretendia resignar o mandato de
vereador.
Invocamos, para confirmar
a veracidade deste fato, o testemunho do honrado cidadão Antônio de Góes
Conrado, si formos contestados, apresentamos outros testemunhos.
Não é nosso costume
inventar “intrigas políticas”, ou de outra qualquer natureza.
De resto, a divergência que existe entre o Dr.
Rangel Junior e os chefes políticos desta comarca é pública e notória.
Basta-nos chamar a atenção dos nossos leitores
para a publicação, em outra secção desta folha, que faz o honrado e popular
cidadão, Joaquim Custódio Ribeiro, o qual, segundo estamos autorizados a
declarar, está de pleno acordo com as legítimas influências políticas desta
comarca, unânimes no propósito de continuar a era de paz, de harmonia e de
tranquilidade, inaugurada pelo benemérito diretório que, em 15 do corrente,
extinguiu o seu mandato.
A correspondência, à qual nos temos referido,
acrescenta que, no dia 15 do corrente, realizar-se-ia uma reunião do
eleitorado, convocada pelo “extinto” diretório, para a eleição de um novo;
constatando, porém, ao correspondente que a maioria do eleitorado não
compareceria às urnas, visto sustentar o diretório eleito no dia 30 de outubro
e composto dos cidadãos Joaquim Custódio Ribeiro, Capitão Antônio Bernardino Velloso,
Dr. Rangel Junior, Antônio Palma e Severino de Souza Meirelles.
O fato é que os distintos e estimados cidadãos
Joaquim Custódio Ribeiro, Antônio Vieira de Andrade Palma e Severino de Souza
Meirelles, não aceitaram a “designação” (é falso que houvesse “eleição”) que se
fez de seus nomes em 30 de outubro; os referidos cidadãos, solidários com o
antigo diretório, compareceram e votaram na eleição de 15 do corrente.
Assim, o famoso “diretório político”,
designado em 30 de outubro, compôs-se unicamente dos senhores Antônio
Bernardino Velloso e José da Costa Rangel Junior.
Esta é a verdade e assim o testemunhará a
população inteira desta comarca.
SECÇÃO LIVRE
Ao Público
Convencido de que o meu nome tem servido para
explorações em negócios políticos deste município, e muita coisa se tem feito e
se pretende fazer com abuso manifesto de minha tolerância e lealdade, torno
público que sou inteiramente solidário com os meus companheiros doutores
Henrique de Almeida Regadas, Sancho de Bitencourt Cezar e Cesário Ferreira de
Brito Travassos que tem dirigido a política local por prestígio verdadeiro.
Quanto a uma publicação feita em jornal da
Capital e na qual se pretende macular a minha dignidade, fazendo constar o meu
apoio a secretos conluios, já a respondi convocando com meus companheiros o
eleitorado às urnas e no dia 15 do corrente sufragando com eles os nomes dos
que mereçam a nossa confiança política.
Não podia dar resposta
mais cavalheirosa, mais polida e mais clara.
Posto possam me inspirar estima particular e
consideração os senhores José da Costa Rangel Junior, Antônio Bernardino
Vellozo e Manoel Joaquim Ribeiro, não lhes dou apoio político para renovação
nesta comarca de desgostos, de discórdias, de vinganças e de ódio.
Santa Rita do Passa Quatro,
17 de dezembro de 1898.
Joaquim Custódio Ribeiro.
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
- Juiz de Direito: Dr. José de
Campos Toledo – Rua do Comércio, 62
- Promotor Público: Dr. Benedicto
Armando Teixeira Paes – Rua José Bonifácio, 30
- 1.º Tabelião: Major Arthur
Whitaker Junior – Largo da Matriz, 8
- 2.º Tabelião: Daniel Villela –
Rua Ignácio Ribeiro, 15
- Escrivão de Hipotecas e Júri:
Francisco de Paula Almeida – Rua Ignácio Ribeiro, 23
- Escrivão de Paz e Registro
Civil: Bráulio Brasiliense de Almeida – Rua Barão de Cotegipe, 4
- Partidor e Distribuidor:
Benjamin Silva – Rua José Bonifácio, 54
- Contador e Partidor: João de
Barcellos – Largo do Rosário, 4
Juízes de Paz:
- 1.º Francisco Vieira Palma –
Fazenda Monte Belo
- 2.º Joaquim Gonçalves de
Siqueira Junior – Fazenda Santa Maria
- 3.º João Affonso de Siqueira –
Largo da Matriz, 27
Oficiais de Justiça:
- Agostinho Luiz da Silva – Rua
José Bonifácio, 101
- Juvenal de Faro – Rua do
Comércio, 68
Correio – Rua José Bonifácio, 56
- Agente: D. Liberalina de
Arruda
- Ajudante: Marcelino de Arruda
Coletoria:
- Coletor: Antônio de Góes
Conrado
Escrivão: Manoel de Abreu
Villela.
Necrologia
CARLOS SALLES
Após prolongados padecimentos, sucumbiu nesta
cidade às 6h20 do dia 14 de dezembro de 1903, o estimado capitalista e
fazendeiro Sr. Carlos de O. Salles. Seu passamento causou geral e profunda
consternação, pois o finado gozava em Santa Rita de inúmeras simpatias, pelas
suas maneiras lhanas e afáveis. Muito ativo e laborioso, o sr. Carlos Salles se
fez pelo trabalho perseverante e honesto, conseguindo reunir fortuna, senão
avultada, pelo menos bastante considerável.
Cidadão prestativo e chefe de família
exemplar, o finado mantinha nesta cidade relações na sociedade inteira, a todos
tratando afavelmente.
Era casado com a Sra. d. Thereza Salles, de
cujo matrimônio deixou um filho único, ainda menor, de nome Carlos. Era cunhado
dos senhores Carlos de Queiroz, escrevente juramentado do 1.º ofício e Arthur
Dutra, nosso colega d’O Santa-Ritense.
O enterro realizou-se terça-feira às quatro
horas da tarde, saindo o féretro da Rua José Bonifácio n.º 112, para a Matriz,
onde o corpo foi encomendado pelo Revmo. Padre Porphirio, vigário da paróquia,
e dali levado ao cemitério, com avultado acompanhamento de amigos.
No enterro se fez representar a Sociedade
Italiana “Pátria e Dovere”, da qual o finado era sócio benemérito, comparecendo
uma comissão da mesma, com os respectivos distintivos e as bandeiras nacional e
italiana.
Acompanharam o caixão
fúnebre os membros da Irmandade do Santíssimo, o Revmo. vigário, representantes
da imprensa e grande massa de povo, notando-se no préstito a presença de
distintos cavalheiros da nossa sociedade, que assim prestaram essa derradeira
homenagem ao pranteado cidadão.
A força policial, composta de oito praças sob
o comando do Sr. sargento Secundino Rabello, prestou as honras militares
devidas ao finado, que era oficial da Guarda Nacional, dando três descargas:- à
saída do caixão, à porta da Matriz e no cemitério.
Sob o caixão vimos duas ricas coroas de flores
artificiais, de biscuit e uma de flores naturais com os seguintes dizeres:
Tributo de amor conjugal
1904
SOCIEDADE ITALIANA “PATRIA E
DOVERE”
No dia 1.º do corrente realizou-se a eleição
dos membros da nova diretoria da Sociedade Italiana de Beneficência “Pátria e
Dovere”. A nova diretoria, que tomou posse na quarta-feira última ficou assim
constituída:
Presidente: Thomaz Vita
Vice-Presidente: engenheiro Carlos Corá
Tesoureiro: Romano Perano
1.º Secretário: Thomaz Martino
2.º Secretário: Ângelo Bellazzo
Conselho Geral: Zootti Cesare, Tarabella Fortunato, Lot Pietro, Amadio
Octavio, Antonelli Francesco e Quintino Cambi.
Suplentes: Baldassare Pascoale, Antônio Marchi e Testa Carmine.
Revisores: Antonelli Francesco, Baldassare Pascoale e Testa Carmine.
Porta-Bandeira: Marchi Eduardo e Biagio Gabrielle.
Fiscais: Baldassare Pascoale, Zootti Cesare e Amadio Octavio.
Comunica-nos a diretoria desta Loja a seguinte
lista dos maçons que têm pertencido ao quadro da mesma Loja, desde a fundação
até hoje:
Abel Cardoso, Cap. Antônio B.
Velloso, Antônio Martins do Valle, Antonio Nunes da Silva, Angelo Carpinelli, Ângelo
Faga, Affonso de Lello, Benedicto Pellicci, Dr. Benedicto Armando Teixeira Paes,
Braz Marturano, Cândido Elyseo Sampaio, Carlos Bertini, Carlos de Queiroz, Carlos
Jorge, Cap. Claro M. Homem de Mello, Carlos Ghillarducci, Dr. Cesário F. de
Brito Travassos, Domingos Flosi, Cap. Domingos de Faro, Evencio de Camargo, Eduardo
Rocha, Felício Fahara, Florindo Mazoni, Francisco Teixeira da Silva, Francisco
Giovannini, Francisco A. Barbosa Ortiz, Francisco Lochetti, Franklin
Brasiliense, Francisco José de Lima, Francisco A. Colonnesi, Francisco Prado, Flamínio
F. Vasconcellos, Frederico Narducci, João Affonso de Siqueira, Dr. João A. de
Souza Fleury, Dr. João da Silva Telles Rudge, João Vano, João Morgan de Aguiar,
João Baptista de Atayde, João Soares de Arruda, Joaquim Custódio Ribeiro, Joaquim
Octávio Neves, Dr. José da Costa Rangel Junior, Dr. José de Campos Toledo, José
Alacrino Ramiro de Abreu, José Marciliano da Costa, José Boaventura de Campos, José
F. de Rezende Sobrinho
Jovelino de Moraes Camargo, Julio
Giaxa, Dr. Julio César Pereira Cardoso, Manoel de Carvalho Osório Sobrinho, Manoel
Antônio das Neves, Marianno Ferrari, Major Marianno de Mello, Dr. Matheus
Chaves Junior, Misael Alves de Araújo, Nicola Reale, Pedro Giovannini, Pedro
Guidugli, Paulino Augusto de Araújo, Paschoal Catroppa, Remigio Sbraggia, Ricardo
Bonadies, Salvador Maia, Sebastião de Almeida, Sebastião Rodrigues de Oliveira,
Thomaz Ticiano, Thomaz Vita, Virginio Horácio de Andrade e Vicente Bombino.
SUPRESSÃO DA COMARCA
29 de maio de 1904
O Sr. Conselheiro Duarte de Azevedo, ilustre
membro do Senado Estadual, acaba de apresentar a esta Casa do Congresso um
projeto de reforma judiciária.
Conforme o art. 4 deste projeto, serão suprimidas, à medida que vagarem,
trinta e uma comarca, entre as quais se acha Santa Rita do Passa Quatro.
O diretório político desta localidade não terá
prestígio suficiente para conjurar o perigo que ameaça a categoria judiciária
de nossa comarca? Este outrora importante município ficará reduzido a termo da
comarca de Belém do Descalvado?
Mais felizes do que nós foram os habitantes
do vizinho município de Santa Cruz das Palmeiras, que, pelo projeto de lei,
continua mantido como comarca. É que lá há um diretório que não se limita a
fazer mesquinha política pessoal.
MANIFESTO
No mês de junho de 1904 o jornal “Gazeta de
Santa Rita” n.º 78 do dia 5, publica uma carta do Juiz de Direito da comarca,
Dr. José de Campos Toledo, dirigida ao Presidente e membros do Senado Estadual,
protestando contra a supressão da comarca de Santa Rita.
Nesta carta, ele cita
dados da estatística oficial de 1899, publicada pela repartição competente do
Estado. A estatística foi apresentada em 12 de dezembro de 1900.
Segundo este relatório a comarca e município
de Santa Rita apresentou:
782 nascimentos
157 casamentos
474 óbitos
Está fora destes dados o distrito de Santa
Cruz da Estrela.
Somente a estação férrea da cidade recebeu
536 imigrantes estrangeiros, faltando os dados referentes às quatro estações do
município.
A produção agrícola foi avaliada em 7.379.798$000
A produção zootécnica foi avaliada em 1.939.000$000
O município possuía 11.652.000 cafeeiros
A municipalidade arrecadou 115.000$000 sem incluir o serviço de água.
DOM JOSÉ LOURENÇO
Chegou a esta cidade, no
dia 04 de maio de 1904, o reverendo sr. Dom José Lourenço da Costa Aguiar,
ilustre primeiro Bispo do Amazonas.
Desde de que obteve a feliz certeza da sua
viagem a esta localidade, a população santa-ritense, movida por um sentimento
de irresistível empatia pelo egrégio prelado, tratou logo de preparar-lhe
condigna recepção.
De São Paulo, S. Excia. partira para
Campinas, em visita a seus parentes ali residentes e, naquela cidade, se
demorara dois dias.
Na terça-feira última, o
Sr. Coronel Francisco de Paula, parente e amigo do venerando Bispo do Amazonas,
recebeu aviso de sua chegada, no dia seguinte. Desta cidade partiram ao
encontro de S. Excia. muitas pessoas, que aguardavam sua chagada em Porto
Ferreira, sendo necessário ligar-se mais um vagão ao trem de passageiros.
Dentre as muitas pessoas que foram ao encontro
de S. Excia. pudemos tomar nota das seguintes senhores:
Francisco Teixeira da Silva, Francisco
Esaú dos Santos Junior e José de Souza Pinto Ribeiro, representando a Câmara
Municipal; Dr. Benedito Armando Teixeira Paes e Carlos de Queiroz,
representando o foro; Cel. Joaquim Victor de Souza Meirelles,, Antônio Alves
dos Santos e Antônio José de Araújo Netto, representando o Hospital São Vicente
de Paulo
Manoel Osório Sobrinho, Thomaz
Vita e José Alacrino Ramiro de Abreu, representando o comércio; Sebastião
Cândido de Andrade, representando o distrito de Santa Cruz da Estrela; Francisco
de Assis Barbosa Ortiz, correspondente do “Correio Paulistano”; José Marciliano
Costa, subdelegado de polícia; Cap. João Baptista de Oliveira Cardoso,
Veríssimo Custódio, Manoel Gomes de Abreu e Dr. João Fleury, representando esta
folha;
Na estação de Tombadouro, o Sr. João Rodrigues
Ribaldo, ofereceu aos viajantes um cálice de conhaque e café.
Chegando ao Porto Ferreira, os passageiros se
dirigiram ao Hotel dos Viajantes, do Sr. Brazo Casali, onde foi servido
abundante e saboroso almoço. Em seguida os membros das comissões santa-ritenses,
visitaram o Sr. Manoel Lourenço Junior, diretor d’A Folha, percorrendo as
oficinas onde se imprime a nossa distinta colega e examinando vários clichês
habilmente preparados pelo Sr. Manoel Lourenço.
Os membros das várias comissões visitaram
também o nosso ilustre colega de imprensa, Padre Moyses Nora, virtuoso vigário
da paróquia, que a todos cativou com as suas maneiras afáveis e atenciosas.
À hora da chegada do
trem, dirigiram-se todos para a estação, onde era grande o número de pessoas
que aguardavam a chegada do egrégio Bispo do Amazonas.
Além do reverendo Padre Moysés Nora e das distintas
professoras d. Julia Borges e Ignácia Zadra, que compareceram acompanhadas de
suas numerosas alunas, que formara graciosas alas, vimos na estação o senhores:
Brazzo Casali, José Marques
Castelhano, João Ferreira de Oliveira, Bento José de Carvalho, Manoel Lourenço,
Amaro da Costa Mattoso, Urbano Romano Meirelles, José Scarazzatti, José
Ledubino, David Zadra, Francisco da Silva, Joaquim da Silva, Jacomo Mesiara, João
Vicente Araújo, Salvador Montefusco, Antônio J. Pereira, Mathias G. Cardoso, Victorino
Bueno, Henrique da Motta Junior, Balthazar Ruas, Antônio Morgado
João Baptista Mendes, Francisco
Ferreira, Antônio Ferreira Cascão, Elias Ferreira Mesiara, Antônio Ferreira
Chaves, Alfredo Ribeiro, João Rodrigues Ribaldo, João José Mesiara, Joaquim Pinto
Cortez, Henrique Girotto, José Cadima, José Andrade, Joaquim Fernandes de
Carvalho, Olympio Gomes, Antônio de Assis.
E as senhoras:
Nalzira José Mesiara, Augusta M. do Carmo e Viúva Silva.
Às duas horas da tarde, ouviu-se o silvo da locomotiva e o trem parou à
estação. S. Excia. Dom José Lourenço da Costa Aguiar desembarcou, recebendo os
cumprimentos das diversas comissões, que lhe foram apresentadas pelo Dr.
Theóphilo de Paula, nosso amigo e colaborador. Em seguida, S. Excia. atravessou
a estação para tomar o trem do ramal santa-ritense, passando por entre alas das
graciosas meninas, que cobriam o venerando Prelado de flores odorantes.
Nessa ocasião o Revmo.
Padre Moysés Nora em vibrante improviso, dirigiu-se ao Exmo. Sr. Bispo do
Amazonas, entusiástica saudação, que foi recebido com aplausos unânimes.
Por entre calorosos vivas, S. Excia. Revma. tomou assento no vagão
especial que lhe fora reservado, e deu a beijar o anel episcopal à multidão que
desfilava respeitosamente.
Em companhia do Exmo. Sr.
Bispo do Amazonas vieram as senhoras d. Carolina Villaça, viúva do ilustre e
saudoso Conselheiro Joaquim Pedro Villaça, d. Carolina Villaça Filha, d.
Albertina Jardim e suas filhas , os
padres Evaristo de Paula Moraes, vigário de São Pedro de Piracicaba, o Padre
Miguel, da Congregação de Maria e o Dr. Theóphilo de Paula.
Às duas horas e quinze
minutos da tarde partiu o comboio, por entre as aclamações do povo de Porto Ferreira,
chegando a Tombadouro as três e oito minutos. Nesta estação aguardavam a
chegada de S. Excia., entre muitas pessoas do povo, o Sr. Albino Camargo,
fundador da povoação Albinópolis, o Padre Porphirio de Souza Martins, virtuoso
vigário de Santa Rita, Comendador Cícero Bastos e sua gentilíssima filha, José
Ribaldo Sobrinho, Modulo Innocêncio, Salvador Tropeia, João Fabris e Caetano
Pavin.
Às três horas e quinze
minutos partiu o trem, que chegou a esta cidade no horário. Grande multidão
aguardava, à gare, a chegada do iminente prelado, que foi recebido por entre
estrondosas aclamações. Os sinos da capela de São Sebastião repicavam
alegremente à passagem do trem e ouviu-se o estrugir de inúmeras girândolas. A
banda de música sob a regência do maestro Bertagnon, que graciosamente se
prestou a abrilhantar os festejos, tocou o hino nacional.
Dentre o grande número de pessoas presentes,
podemos, dificilmente tomar nota das seguintes:
Dr. José de Campos Toledo –
íntegro Juiz de Direito da comarca
Dr. Rangel Junior – redator chefe
d’O Santa-Ritense
Dr. Cesário Travassos – Gazeta de
Santa Rita
Dr. Agnello Leite – inspetor
literário
Dr. Eduardo Pirajá, Dr. Jeronymo
Monteiro, Severino de Souza Meirelles, João Affonso de Siqueira, Antônio Mouço
e Silva, Cap. Manoel João da Cruz, Veríssimo José dos Reis, Virginio Waldomiro
Villela, Cap. José Garcia Duarte, Luiz Graton, Major Whitaker Junior, João de
Souza Nogueira, Arthur Leitão, Adolpho Leitão, Sebastião Nogueira de Souza, João
Bellon, Bazílio Marchesini, Amadeu Leitão, Pedro Bizzarro, Carlos Ribeiro, Dr.
Cássio Villaça, Francisco Martins de Pontes, Antônio Vieira de Andrade Palma, Manoel
Vieira de Andrade Palma, Tenente Evaristo Cândido Mattoso, delegado de polícia,
Jovino Leite, João Lázaro, Claudiano Cabral, Daniel Villela, Sebastião
Rodrigues de Oliveira, Aristides de Almeida, João de Barcellos, Joaquim da
Costa, Arthur Dutra, José Miguel, Juvenal de Faro, Francisco de Almeida Junior,
Carlos Arruda, José Matheus, Domingos Sanseverino, Albino Maia, Antônio Velloso
Junior, Ayres Henley de Azevedo, Major, Indalécio de Arruda, José Pereira Fernandes,
Francisco Machado, Francisco Antonelli, João Alves de Almeida, Pedro Melchor, José
de Almeida, Horácio Ribaldo, Horácio de Oliveira, João Baptista de Souza, João
Baptista de Barros, Joaquim da Silva Junior, Djalma de Almeida, Ninico
Sant’Affra, José Pereira Guimarães Coutinho,, Alfredo Coutinho, José da Costa
Bernardo , João Toledo Lima, Severino Soares de Oliveira, Ezequiel Pereira de
Souza, Alberto Ferraz, Agnelo Correa, Alfredo Arouca, Tenente Bráulio Arruda, Coronel
Francisco F. de Paula, Vicente Landin, Benjamin Silva, Franklin Brasiliense, João
Baptista de Oliveira Cardoso, Laudelino Cunha, João de Camargo Aranha, José
Cintra, José Castagnetti, João Salustiano, Ângelo Mussolin, Francisco Marianno,
Luiz Mussolin, Manoel Cândido, Alfredo Veríssimo, Pedro Lot, Caetano Mango, Jácomo
Ferroer, Emilio Rigo, José Emigdio Correa, José Salomão da Silva, João Bernardo
e Francisco de Mello.
Acompanhados de seus
respectivos alunos, que tanto abrilhantaram a solene recepção, compareceram
também o Major Manoel Balthazar da Silva Lima, as distintas professoras Carmem
Cardoso, Maria Banedicta, Hermelina de Albuquerque e Eugênia de Almeida e os
dignos professores José Gonso, Armênio Conceição e Francisco de Brito.
Depois de receber os
cumprimentos das autoridades e cavalheiros presentes, Dom José Lourenço da
Costa Aguiar tomou lugar no carro que lhe estava reservado, passando por entre
alas de graciosas e alegres crianças. Sua Excia. lançou bênçãos sobre a
multidão e, depois, o reverendo ilustre Padre Evaristo de Paula Moraes, em
eloquente palavras, agradeceu em nome do venerando Bispo do Amazonas, a
manifestações que lhes foram feitas pelo sincero e expansivo povo de Santa
Rita.
Em seguida, formando
imponente cortejo S. Excia. Revma. seguiu para a fazenda do Coronel Francisco
F. de Paula, onde ficou hospedado com sua comitiva. O Coronel Francisco F. de
Paula, com a gentileza que lhe é peculiar, recebeu fidalgamente os seus
convidados.
Depois de ter descansado alguns instantes, o
Exmo. Bispo do Amazonas, serviu-se o banquete, sentando-se à mesa, além de S.
Excia. Revma. os seguintes senhores:
Revmo. Padre Evaristo de Paula
Moraes
Revmo. Padre Miguel, do Coração
de Maria
Dr. Benedicto Armando Teixeira
Paes, Promotor Público da Comarca
Tenente Evaristo Cândido Mattoso,
Delegado de Polícia
Dr. Cesário Travassos
Dr. Cássio Villaça
Dr. João Fleury
Dr. Severino Meirelles
Coronel Joaquim Victor de Souza
Meirelles, comandante da Guarda Nacional
Tenente Coronel Victor de Souza
Meirelles
Severino de Souza Meirelles,
presidente e membro do diretório governista
Carlos de Queiroz, João de
Barcellos, escrivão de polícia, José Gomes de Abreu, Dr. Eduardo Pirajá, Sebastião
Cândido de Andrade, Salvador Maia, Francisco Maturano
Francisco Alves de Almeida, Thomaz
Vita, Sebastião Marinho, Domingos Marinho de Azevedo, Antônio Vieira de Andrade
Palma, Cap. João Baptista de Oliveira Cardoso,
Affonso de Lello, Thomaz Martinho,
Frederico Narducci
Carmine Testa, correspondente do
Fanfula
José Alacrino Ramiro de Abreu,
1.º suplente de delegado de polícia
Francisco Teixeira da Silva,
Intendente Municipal
Cap. José Garcia Duarte, Joaquim
Victor Netto, Cap. Cornélio de Souza Pinto e Manoel de Carvalho Osório
Sobrinho.
Foi servido o seguinte menú:
Potage
“Canja” à la bresilienne.
Entrées
Pigeons à la sainte Menéhould,
Poulet aux petits pois
Volau vente d’ecrevisses
Pommes de terres frites.
Rôtis
Roast beef
Dinde farcie
Cochon de lait à la broche.
Entremets
Olives, patês de foi gras,
croquettes.
Legumes
Asperges à lacréme, haricots à
l’uile, tomates farcies, palmitos.
Dessert
Petits fours, macedoine de
fruits, fromage à la créme, confitures, fruits de la saison.
Vine
Caldas, Cajú, Chambertin, Porto,
Madére, Lambrusco.
Ao desset, o Exmo. Sr. Bispo do Amazonas foi
saudado pelos senhores Drs. Cesário Travassos e João Fleury em nome da imprensa
livre e independente. Sua excelência Revma. respondeu, em frases concisas e
eloquentes, relembrando, com saudade, o tempo em que combatera na imprensa, em
prol da verdade, da religião, da paz e d liberdade dos povos.
As últimas palavras do ilustre prelado foram
recebidas por entre gerais e calorosos aplausos.
Às nove horas da noite, mais ou menos,
retiraram-se os convidados, cativados pela palavra lhana e ilustrada do Exmo.
Bispo do Amazonas e penhoradíssimos pelas maneiras afáveis com que foram
tratados pelo Coronel Francisco de Paula
e sua esposa.
CONDE ALDROVANDI
Chegou a Santa Rita, no dia 2 de junho de
1904, o Exmo. Sr. Conde Aldrovandi, digno cônsul italiano em Campinas. Sua Excia.
foi recebido na estação por muitos membros da colônia italiana e pessoas gradas
desta cidade que acompanharam até ao Hotel Nacional, do Sr. José Castagnetto,
onde ficou hospedado.
O Sr. Conde Alfrovandi
veio a Santa Rita, a fim de tomar conhecimento das reclamações dos colonos de
um estabelecimento agrícola, conseguindo chamá-los à harmonia e extinguir as
dúvidas existentes.
Sua Excia. regressou a Campinas no dia 4.
FALECIMENTO
D. Anna Cândida Ribeiro
No sábado, dia 4 de junho
de 1904, às 9 horas da noite, mais ou menos, faleceu nesta cidade, a Sra. Anna
Cândida Ribeiro, proprietária de uma das mais importantes fazendas do município
e mãe de numerosa e distinta família da localidade.
A triste notícia circulou rapidamente,
produzindo unânime e profunda consternação, correndo logo inúmeras pessoas à
residência da veneranda senhora, onde iam certificar-se do desolador
acontecimento.
Dona Anna Cândida Ribeiro
nasceu aos 12 de setembro de 1840 em Baependi, no Estado de Minas Gerais e era
filha de Manoel Custódio Vieira e d. Umbelina de Andrade Vieira.
Era uma das mais
estimadas e venerandas senhoras da sociedade santa-ritense, onde ocupava
saliente lugar, pois aliava as mais nobres e acrisoladas qualidades de caráter
ou sentimentos caritativos e generosos de seu bondoso coração.
Viúva do popular Francisco Deocleciano
Ribeiro, inolvidável fundador desta localidade, a veneranda finada deixa os
seguintes filhos:
D. Ignácia Ribeiro Garcia – casada com José Garcia Duarte.
Joaquim Custódio Ribeiro.
Carlos Ribeiro.
D. Francisco Ribeiro Palma – casada com Francisco Vieira Palma.
D. Maria Amélia Ribeiro – casada com Manoel Custódio Ribeiro.
D. Rita Ribeiro Villela – casada com Paulo F. Villela Rezende.
José Deocleciano Ribeiro.
D. Eulália Ribeiro Conrado – casada com João de Góes Conrado.
Victor Ribeiro.
D. Lina Ribeiro Meirelles – casada com Severino Octávio de Souza
Meirelles.
Jonas Deocleciano Ribeiro.
Durante toda a noite de sábado e no dia
seguinte, chegaram a esta cidade numerosos parentes e amigos que vinham prestar
à virtuosa senhora a última e piedosa homenagem.
O enterro efetuou-se no
domingo passado, e, apesar da chuva que caiu durante o dia todo, foi um dos
mais concorridos que se tem visto nesta cidade.
Sobre o caixão mortuário
que foi depositado na sala de visitas, transformada em câmara ardente, vimos
várias coroas de flores naturais, artisticamente entretecidas.
Além destas, destacavam-se duas riquíssimas
coroas, com os seguintes dizeres: Saudades de seus filhos e filhas; - Saudades
de seus genros e noras.
Às 4 horas da tarde saiu o fúnebre cortejo em
direção a Igreja Matriz, onde o Revmo. Vigário fez a encomendação solene do
corpo, sendo o caixão depositado sobre majestosa e imponente eça.
Da casa de residência até à Igreja, pegaram
nas alças do féretro os senhores Joaquim Custódio Ribeiro, Carlos Ribeiro, José
Deocleciano Ribeiro, Victor Ribeiro e João de Góes Conrado, os primeiros,
filhos e o último, genro da finada.
Dentre as numerosas pessoas que acompanharam o
féretro ao cemitério vimos as seguintes:
Dr. Pedro Marinho, Dr. Eduardo
Pirajá, Dr. Teixeira Paes, Dr. Jerônimo Monteiro, Dr. Severino Orestes
Meirelles, Dr. Cesário Travassos e João Fleury, representando este jornal, Cap.
Antônio Bernardino Velloso, Cel. Joaquim Victor de Souza Meirelles, Antônio
Vieira de Andrade Palma, Francisco Vieira Palma, Ezequiel Pereira de Souza, Bráulio
Brasiliense de Arruda, Joaquim Mario de Souza Meirelles, Cap. José Garcia
Duarte, Cornélio de Souza Pinto, José de Souza Pinto Ribeiro, José Alacrino
Ramiro de Abreu, Joaquim Victor Netto, Urbano Albertino de Souza Meirelles, José
Reginaldo de Souza Meirelles, João de Souza Meirelles, Urbano de Souza
Meirelles, José de Andrade Ribeiro, Olivieiros Ribeiro, Francisco Olympio
Pereira, Domingos Theodoro de Souza, Severino Octavio de Souza Meirelles, Cap.
Alexandre A. de Siqueira, Severino Santiago Meirelles, Jovino Leite, Virginio
Villela, Thomaz Vita, Evaristo Candido Mattoso, Major Manoel Balthazar da Silva
Lima, Affonso de Lello, João Vieira de Andrade Palma, Francisco de Assis
Barbosa Ortiz, Manoel de Carvalho Osório Sobrinho, Francisco Teixeira da Silva,
Antônio Ferraz de Campos Junior, Bento Ferraz de Campos, Marcelino Arruda, Carlos
de Arruda, Ângelo Bellazzo, João Baptista Carvalhaes, José Cintra, Fernando
Salles, Hormindo Leite, Leopoldo de Siqueira, Antônio Rodrigues, João Affonso
de Siqueira, Francisco de Pontes Martins, Antônio José de Araújo Netto, Candido
Bueno de Silva, Amadeu Leitão, Misael Alves de Araújo, José da Costa Bernardo, Carlos
Bertini, Virgilio Horácio de Andrade, Gabriel José Arap, Honorato Martins Dias,
Júlio Leite, Antônio Ceron, José Palma, Thomaz Martino, Francisco de Brito, José
Pereira Fernandes, João de Pontes Martins, Pedro de Barros, Cap. Olympio Felix,
Arthur de Carvalho, Odilon de Mattos Telles, Antônio de Freitas, Francisco de
Paula Almeida, Francisco de Mello, Odon Cardoso, Virgilio Cardoso, Theodoro de
Siqueira, José Avelino Rocha, Cap. Francisco Esaú dos Santos Junior, João de
Barcellos, Francisco Elias Machado, Alberto Ferraz, Major Arthur Horácio
Whitaker Junior, Domingos Marinho de Azevedo, Aristides de Almeida, Anísio
Ferreira, José Rangel Netto, Francisco Paschoalini, Alfredo Arouca, Ayres
Henley de Azevedo Paulo Villela, Francisco A. Porphirio e outros.
Além da Irmandade do S.S. Sacramento,
compareceram também ao saimento as do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado
Coração de Maria, que se fizeram representar por suas zeladoras e diretoras de
coro.
O Colégio Silva Lima se fez representar por
uma comissão de alunos. Compareceram
também os colonos da Fazenda Passa Quatro e da do Sr. Severino Meirelles.
MONSENHOR PORFIRIO
Monsenhor Porfírio de
Souza Martins exerceu o cargo de pároco da paróquia de Santa Rita por doze
anos, de 1898 a 1910, tendo aqui fundado a Irmandade do Sagrado Coração de
Jesus e a Conferência São Vicente de Paulo, esta responsável pela criação e
manutenção do Hospital São Vicente de Paulo. Esta entidade na década de 40, com
a colaboração do padre Geraldo Miranda, criou e ainda mantém o Lar São Vicente
de Paulo, antes conhecido como Asilo São Vicente de Paulo.
Em 1902, período que a febre amarela assolou
nossa cidade, esteve à frente de movimentos de combate a tão terrível moléstia que
causou a morte de 125 pessoas.
Nesse período nossa cidade passou
um conturbado movimento político e social. Ele, sabiamente contornou a
situação.
Monsenhor Porfírio faleceu no dia 16 de
novembro de 1912, na cidade de São Carlos.
Monsenhor Porfirio foi
homenageado com o nome de uma rua. Ela tem seu início nos altos da cidade,
desde a Rua Madre Carmelita, num trecho antigamente chamado de “Cava Funda”,
passando pelo centro da cidade e terminando nos altos da Cinelândia, na Praça
Mario Mauro Ramos Mattoso.
Em
outra publicação, posterior a 1905, consta que o município de Santa Rita do
Passa Quatro, compreende também o Distrito de Santa Cruz da Estrela e a
Paróquia de Santa Rita do Passa Quatro. A principal lavoura é a do café,
cultivando também cana de açúcar e cereais. A criação do gado bovino é regular.
Sua população é composta de 14.000 habitantes com 685 eleitores. (Dados de
1905).
A
sede da comarca é situada na Serra do Passa Quatro, de onde se descortina um
lindo panorama. Dista 280 quilômetros da Capital, 48 de Casa Branca, 16 da
Estação do Córrego Fundo, 16 de Porto Ferreira, 30 de Pirassununga e 26 de
Belém do Descalvado. Possui uma boa igreja matriz casa da câmara, cadeia e
escolas públicas de instrução primária.
CÂMARA MUNICIPAL
Presidente: Theophilo de Paula.
Vice Presidente: Severino O.
Meirelles.
Intendente: Antônio José de
Araújo Netto.
Vereadores: Alcides Cardoso,
Castor Sobreira, Francisco Izano dos Santos, José Baptista Gomes e Miguel
Cabral de Vasconcellos.
Secretário: José Emilio da Costa
Corrêa.
Procurador: Antônio José de
Araújo Netto.
Fiscais: Horácio Louzada e Manoel
Mendes.
ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA
Juiz de Direito: Dr. José de
Campos Toledo.
Promotor Público: Benedicto
Armando Teixeira Paes.
Tabeliões: 1.º - Arthur H. Junior
e 2.º Daniel de Rezende.
Oficial do Registro: Francisco de
Paula Almeida.
Partidor e contador: Benjamin da
Silva.
Partidor e distribuidor: João de
Barcellos.
Juízes de Paz: 1.º - Francisco
Vieira Palma; 2.º - Joaquim Gonçalves Junior e 3.º - Barnabé da Costa Corrêa.
Escrivão: Bráulio de Arruda.
JORNAL
“O Santa-Ritense”: Redator e
proprietário: Arthur de Moraes Dutra.
COMÉRCIO, INDÚSTRIA E PROFISSÕES
Advogados: Antônio B. Velloso,
Benedicto Armando Teixeira Paes, Jeronymo Monteiro, José da Costa Rangel,
Severino Meirelles e Theophilo de Paula.
Barbeiros: Antônio C. Fonseca, Antônio
R. Alves e José Pereira Fernandes.
Confeitarias: Antônio Ceron e
Francisco Elias Machado.
Funileiros: Braz Milleo e
Domingos Roggero.
Lavradores de Café:
Adolpho Júlio de Aguiar Melchert
Junior, Alcides Cardoso & Irmão, Anna Cândida Ribeiro, Anna Miquelina de
Lacerda, Antônio F. de C. Junior, Antônio M. de Moura, Antônio Vieira de
Andrade Palma, Antônio Zerremer, Baptista Filho & Cia., Bento José de
Carvalho, Dr. Carlos Paes de Barros, Carolina A. de C. & Netto, Claro
Liberato de Macedo, Cap. Claro M. H. de Mello, Cap. Cornélio de Souza Pinto,
Tem. Cel. Delphino M. de Siqueira, Domingos Ferreira de Rezende, Eugênio
Anacleto Rodrigues Dias, Firmino de A. Aguiar, Francisca de P. N. e herdeiros,
Tem. Cel. Francisco F. de Paula, Francisco de Souza Pinto, Francisco Vieira
Palma, Henrique Maia, Herdeiros de A. A. M. de Barros, Herdeiros de A. F. de
Campos, Herdeiros de F. M. de Azevedo, Herdeiros de José Gomes de Oliveira, Dr.
Hermindo Leite de Mello, J. M. Guedes & Irmão, Jacintho M. C. de
Vasconcellos, João Baptista de Oliveira Cardoso, Dr. João Baptista P. de
Almeida, Joaquim Antônio Bezerra, Joaquim Bueno B. Pires, Joaquim Gonçalves de
Siqueira, Cel. Joaquim Victor de Souza Meirelles, Jonas Ribeiro, José B. da
Silva Gomes, Cap. José Garcia Duarte, José F. de R. Sobrinho, José de Souza
Pinto Ribeiro, Comendador Lucas A. Monteiro de Barros, Manoel Alves Ferreira,
Cap. Manoel Bueno B. Pires, Manoel Caetano Villas Boas, Manoel Ferreira de
Rezende, Manoel Vieira de Andrade Palma, Marianna Carolina de Azevedo,
Meirelles & Irmão, Meirelles & Siqueira, Miguel Cabral de Vasconcellos,
Major Moysés Claro Escobar, Pedro Ferreira Leite, Pires & Oliveira, Raphael
Pedro Gandara, Serafim Lemes da Silva, Severino O. de Souza Meirelles,
Theodósia Vieira Palma, Dr. Theophilo Fidelis Palma, Tinson & Irmão, Victor
Ribeiro e Tem. Cel. Victor de Souza Meirelles.
Lojas de Fazendas e Armarinhos:
Antônio José Alves dos Santos,
Ezequiel Pereira de Souza, Gabriel José Arab, Joaquim Bernardino Moreira,
Leopoldo Arouca e Manoel de C. O. Sobrinho.
Lojas de Ferragens:
Colonezzi & Cia., Francisco
Colonezzi, Joaquim Gomes de Oliveira, José da Costa Bernardo e Thomaz Vita
& Cia.
Médicos: Dr. Antônio R. Gurjão, Dr.
Cesário B. Travassos, Dr. Delduque Vieira Palma, Dr. Eduardo Pirajá, Dr. João
Baptista Amaral, Dr. José Agnello Leite e Dr. Pedro A. Marinho.
Farmácias: Abelardo de Campos,
Cândido Eliseu Sampaio, José Alacrino Ramiro de Abreu e Manoel João Cruz.
Relojoeiros: Affonso Lelo, Thomaz
Martino, Victorio Grijo e Victorio Sartoreto.
Sapateiros: João Vano, Joaquim
Marques, José Santanelli, José Talaso, Marianno Ferrari e Romano Perone.
Secos e Molhados: Ângelo
Carpinelli & Irmão, Antônio Ceron, Domingos Della Maggiora, Domingos Lot,
Francisco Teixeira da Silva, Gandara & Sobrinho, José da Costa Bernardo, Manoel
Cândido da Silva, Manoel Carvalho O. Sobrinho, Narciso Regazzi, Palaneze &
Cia., Thomaz Vita & Cia. e Victorio Ceron.
Em
1907, Santa Rita do Passa Quatro possuía uma população de cerca de 15.000
habitantes, dos quais 1,096 eram eleitores.
A
Câmara Municipal tinha como presidente o Coronel Severino de Souza Meirelles e
como vice Antônio Vieira de Andrade Palma. Ezequiel Pereira de Souza era o
então Prefeito. Eram Vereadores: Francisco Teixeira da Silva, Miguel Cabral de
Vasconcellos, Joaquim Gonçalves de Siqueira Junior, José Gomes de Oliveira
Barbosa, e Ricardo Pedro Gadoca. Secretário Interino: João Lazaro de Oliveira.
Procurador: Misael Alves de Araújo. Fiscais: Severino E. Villela e Theóphilo
Otoni de Carvalho. Porteiro: Francisco de Pontes Martins.
Administração Judiciária:
Juiz de Direito: Dr. Alberto
Jorge de Oliveira Fausto. Promotor
Público: Dr. Eurico Vieira de
Almeida. Tabeliões: 1.º - Arthur H. Junior; 2.º - Virginio Villela.
Oficial de Registro: Francisco de
Paula Almeida.
Partidor, Contador e
Distribuidor: Benjamin Silva.
Juízes de Paz: 1.º - Joaquim B.
Moreira; 2.º - Francisco Palma e 3.º - Carlos de Queiroz (advogado). Escrivão:
Bráulio de Arruda.
Polícia: Delegado Dr. Raul de
Andrade. Sub Delegado: Ivo Amâncio Lobato.
Instrução Pública: Professores
estaduais: Ernesto de Moreira, Maria Fontes, Benedicto de Albuquerque, Eugênia
de Almeida, Guiomar de Paulo, José Gonso, Luiz Neves e Theodósia Nobrega de
Couto.
Professores municipais: Edgardo
de Castro, Francisco de Lima e José Ignácio da Frota.
Coletoria: Coletor Federal – João
Marciliano da Costa.
Coletor Estadual: Antônio de Goes
Conrado.
Correio: Agente – Liberalina
Arruda. Estafeta: Gabriel de Oliveira. Escrivão: Arthur de Moraes Dutra e
Francisco de Assis Barbosa Ortiz.
Religião: Vigário - Padre
Domingos Piacente.
Sacristão: João Gomes de
Oliveira.
Confraria de São Vicente de
Paulo:
(Administravam o Hospital São
Vicente)
Major Odorico dos Santos Almeida
– Presidente.
Igreja Metodista: Pastor João
Leonel Lopes.
Advogados: Benedicto Armando
Teixeira Paes, Carlos de Queiroz, José Da Costa Rangel e Severino Meirelles.
Médicos: Cesário B. Travassos,
Eloy Lessa, João Baptista Amaral e José Agnello Leite.
Empresa de Luz Elétrica da Câmara
Municipal:
João Lázaro de Oliveira – gerente
eletricista
Antônio Gomara: maquinista.
FONTES CONSULTADAS
Renato Ribeiro Palma
Osmar Milhoci
Jornal Gazeta de Santa Rita
(1895)
Jornal O Santa-Ritense (1902 –
1910)
Hemeroteca Nacional
Arquivo Público do Estado de São
Paulo
Almanack Laemmert
Biblioteca Brasiliana
Site da USP.
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