Retirado da auto biografia de Vitor Ribeiro, filho de Francisco Deocleciano e Ana Candida
Descrição de caçadas de veados
Vamos tentar
descrever aqui o que seja uma caçada: o que é o veado, qual a função do caçador
ou do cachorreiro e como apreciar os muitos e múltiplos trabalhos e habilidades
da matilha, quando de boa raça e bem adestrada.
O
cachorreiro é a pessoa que se encarrega de preparar a alimentação e zelar pela
saúde dos cães limpando-os das parasitas, curando-os não só das inúmeras
moléstias a que estão sujeitos, como também das contusões e machucaduras que sofrem no decurso das caçadas, além de caçar e
trazer a matilha sempre em forma.
O caçador
experiente, além de prestar grande auxilio aos cães na procura da caça, pode,
pela simples inspeção do terreno, determinar, com certa precisão, a cama do
veado e a direção em que correrá, quando perseguido.
E é, em
conformidade com este critério, que faz a solta dos cães e indica aos
companheiros as esperas.
Revela saber
que, em certas rodas de caçadores é considerada uma deselegância carregar
espingardas e abater o veado a tiros, pois, ao caçador de raça e de “elite”, o
prazer e a ufania consistem em ouvir os latidos e em assistir a pega pelos
cães.
Como é
sabido, o veado é um quadrupede ruminante que abunda em nossas selvas, sendo
diversas as espécies porem, zoologicamente falando, só deveríamos contar existente
no país duas castas destes animais, o cervo conhecido também por galheiro, e o
campeiro.
O cervo, que
é maior que este, se caracteriza pelos chifres em forma de galho e tem por
habitat os banhados e margens de rios; o campeiro que é menor , difere também
do cervo pelos chifres , cujas pontas são mais finas e apenas três de cada lado
, vivendo ,de preferencia , nas campinas de terrenos secos e elevados; ambas
são e cor báia , notando-se de um para outro leve variação de tom.
Estas
espécies , aliás, já vão se tornando escassas no “hinterland” paulista, por
serem muito perseguidas e não disporem de certa defesa , talvez por se tratar
de animais grandes.
Agora, temo
na família dos corsos – cabra silvestre – que no país é conhecida , em geral ,
porém erradamente , por veado , mais duas espécies : o mateiro que vive nas
nossas matas de cultura e o catingueiro , que se encontra ainda, e com certa
abundancia , nas nossas caatingas e
cerradões, sendo aquele um pouco maior do que este , diferindo-se também
na cor: o mateiro é pardo e o catingueiro amarelo , tocado a vermelho , sendo
ambos bicornes.
Querem
alguns de nossos caçadores que tenhamos mais uma variedade de veado , a qual
denominam de “Cambucica” . Trata-se de uma espécie menor do que o catingueiro;
tipo enfezado , distinguindo-se dos demais pelas velhacadas que usa para
enganar os cães, arte em que é jubilado.
Porem , na
opinião de outros caçadores – achando -me eu entre esses – não se trata de uma
casta diferente, mas sim de um ou outro exemplar degenerado do próprio
Catingueiro. Pois , nunca se soube de caçador que houvesse abatido determinado
numero desses animais , constituindo casos isolados seu aparecimento.
Da nossa
variada fauna é o veado o animal mais corredor e um dos mais ardilosos , usando
de vários truques para se livrar das perseguições dos caçadores e dos cães ,
sendo a remonta dos rastros um dos meios mais comuns de se livrar de seus
inimigos , o qual consiste em voltar sobre a mesma trilha , grande distância,
após o que desvia em sentido obliquo , e só depois de ziguezaguear , formando
verdadeiro signo de saimão , amoita-se.
Uma outra
defesa que comumente usa , são os cursos
dágua , os quais procura , quando perseguido , e , tomando pé ou embalado pela
corrente , percorre grandes distancias , sem deixar vestígios de sua passagem,
constituindo essa uma de suas maiores defesas , ainda mais quando se trata de
rio que o caçador não pode transpor.
O cão, como
ninguém ignora , é dos animais o mais inteligente , amigo leal do seu dono e,
sobretudo reconhecido, predicado este
que, hoje , infelizmente, se vai tornando escasso entre os homens...
Como na
sociedade , os temperamentos e os predicados dos componente de uma matilha
variam de um para outro animal . em matéria de latido , por exemplo , a escala
dos sons é completa, indo em gradação , dos sons mais baixo ate ao mais altos:
baixo, barítono, tenor, contralto, meio soprano, e soprano, nascendo dessa
variedade de sons a harmonia dos toques ou das corridas , tão apreciadas pelos
caçadores.
Uns são
exuberantes, no latir, ao passo que outros são sóbrios ; uns latem pelos
cotovelos , como muitos homens falam ; uns são verdadeiros , outros são
mentirosos. E assim é que para o caçador pouco vale o latir de certos cães, ao
passo que o de outros o põe em alerta.
São cães
como eram os homens de outros tempos, de que um fio de barba valia por um
documento; são animais de confiança, que gozam do prestigio não só perante o
caçador, mas junto aos próprios companheiros. A um latido dele, todos acodem
pressurosos.
Vale lembrar
que, em geral, o cão caçador muda o latido de acordo com a emoção que sente no
momento , e o caçador de raça e mestre, , por maior que seja a matilha ,
conhece o modo de expressar de todos seus cães , e em todas tonalidades. O cão
, quando procura a trilha do veado, late espaçadamente e displicentemente ,
aqui e acolá ; quando encontra a trilha ensaia -está é a expressão – sem certa
animação , se a trilha é velha , e com vivacidade e alegria , se é nova ou
fresca.
Cada cão tem
, outrossim , o seu estilo de trabalhar:
uns são lestos , expeditos e quando perdem a trilha voluteiam
diligentemente do centro para a periferia
e em poucos giros encontram novamente a pista ; outros há que , em
idênticas circunstancias se atem ao ponto da perdida , insistindo em procurar
em espaço limitado.
Chamam-se
esses , na gíria do caçador , raspadores
. E existe os que, ao perder a trilha, voltam rastros atrás , consumindo ,
assim, o tempo num circulo viciosos. Estes cães em geral são eliminados da cachorrada, por constituir isso um grande
defeito para não por os outros a perder.
Comumente,
quando o cão se aproxima do veado e o pressente
saltar da cama, se descontrola todo , sente-se como que engasgado ,
gane, grita como se estivesse recebendo forte pancadas e só depois de alguns
momentos é que recupera a calma e ritma o toque. Nessa hora épica , suprema, o
caçado também se desmanda, sentindo as
maiores emoções da vida ; todo seu ser vibra ; é nessa hora que ele se expande
, dando o levante com gritos repetidos e acompanhado de salvas. É também neste
momento que certos caçadores fanáticos cometem atos de loucura como estes:
Conta-se que
um certo caçador , satisfazendo aso desejos de seu garoto , de 6 a 7 anos , o
levou na garupa de seu animal em uma caçada , e enquanto os cães trabalhavam ,
à procura da caça , deixou o pequeno garoto em cima de um toco e, empolgado com
o trabalho dos cães e o levante do veado , esqueceu-se do garoto e partiu em
desabalada carreira em perseguição da caça, e só a tarde , ao chegar em casa ,
foi que lembrou do filho .
Ouvi também
que outro caçador , estando sentado num cupim, na hora da onça beber agua,
supondo estar sentado no seu cavalo , cravou-lhe as esporas , e só depois de
advertido por um companheiro foi que deu pelo logro...
Bem, com
este esboço , ou ligeiras explanações , está o leitor amigo mais habilitado a
acompanhar-me na caçada que passo a narrar.
Transcorria
o mês de março, época do ano em que se registravam antigamente as maiores
enchentes nos nossos rios: Mogi- Guassú e Pardo – enchentes das goiabas, como
as denominavam os nossos antepassados- as quais eram precedidas geralmente de
grandes surtos de malária. Hoje, parece nãos que os tempos estão mudados, pois
já não chove mais tanto como outrora.
Após chover
incessantemente cerca de 20 dias , porem, chuvas daquelas de transbordar
córregos , arrastar pontes, derribar barreiras e obstruir caminhos ; chuvas
pavor das cozinheiras e das lavadeiras : retardando os serviços daquelas,
devido a lenha molhada , e obrigando a estas estender seus varais por sobre os
fogões , afim de não deixar faltar roupas à petizada ; chuvas que prendiam o trabalhador rural em
casa, dias a fio , desorganizando -lhe
os serviços.
Resumindo:
chuva de gotejar dia e noite ; chuva mulher bonita : daquelas tanto mais
desejadas quanto mais depressa aborrecidas ...Finalmente , depois de tanta agua
, pela noite começou a ventar, amanhecendo com melhor aspecto ;melhora que se
acentuou durante o dia , apresentando um por
de sol
desanuviado e rubro, denunciador de bom tempo; cuja mudança pretendia a velha
preta – Maria pequenina – Tia Bá – na linguagem da garotada – que se devesse a
ela, por ter posto na véspera , mais um ovo , no mourão da porteira , à Santa
Clara , e por ter aconselhado à criançada
a revolver todos formigueiros , de redor da casa...
Nessa hora
achava-se toda família reunida, inclusive eu, Zeca e Quicas , na varanda da
casa grande da “Passa Quatro” , apreciando a beleza do crepúsculo de que já
estávamos saudosos , quando aparece o Custódio
, nosso cachorreiro , lembrando-nos de que no dia seguinte daria um
ótimo dia de caçada e que deveríamos aproveita-lo para escorvar a cachorrada ,
mesmo porque se aproximava o tempo de aceitarmos o desfio do nosso amigo Adolfo
Melchet , de misturamos a cachorrada, afim de ver qual dos nossos cães seria capaz de por os pés
adiante dos deles.
É oportuno
dizer aqui que este Custódio em apreço já caçava conosco há tempos , tendo-nos
vindo de São Simão recomendado pelo tio Vicente Ribeiro e a pedido da Família
Adorno , de Mogi Mirim , a quem servira
por muitos anos, exercendo o mesmo mister. Era um fiapo de gente; baixo, magro,
de ossos salientes e de olhar sem muita expressão. Porem, quem o visse assim,
não diria que era o mesmo homem, quando caçava; tudo nele transmudava ,
tornando-se dinâmico ,sendo simplesmente empolgante quando dava um levante.
Seu grito
era volumoso, forte e límpido, sem tremores. Gritando sucessivamente e ritmado
, conseguia formar uma corrente de ecos , que , esboando pelos socavões das
matas , ia longe, de quebrada em quebrada , a tudo despertando , entusiasmado
!!
Anuindo à
lembrança do caboclo , demos-lhe ordem
para que providenciasse tudo, afim de que pudéssemos sair no dia seguinte, ao
amanhecer , e assim foi feito.
Os cavalos
caçadores foram postos de cocheiras; os cães encerrados no galpão , facilitando
atrela-los na hora da partida; as garruchas de salvas foram descarregadas e
carregadas de novo com pólvora fresca, ficando a cargo da Maricota providenciar
a matula. Correndo tudo como desejavam, no dia imediato , ás 5 horas da manhã ,
estávamos a caminho do capão redondo , que ficava na divisa , e que fazia corpo
com as matas do Bem Palma, onde sabíamos andar passeando um casal de mateiro.
Mas acabava
o dia de raiar , em pleno albor, desatrelávamos a matilha , a qual , vadia como
estava , embrenhou-se pela mata em borbotões e sob hilaridade ensurdecedora ,
produzida pelo ladrar dos cães novos.
Dando tempo
a que abrandasse tais ardores , nós nos pusemos a rastejar pela estrada , até
que o Custódio , numa baixada , deu
com o rastro do veado, gritando; “Passou
por aqui ! é mateiro e macho ! garanto !”. tendo o bicho atravessado a estrada
em sentido oposto ao da solta , incontinente repicamos as buzinas e gritamos ,
procurando atrair os cães ao local em referência. Apesar da matilha já ter
penetrado fundo no âmago da mata , e achar-se espalhada em todas as direções ,
não foi difícil conseguir-se o seu retorno e, a medida que iam chegando os seus componentes nós lhes
íamos apontando a trilha certa , de
sorte que, pouco depois tínhamos a cachorrada
novamente reunida , já então sem aqueles ímpetos do começo.
Principiou
ai , propriamente, o trabalho dos mestres , dos veteranos. O primeiro a pegar a
trilha foi o velho cachorro Cupido e na
sua esteira se encaminharam o Alegre , a Lembrança, a Certeza , o Famoso, o
Desempenho, o Volante, a Granada e outros. Os simples e espaçados ensaios do
começo , foram-se amiudando e, em crescente nervosismo e entusiasmo , dos quais
nós, também , já nos sentíamos contaminados, principalmente o Custódio , que,
já então gritava animadamente , repetindo, ora o nome de um , ora de outro cão.
E assim, numa emulação reciproca, verdadeiro desafio , nós , correspondendo aos
latidos alegres e nervosos dos cães, dávamos gritos de incitamento e -digo bem
– de aplausos , ate que chegou a hora épica!
Foi quando o
Custódio , sacando e armando a garrucha , gritou: esta na hora ! esta na hora!
e, de fato. O estampido da primeira salva confundiu-se com a batida da
Lembrança , a qual gritou por espaços de alguns segundos como se estivesse
recebendo fortes pancadas.
Logo após o
eco de outra salva se harmonizou com o levante do Custódio , que já atroava
pelos grotões abaixo! Nesse momento supremo , não era só nós que nos sentíamos
emocionados e de cabelos arrepiados , eram também as nossas próprias alimárias
, que, de olhos arregalados e de orelhas em pé , mascando os freios e
escarvando o chão , compreendiam que havia chegada o momento da arrancada! Atendendo as salvas , aos gritos de levante e
aos repiques de buzinas , os cães que se achavam espalhados mais ao longe , em
correrias convergentes , um a um, foram entrando no toque , de sorte que, em poucos momentos , a matilha se
achava toda agrupada , formando um
verdadeiro conjunto musical e de ... pancadaria , pois eram 24 as figuras. A
corrida, depois de descrever um semi-círculo no coração da mata , enveredou
pela “Serra do Rola Abobora” abaixo. Nessa hora até a mata tremia , tal era a
nossa impressão , e a todos quantos fossem dado assistir o espetáculo tão
sensacional , quão pouco comum.
O Custódio,
recomendando-nos então que, dando a volta pela cidade , fossemos esperar no
pasto do Via Real , partiu em desabalada carreira, por atalhos, afim de não
perder o contacto com a matilha. Nós , eu , Quincas e Zeca , detendo-nos por
alguns momentos no alto da lavoura do Bem Palma apreciávamos a corrida ,
admirados da agilidade do Volante e da Granada
, os quais tendo saído do alcance , já tocavam no entanto , na dianteira
da cachorrada. Esses dois cães não desmentiam a raça , eram mesmo pegadores de
veado !
Sendo longo
percurso que tivemos que a fazer , quando chegamos ao local indicado pelo
Custódio , já lá estava ele e em plena
perdida. Tratando-se de um pasto , muito rapado , onde se encerravam gado vacum
e porcos , e todo recortado de trilhos , diante de tais obstáculos , os cães não tiveram como se embaraçar,
perdendo a trilha do cabrito. O local não podia ser mais propicio à perdida, e só
depois de grande auxilio nosso aos cães , circulando e rastejando aqui e ali ,
foi que conseguimos a nova pista , mas, tão logo essa foi localizada , a
Certeza desamoitava o bicho , dando ao Quincas oportunidade , por se achar mais
perto , de dar as salvas e o levante da pragmática , e o Quincas sabia
faze-lo , talvez , sem desvantagem do
Custódio , pois ele tinha bom grito e era também exímio caçador. A corrida que
rumou para o lado do Ibó , foi ainda animada , posto que sem os excessos e
ardor da primeira.
Tivemos ai a
segunda perdida , que , como a primeira
, nos deu bastante trabalho , por ter o veado caído no ribeirão e
seguido o curso do mesmo em mais de um kilometro ; sentindo nos a essa hora já
um tanto cansados e com muita fome , lembramo-nos do virado ainda mais que
estávamos á beira dágua e, embora sentados e comendo , íamos estimulando os
cães , dentre os quais , um ou outro , apesar da fadiga , ainda trabalhava
diligentemente. Estávamos naquele pequeno repouso repastando e comentando
alguns lances da caçada , quando a Formosa , de simples ensaio , passou a dar
barroadas , e foi quando o Custódio , levantando se num salto . sacou da
garrucha e gritou: “vai espirrar ! e não se enganou! Junto aos ganidos afobados
da cadela , que parecia levar de vista a caça , soou a salva do Custódio e, com
o mesmo vigor da manhã, reboou o eco de seus gritos! Juntando o virado ás
pressas e tomando de salto os animais , acompanhamos a corrida que rumava
rastro atrás , ou em direção ao ponto donde havia partido.
Acompanhando
mais de perto o toque, o Zeca, e o Quincas
, que conheciam bem o valor e as particularidades de certos cães , que,
á medida que se aproximava da caça, modificavam o latido , começaram a gritar:
esta no dente! Berra já ! e com efeito. Ao chegar de retorno ao pasto do Vila
Real , a Granada , que se destacara do grosso da matilha , alcançando a
aparelhando-se pegou pelo pescoço e deu o tombo no mateiro.
O primeiro a
chegar ao local foi o Zeca, que, em consonância co a pragmática , descarregou a
garrucha e repicou a buzina , cujos gestos foram imitados por mim, Custódio e Quincas , à
medida que fomos chegando.
Pois aquelas
salvas, aqueles gritos e os repiques de buzina significavam para o caçador o
epilogo da peleja , o regozijo pela vitória final. Era de se ver também como os
próprios cães , com ares vitoriosos ao aproximarem -se da caça já abatida , a
mordia , e, nervosamente a sacudia, , como quem tivesse a dizer: conheceu ?...
Depois de um
ligeiro descanso , dando-se também tempo de reunir alguns cães que haviam
ficado para trás , e do Custódio engarupar o cabrito , nós nos pusemos a
caminho de casa. Presenciamos então um episódio que, pelo seu pitoresco, nunca
esqueci. Cansados e com fome , todos : caçadores , cães e as próprias alimárias
, subíamos a serra lentamente, passo a
passo , quando o Zeca , que já andava morrendo de amores pela Ambrosina , todo
agoniado , começou a cantar uma canção dolorida e- por que não dizer ?-
desafinadamente , pois já é proverbial que, em matéria de musica, Ribeiro nem
assobiar sabe , quando um caboclo , que estava no mato a tirar cipó , gritou :
“Uai , moço , o que é que tem mecê para estar chorando assim , o que lhe
aconteceu de mar? “ A cujo dito o mano , indignado, e com um palavrão.
Mas o
caboclo, não se dando por achado, retrucou “ que culpa tem eu, moço , de mecê
estar chorando , pois isso que mecê vai espremendo aí não é cantiga nem aqui
nem em parte alguma”.
O Zeca, a
esse novo remoque , já indignado , ameaçou dar um tiro no insolente , o que,
dessa vez , voltando às boas ,
respondeu: “não precisa se zangar moço, vai com Deus”, e assim, encerrou-se o
diálogo. Esse episódio , que serviu para
caçoarmos com o mano durante muito tempo, recordo hoje com comovedora
saudade por evocar as memorias de dois irmãos queridos: Quincas e Zeca , os
quais não pertencem mais a este mundo...
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